Políticos experientes e novatos se movem para desbancar ocupantes dos cargos que serão colocados em disputa no próximo ano
A
disputa pelas vagas proporcionais em 2014 começa a se desenhar como uma
das mais acirradas dos últimos pleitos. Além dos 33 candidatos naturais
à reeleição, outras figuras políticas ganham cada vez mais visibilidade
no Estado e estão sendo preparadas para entrar no mata-mata das urnas
eleitorais.
No pleito do ano que vem,
estarão em disputa 24 vagas de deputados estaduais, oito de deputados
federais e uma de senador da República. Para se segurarem nos mandatos
os atuais donos das vagas terão que rebolar para se desviar dos
“novatos”. E os “novatos”, antes mesmo do pleito, vão ser colocados numa
criteriosa peneira que passa pelo crivo dos atuais parlamentares.
Os
obstáculos que os “novatos” colocarão no caminho da reeleição dos
parlamentares são fartos. Partidos nanicos, por exemplo, como o PTN, que
a cada pleito conquista mais espaços nos parlamentos, a um ano e meio
das eleições de 2014, estão em plena articulação para a disputa. O PTN
quer uma das oito vagas na Câmara Federal e quatro na ALE-AM.
Atualmente, a legenda tem três deputados estaduais e nenhum deputado
federal.
Ex-secretários e os atuais
devem entrar na guerra eleitoral por vagas no parlamento. É o caso do
ex-secretário de Estado de Educação Gedeão Amorim (PMDB), que foi
alijado da disputa em 2010. “Sem falsa modéstia, sou um bom quadro.
Tenho uma amplitude muito grande em todos os municípios. Acho que isso
me faz merecedor da atenção do partido”, disse.
PMDB sem vaga
Com
a saída de Átila Lins (hoje PSD) do PMDB em 2011, a sigla não tem
nenhum deputado pelo Amazonas em Brasília. E, nos bastidores, um dos
motivos para Gedeão não entrar na disputa em 2010 foi o risco que ele
representava para a reeleição de Átila. Sobra para Gedeão encarar os
quatro deputados estaduais do PMDB que podem se animar em dar vôos mais
altos em 2014 como Marcos Rotta, Wanderley Dallas e Vicente Lopes.
Belarmino Lins fica fora da conta por ser irmão de Átila. Sem contar o
vereador Marcel Alexandre, que disputou a vaga em 2010 e ficou na 3ª
suplência.
Há os rostos “novos” que
estão sendo moldados dentro dos partidos para serem testados nas urnas
como, por exemplo, o da secretária de Estado de Esportes, Alessandra
Campêlo (PCdoB). Por indicação da sigla, Alessandra está há cerca de um
ano na pasta e ganhou generoso espaço na propaganda partidária comunista
exibida esta semana.
Outro páreo
duro para os deputados federais deve ser o ex-prefeito de Manaus,
Serafim Corrêa (PSB), cuja candidatura é cogitada pelo PSB desde o ano
passado. O economista, que é um estudioso do modelo econômico que
sustenta o Estado, já começa a mirar os alvos. Acompanha de perto o
desempenho dos oito deputados federais e, sem rodeios, tem dado
declarações que o Amazonas está mal representado em Brasília quando a
questão é defesa da Zona Franca de Manaus.
“Muita coisa pode mudar”
Para
o analista político e presidente da Action Pesquisas de Mercado,
Afrânio Soares, os postulantes a vagas proporcionais em 2014 ainda têm
um ano e meio para avaliar os prós e contras de se lançarem a
determinados cargos. “Isso porque o interessante está bem distante do
que é provável”, declarou.
Ele disse
que questões como quais os adversários, riscos de ficar sem mandato,
tipos de coligações são determinantes para uma candidatura vitoriosa e
para manter o crescimento político. Ao analisar as possibilidades da
deputada licenciada e secretária de Estado de Governo, Rebecca Garcia
(PP), Afrânio afirmou que, na opinião dele, a parlamentar agregaria mais
valor numa chapa como vice de um bom nome do que como cabeça. “Tem
ainda os riscos de, não saindo como candidata à deputada federal, ficar
sem mandato por dois anos. Mas isso é o cenário atual. Muita coisa pode
mudar”, declarou.
Sobre as chances de
Gedeão Amorim e Serafim Corrêa, Afrânio Soares disse que os dois podem
ser bons nomes, mas que não terão garantias de vitória. Isso porque
Gedeão nunca foi testado nas urnas. Já Serafim é bom de voto, mas em
disputas por cargo executivo em Manaus que tem característica
completamente diferente da disputa pela Câmara Federal.
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