A Zona Franca e a ambiguidade de Dilma
A presidente Dilma Rousseff está ciente das dificuldades que terá
para colocar em votação e aprovar a PEC da Prorrogação da Zona Franca de
Manaus ainda este ano. Foi aconselhada a não vir, e sabia que iria
enfrentar protestos, porque não teria como trazer boas novas aos
amazonenses. E não trouxe, saiu pela tangente de maneira ambígua.
Garantiu uma coisa que ela própria duvida, que vai aprovar a PEC “ainda”
neste seu governo, mas sabe que pra isso, terá de romper uma muralha de
pedra. Uma bancada e um governo feroz, que só desejam aproveitar o
momento único, em que Dilma precisa abocanhar uma fatia substancial dos
31 milhões de votos de São Paulo, para esmagar o sonho de mais 50 anos
para a ZFM.
Ela já perdeu em SP em 2010, quando compensou a derrota com os votos de
Minas, Rio e do Nordeste, mas não pode se arriscar a perder de novo, já
que vai enfrentar candidatos que são fortes nesses redutos. Ela e Lula
já enfrentam resistências de setores econômicos fortes no estado, como o
sucroalcooleiro e se insistir no projeto ZFM pode minar o setor
industrial.
Até agora, a dor-de-cabeça da reeleição está ficando maior que a
simples preocupação com um projeto que ela deveria ter decidido há dois
anos, quando se encontrava no auge do seu governo e no comando político
absoluto. Não o fez, e agora torna a fazer promessa de campanha.
Dilma paquera Arthur
A julgar pelo comportamento da presidente Dilma em Manaus, ela veio
disposta a conquistar o reduto tucano no Amazonas, que tem endereço na
prefeitura de Manaus. Em quase todos os momentos da visita, Dilma
dispensou atenção especial ao prefeito Artur Neto, a quem brindou com a
promessa de pelo menos R$ 147,2 milhões para a Prefeitura de Manaus,
para serem aplicados nas obras de mobilidade urbana nas grandes avenidas
da capital. E com a garantia de serem liberados dentro de duas semanas.
Artur, que não é bobo, aproveitou para pedir mais R$ 35 milhões do PAC
das Cidades Históricas e R$ 200 milhões de Caixa.
Braga ficou isolado
Na guerra das fotos, o prefeito Arthur Neto dividiu com o governador
Omar Aziz e a primeira dama Nejmi o privilégio de posar com a presidente
Dilma no descerramento da placa improvisada do Viver Melhor II. Aliás,
no material de divulgação da Semcom, o senador Eduardo Braga foi
praticamente “isolado” nas fotos e não é citado no texto oficial. Pelo
lado do governo, Braga somente é citado como um dos participantes do
café da manhã com a presidente Dilma, quando foi tratada a questão da
Zona Franca.
Sem BR-319
Pelas declarações que a presidente Dilma Rousseff fez nesta sexta-feira
durante visita a Manaus só dá para dizer que a BR-319, a Manaus-Porto
Velho, não vai sair tão cedo. É que a presidente disse que “vai ser
rigorosa” na questão ambiental, embora tenha atenuado afirmando que as
necessidades de “20 milhões de amazonenses” são tão legítimas quanto as
do meio ambiente. Contraditória, no mínimo.
Legado dos militares
Diz o vereador Mário Frota (PSDB) que não dá para comparar o legado dos
militares no Amazonas com os governos do PT. Frota diz que Dilma
prometeu e não cumpriu prorrogar a Zona Franca de Manaus, criada durante
a ditadura. O vereador tucano também disse que nenhum “ptralha” tem
moral para se comparar com os cinco governadores nomeados pelos
militares, ao longo de quase 20 anos, pois nenhum deles deixou o poder
tachado como ladrão.
Mandato à disposição
Em defesa dos militares que construíram a ZFM, o vereador Mário Frota
diz que é capaz de renunciar ao mandato caso alguém lhe prove que Arthur
Reis, Danilo Areosa, João Valter de Andrade, Henoch Reis e José
Lindoso, em algum tempo, foram acusados de terem assaltado os cofres do
Estado.
Blog do Holanda
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