Os apoiadores de Renan denunciavam uma sórdida campanha dos meios de informação, dos chamados formadores de opinião. Mas foi vão o esforço de denunciar favores com recursos do Minha Casa Minha Vida para empreiteira ligada a Renan, ou concessão de rádio para o filho, ou denúncia do procurador-geral a respeito de notas frias de venda de gado. Isso é ninharia para quem controla 80% das prefeituras de Alagoas. Ministro da Justiça de Fernando Henrique, teve votos dos tucanos, que estavam de olho na primeira secretaria do Senado. Com o apoio de nomes de peso, como Paulo Maluf, José Dirceu, José Sarney e Fernando Collor, Renan foi imbatível. O ficha-limpa Taques não teve a menor chance.
A presidente não quis se meter na escolha, e logo curvou-se ao
resultado. Ligou imediatamente para cumprimentar o poderoso Renan, de
Castanhal, no Pará, onde entregava residências do já citado Minha Casa
Minha Vida. Também por ironia, os poucos que votaram contra Renan,
lembraram que o Senado aprovou a Lei da Ficha Limpa. Mas isso não é
exclusivo do Senado. Afinal, a Câmara também aprovou a Lei da Ficha
Limpa e elegeu depois Henrique Eduardo Alves presidente da Casa, com uma
longa lista de denúncias no seu passado e presente.
É o direito de espernear – jus sperneandi, como se comenta no latim
inventado – que resta à minoria, submetida à vontade da maioria. Porque a
maioria quer isso mesmo, como demonstram as eleições da nossa
“democracia”. Representantes dos Estados da Federação, 56 senadores
quiseram Renan de volta, para substituir José Sarney. Eleitores e seus
eleitos são farinha do mesmo saco, para usar a expressão muito usada por
Leonel Brizola. É irrelevante, neste país, pensar sobre que tipo de pão
resulta dessa matéria-prima. Porque, afinal, o Carnaval bate às portas.
Eia, pois, saudemos: Hei! Hei! Hei! O Rei Momo é o nosso rei!
Por: Colunista da agência “Alô Comunicação”Colunista da agência “Alô Comunicação”
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