terça-feira, 9 de abril de 2013

Primeira reunião sobre o Porto de Itacoatiara na ALEAM identifica falha na finalidade do terminal

A comissão mista de deputados e vereadores formada pelo presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALEAM), Josué Neto (PSD), para tratar da reativação e conclusão do porto atual de Itacoatiara e da construção do novo porto da cidade identificou em sua primeira reunião, na manhã desta segunda-feira (8), que o porto atual – interditado pela Capitania dos Portos depois de um acidente com uma máquina empilhadeira que transportava carga na ponte que liga o terminal à margem do rio – não foi construído para ser porto de carga, mas sim terminal hidroviário de passageiros, com capacidade abaixo das necessárias ao seu uso.

A coordenadora dos Terminais Hidroviários da Seinfra, engenheira Ivete Dibbo fez um resumo da construção do porto de Itacoatiara, informando que a licitação no valor de R$ 694 mil, para a conclusão da obra, já se encontra em fase de abertura das propostas e que em breve o porto será concluído. Mas segundo ela, o problema do terminal é que ele seria construído com capacidade para 70 toneladas, porém, com a unificação do padrão dos portos do Amazonas pelo Dnit, essa capacidade caiu para apenas 30 toneladas.
 


O capitão dos Portos da Amazônia Ocidental, Cesar Machado explicou que a interdição se deu justamente para garantir a segurança das pessoas, já que o porto não tem condições de suportar grande volume de carga. O superintendente da Ahimoc, Jorge Barroso confirmou que o porto é um terminal hidroviário, construído somente para embarque e desembarque de passageiros de embarcações fluviais.
 

A deputada Conceição Sampaio (PP) questionou a construção do porto sem a procedência de um estudo sobre as condições de solo na área, o que levou ao desabamento de parte da estrutura, e criticou a não participação do Dnit na reunião convocada pela presidência da ALEAM. “A Assembleia Legislativa merece respeito e não podemos ficar esperando por causa de uma transição no Dnit”, disse, referindo-se à troca de comando no órgão federal que acontece ainda esta semana. 

Na reunião, Josué Neto reforçou que a característica portuária estratégica da cidade de Itacoatiara, principalmente com vistas a se tornar futuramente um porto de apoio às importações e exportações da Zona Franca de Manaus e às exportações de grãos do Centro-Oeste brasileiro, tornam a discussão cada dia mais urgente e importante. “Hoje estamos numa discussão 80% política, mas temos de avançar para uma discussão técnica, identificando os problemas e apontando as soluções”, disse.
 

O presidente também lamentou a ausência do Dnit nas discussões, “embora tenha sido convidado” a recebeu apoio dos demais deputados presentes, entre eles Sidney Leite (DEM) que também destacou a posição estratégica da cidade de Itacoatiara para o desenvolvimento, não só do Amazonas , mas também de Rondônia. “A viabilidade do porto de Porto Velho passa pelo porto de Itacoatiara”, argumentou.
 

O líder do governo Sinésio Campos (PT) concordou com a importância do porto e pediu mais objetividade da comissão no sentido de encaminhar propostas concretas aos órgãos competentes. “Nós temos que sair daqui com um documento pronto para o ministro dos Transportes e o Dnit com a nossa posição definida, e convidar a bancada federal para acompanhar a questão em Brasília”, defendeu.
 

A comissão é formada pelos deputados Cabo Maciel – presidente; Sinésio Campos – vice; Sidney Leite – relator: Josué Neto e Conceição Sampaio – membros; e pelo presidente da Câmara Municipal de Itacoatiara, vereador Raimundo Silva (PSD), que vai indicar outros quatro membros.
 

Participaram ainda da reunião os deputados Francisco Souza (PSC) e José Ricardo (PT), e os vereadores Cheila Moreira (PT), Air Neto (PSD), Marcos Holanda (PCdoB) e João Bosco Rodrigues ((PP).
 

ALEAM

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