Sociólogo afirma que emancipação de comunidades apenas dividirá miséria. Presidente do Conselho Nacional dos Municípios discorda e afirma que medida promoverá cidadania
Especialistas
ouvidos por A CRÍTICA divergem quanto à necessidade ou não da criação
de novos municípios no Amazonas. O cientista político Gilson Gil afirma
que as assembleias legislativas vão apenas dividir pobreza se criarem
novas cidades sem um projeto de sustentabilidade econômica para elas. Já
o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo
Ziulkoski, defende que a aprovação do Projeto de Lei do Senado (PLS)
98/2002 é o pagamento que o Congresso devia aos Estados.
Para Gilson Gil, é uma ilusão acreditar que as comunidades serão melhor assistidas se virarem municípios. Segundo ele, a aprovação do PLS 98/2002 não vem acompanhada de nenhuma medida que elimine a dependência econômica do interior do Amazonas dos governos Estadual e Federal.
“O grande problema do nosso interior é a insustentabilidade econômica. Praticamente a totalidade dos municípios vive de repasse e convênios. Essa tentativa de criar municípios, na realidade, não traz nenhum projeto econômico alternativo, nem para os novos ou antigos municípios. O problema continuará”, afirma Gilson Gil.
O presidente da CNM entende que para muitas comunidades, a condição de se tornar um ente emancipado promoverá cidadania aos seus moradores. “Há áreas aí na Amazônia, distritos, que as pessoas não conseguem sequer ter acesso a uma certidão de nascimentos. Por isso essas regiões precisam ser incentivadas a buscarem uma autonomia”, diz Paulo Ziulkoski.
Gilson Gil afirma que os parlamentares que levantam a bandeira a favor de novos municípios estão mais interessados nos dividendos políticos do que no desenvolvimento das localidades. “Os atuais municípios não têm orçamento para se manter, e vivem sofrendo quebra-quebra e protestos por falta de dinheiro. Não será criando ou desmembrando que o dinheiro surgirá. É uma ilusão. Para alguns, isso é apenas uma manobra política de políticos que não têm vez em outros municípios”, disse o cientista social.
Nesse ponto, Paulo Ziulkoski concorda com Gilson Gil. Sai caro a manutenção da máquina administrativa. “O problema no Brasil é o custo desse novo ente. É muito alto. Teria que reduzir. Uma cidade pequena não precisa do volume de secretarias que vemos hoje”, comenta o presidente da CNM.
Plebiscito
A exigência de plebiscito na comunidade que quer se emancipar e na sede do município, além do número mínimo de habitantes, ainda são entraves à criação de novas cidades, apontou Paulo Ziulkoski. “Se aplicar essa lei nos municípios de hoje, 47% deles não se encaixariam nela”, diz o presidente da CNM.
Diferenças
O cientista político Gilson Gil diz que não é um bom exemplo comparar o Amazonas com a realidade do Sudeste. “Minas tem quase mil municípios, e uma das regiões mais pobre do País, que é o Vale do Jequitinhonha. E São Paulo não tem só municípios ricos. Agora são Estados que possuem infraestrutura e um parque industrial consolidado”.
‘Se fosse ruim SP não teria 645 cidades’
Primeiro a defender a criação de mais municípios no Amazonas, o secretário de Estado de Produção Rural, Eron Bezerra, diz que, na atual situação, as comunidades do Amazonas estão excluídas socialmente. “Você pega uma comunidade rural que não tem nada lá. Na hora que você bota ali uma sede municipal, obrigatoriamente, vai ter cartório, posto, delegacia, uma escola, um hospital. Vai ter serviços públicos para atender a população”, disse.
Para Eron, os Estados do Sudeste são contra novos municípios porque não querem dividir os repasses federais. “Se município fosse ruim, São Paulo não teria criado 645 e Minas Gerais 853. Por isso, eles criaram tantos e depois apresentaram uma regra restringindo a criação, porque eles já estavam com o problema deles resolvido”, disse o secretário. Eron afirma que, se quisesse, a Assembleia do Amazonas já teria criado novos municípios antes mesmo da aprovação do PLS 98, porque a legislação permite. “A Assembleia dormiu em berço esplêndido”, afirmou.
Para Gilson Gil, é uma ilusão acreditar que as comunidades serão melhor assistidas se virarem municípios. Segundo ele, a aprovação do PLS 98/2002 não vem acompanhada de nenhuma medida que elimine a dependência econômica do interior do Amazonas dos governos Estadual e Federal.
“O grande problema do nosso interior é a insustentabilidade econômica. Praticamente a totalidade dos municípios vive de repasse e convênios. Essa tentativa de criar municípios, na realidade, não traz nenhum projeto econômico alternativo, nem para os novos ou antigos municípios. O problema continuará”, afirma Gilson Gil.
O presidente da CNM entende que para muitas comunidades, a condição de se tornar um ente emancipado promoverá cidadania aos seus moradores. “Há áreas aí na Amazônia, distritos, que as pessoas não conseguem sequer ter acesso a uma certidão de nascimentos. Por isso essas regiões precisam ser incentivadas a buscarem uma autonomia”, diz Paulo Ziulkoski.
Gilson Gil afirma que os parlamentares que levantam a bandeira a favor de novos municípios estão mais interessados nos dividendos políticos do que no desenvolvimento das localidades. “Os atuais municípios não têm orçamento para se manter, e vivem sofrendo quebra-quebra e protestos por falta de dinheiro. Não será criando ou desmembrando que o dinheiro surgirá. É uma ilusão. Para alguns, isso é apenas uma manobra política de políticos que não têm vez em outros municípios”, disse o cientista social.
