quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Prosamim é modelo ultrapassado, afirmam especialistas

Audiência na ALE discutiu métodos de saneamento e preservação ambiental adotados pelo programa

Prosamim é modelo ultrapassado
Canalização e aterramento, marcas do Prosamim, são decisões ultrapassadas (Euzivaldo Queiroz)
Um modelo de saneamento suplantado há 50 anos. Assim especialistas na área ambiental definiriam os métodos usados pelo Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (Prosamim) durante audiência pública realizada na tarde desta terça (5) na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).
Canalização e aterramento dos cursos d’água, além da impermeabilização do solo, são modelos considerados ultrapassados, segundo a ex-secretária de meio ambiente de Manaus, Luciana Valente. “Acredito na recuperação desses cursos d’água de forma integrada, com a renaturalização do entorno, com a construção de parques e plantio, por exemplo”. Esse modelo já vem sendo adotado em países desenvolvidos desde o século passado, segundo ela que deverá repassar os dados ao Ministério Público Federal (MPF), onde é servidora.
De acordo com o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Aleam, deputado Luiz Castro (PPS), as sugestões e ideias debatidas serão levadas ao Governo do Estado para que possam aprimorar o projeto que representa “a maior intervenção sócio-ambiental na Amazônia”. “Até porque trata-se de um programa com investimentos superiores a R$ 1 bilhão”, disse.
Para o professor doutor em química, Raimundo Santos do Nascimento, especialistas em tratamento de resíduos sólidos, a única solução para a recuperação dos igarapés em Manaus é tratar os dejetos transformando-os em material orgânico adubável ou biogás, a exemplo do que ocorre hoje, na Alemanha.
“É um negócio lucrativo e produz energia renovável. Além disso, a melhor forma de tratar a água e evitar a contaminação, diferentemente do que é adotado por toda a cidade e pelo Prosamin”, disse.
Ainda segundo o professor, que fez um estudo sobre os igarapés do 40, Educandos e Mestre Chico, os três são igarapés navegáveis no período da cheia do rio Negro. Ele acredita ser possível reverter o aterramento que foi feito no igarapé do 40, a fim de favorecer a navegação urbana. “Se construíssemos uma barragem nele, serviria para navegação o ano todo e ainda poderia gerar energia elétrica. Existem cursos d’água menores em Londres que são utilizados dessa forma”, disse.
O coronel Ricardo Gomes, comandante do Batalhão Ambiental da Polícia Militar lembrou que é preciso haver participação da população na preservação dos cursos d’água. “Quanto ao poder público, observamos que deveria haver um plantio de árvores no curso deles, mesmo nas áreas do Prosamim”.

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