Nesse ponto, Paulo Ziulkoski concorda com Gilson Gil. Sai caro a manutenção da máquina administrativa. “O problema no Brasil é o custo desse novo ente. É muito alto. Teria que reduzir. Uma cidade pequena não precisa do volume de secretarias que vemos hoje”, comenta o presidente da CNM.
Plebiscito
A exigência de plebiscito na comunidade que quer se emancipar e na sede do município, além do número mínimo de habitantes, ainda são entraves à criação de novas cidades, apontou Paulo Ziulkoski. “Se aplicar essa lei nos municípios de hoje, 47% deles não se encaixariam nela”, diz o presidente da CNM.
Diferenças
O cientista político Gilson Gil diz que não é um bom exemplo comparar o Amazonas com a realidade do Sudeste. “Minas tem quase mil municípios, e uma das regiões mais pobre do País, que é o Vale do Jequitinhonha. E São Paulo não tem só municípios ricos. Agora são Estados que possuem infraestrutura e um parque industrial consolidado”.
‘Se fosse ruim SP não teria 645 cidades’
Primeiro a defender a criação de mais municípios no Amazonas, o secretário de Estado de Produção Rural, Eron Bezerra, diz que, na atual situação, as comunidades do Amazonas estão excluídas socialmente. “Você pega uma comunidade rural que não tem nada lá. Na hora que você bota ali uma sede municipal, obrigatoriamente, vai ter cartório, posto, delegacia, uma escola, um hospital. Vai ter serviços públicos para atender a população”, disse.
Para Eron, os Estados do Sudeste são contra novos municípios porque não querem dividir os repasses federais. “Se município fosse ruim, São Paulo não teria criado 645 e Minas Gerais 853. Por isso, eles criaram tantos e depois apresentaram uma regra restringindo a criação, porque eles já estavam com o problema deles resolvido”, disse o secretário. Eron afirma que, se quisesse, a Assembleia do Amazonas já teria criado novos municípios antes mesmo da aprovação do PLS 98, porque a legislação permite. “A Assembleia dormiu em berço esplêndido”, afirmou.
Comentários em ordem cronológica
Total 4 comentários
Os vagabundos de plantão que estão afoitos por esta aprovação para
virarem candidatos neste lugares que carecem de informação e recursos de
nossa má administração estadual e federal........
Presidente do Conselho Nacional dos Municípios discorda, kkkkkkkkkkkkkkkkkkk
esse presidente com certeza tem interesse em ganhar alguma coisa, não tenham duvida....e ver se vcs por favor comentam o meu comentário.
BRASIL! AQUI O PALHAÇO É VOCÊ!
esse presidente com certeza tem interesse em ganhar alguma coisa, não tenham duvida....e ver se vcs por favor comentam o meu comentário.
BRASIL! AQUI O PALHAÇO É VOCÊ!
De fato, criar novos municípios com "insustentabilidade econômica"
somente interessa a políticos interessados apenas em criação de seus
próprios cargos porque é a população que garantirá o pagamento dessa
conta; jamais estão preocupados no desenvolvimento das localidades...
isso é realidade no Brasil, INFELIZMENTE !!!.
Falar de certos a suntos comparando o Amazonas e Brasil é muito
complicado. o Amazonas tem situações impar de um pais fora do Brasil o
caso é a situação da criação de novos municípios. certo que tem uma
dependência do governo estadual e federal. mas você sabia que a unica
forma de chegar a presença do poder publico necas cidades é desta forma.
poucos brasileiros e ate amazonense conhece o não terios do Amazonas,
alias nim quem quer vim se quer para o interior, quando vem é correndo
sem se quer procurar conhecer a realidade. um abraço e convido a fazer
um estagio probatório aqui no interior na cidade de Tefé vizinha de uma
comunidade que postula a ser município (Cai ambé)
Frank Chaves
Isso é uma vergonha, esses políticos interessados nessa
situação, deveriam antes de qualquer coisa, levar industrias, fornecimento
regular de energia elétrica, e principalmente emprego, tanto para as cidades
sede, quanto para sua vilas, que sempre forma abandonadas. Comungo da opinião
do sociólogo Gilson Gil, a questão esta focada no momento pré-eleitoral, e todo
mundo quer na realidade empolgar a população desses lugares, para pegar os seus
votos, independente dos seus pleitos serem acatados do ponto de vista legal. O
interesse politico, está escondido por trás dessa situação de divisão
municipal. Afirmo que isso, só vai tornar as Vilas mais dependentes do que já
são, e pior ainda, isso vai prejudicar os municípios desmembrados, onde suas
arrecadações municipais vão cair drasticamente, os seus repasses estaduais e
federais, o FPM vai diminuir, e por conta disso, uma cascata de investimento públicos,
serão reduzidos. Isso é uma tremenda palhaçada, e o pior que ainda tem gente se
empolgando com isso. Seria melhor que brigassem para aumentar os empregos, a
implantação de industrias, a demando de cursos profissionalizantes, de
investimento na saúde, na melhoria das estradas e coisas do gênero. Tem um
pessoal aí, que lutar pela quantidade e não pela qualidade de vida. Pensam na
quantidade de votos e de seguidores. Deveriam gastar suas energias e suas
mentes iluminadas na geração de emprego e renda e principalmente da melhoria da
educação do povo do interior do nosso Estado e não na fragmentação dos parcos
recursos existentes na sedes municipais já existentes.
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