quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Índios Tenharim não abrem mão do pedágio em Humaitá (AM) e representantes cobram respostas

Frente Parlamentar em Defesa dos Povos Indígenas disse que não vai tomar a defesa de índios da região de Humaitá, no Amazonas, se for comprovada a responsabilidade deles no desaparecimento de três moradores da cidade







Trabalho dos militares que buscam pistas de desaparecidos
Trabalho dos militares que buscam pistas de desaparecidos (Clovis Miranda)

Frente Parlamentar em Defesa dos Povos Indígenas da Câmara dos Deputados não vai tomar a defesa de índios da região de Humaitá, no Amazonas, se for comprovada a responsabilidade deles no desaparecimento de três moradores da cidade. A afirmação é do presidente da frente, deputado Padre Ton (PT-RO).
Por outro lado, os índios Tenharim negam qualquer envolvimento com o desaparecimento do professor Steff Pinheiro de Souza, o representante comercial Luciano Ferreira Freire e funcionário da Eletrobrás Amazonas Energia Aldeney Ribeiro Salvador, que viajavam pela rodovia Transamazônica (BR 230), de Humaitá rumo a Apuí, no Sul do Amazonas, trajeto cortado pela área de reserva dos indígenas.

Resposta do governo
O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS), disse que a Funai é cúmplice da situação e cobrou a investigação por parte do Governo Federal. “A Funai é subordinada ao Ministério da Justiça. Queremos que o ministro tome as providências cabíveis, que o próprio advogado-geral da União tome as providências cabíveis”, declarou.
“A Funai está mancomunada com os índios que estão fazendo isso. É uma meia dúzia de índios que estão se aproveitando da situação e fazendo acontecer o que está acontecendo, colocando em risco brancos e índios também”, disse Heinze.
Uma força-tarefa da Polícia Federal faz buscas na região. Há poucos dias, foram encontrados restos de um carro incendiado próximo de uma aldeia Tenharim, que está sendo periciado.
O mediador apontado para o conflito, bispo dom Francisco Merkel, afirmou que as desavenças começaram em 2006, após a instalação de pedágios cobrados pelos índios na Transamazônica.
A Justiça Federal determinou o envio de cópia do processo sobre a segurança dos índios na reserva Tenharim à Comissão Interamericana de Direitos Humanos para que o órgão internacional tome ciência dos fatos e analise se a postura do Estado brasileiro no caso está em sintonia com acordos internacionais.

Ministério Público do Amazonas
O Corregedor Geral do Ministério Público do Estado do Amazonas, procurador de Justiça José Roque Nunes Marques, está no município de Humaitá, ao sul do Estado, para conversar com uma comissão que está empenhada em conter os conflitos que atingem a região.
"Fizemos uma avaliação de todo o processo de condução do caso e queremos, em primeiro lugar, tranquilizar a população do município. Estamos ajudando na apuração do caso e a postos para atender a comunidade. Dois promotores estão sendo deslocados para Humaitá para também auxiliar no trabalho", disse o Corregedor, que visitará a área do conflito no fim da tarde.
Além do Corregedor, o Comandante Geral do CMA, Gen. Eduardo Vilas Boas e representantes da 17ª  Brigada de Porto Velho, do 54º Batalhão de Infantaria de Selva, da 12ª Região Militar, do CPE, do 4º Batalhão de Polícia de Humaitá, e ainda representantes das Polícias Rodoviária e Federal, estão em busca de soluções urgentes para os conflitos.

Índios não abrem mão do pedágio 
A comissão visitou no fim da tarde de segunda-feira (6), a aldeia dos índios Tenharim e conversou com as lideranças da tribo. Uma das questões levantadas foi da cobrança do pedágio.
Os índios disseram que ela vai continuar. Eles justificma a cobrança do pedágio com argumentos contundentes. Dizem que necessitam dessa renda para evitar que integrantes da tribo cedam ao tráfico de entorpecentes e que o pedágio evita também que eles sejam obrigados a fazer o cultivo de plantas alucinógenas.
Os Tenharim vão reabrir dia 1º de fevereiro os pedágios na Transamazônica. A cobrança será feita apesar da ameaça de um novo ataque dos brancos que, no dia 26 de dezembro, atearam fogo aos postos instalados na área indígena. 
Os caciques prometeram estourar as pontes e isolar a reserva caso haja novo ataque dos brancos. Eles foram informados de que estaria sendo preparada uma nova ação para o próximo dia 14 de janeiro.
"O povo tenharim já decretou que o pedágio vai continuar, independente dos protestos de algumas pessoas. Demos um intervalo para não atrapalhar a força-tarefa (que busca os desaparecidos)", anunciou o cacique Aurélio Tenharim.   (*ACRITICA.COM - Com informações da Agência Câmara Notícias)

E onde fica o direito de ir e vir?
Se índio cobrar pedágio, os negros também tem que cobrar, o s caboclos também tem que cobrar, e porque os brancos também não podem cobrar. Isso é uma papagaiada, pois ninguém pode impedir o direito de ir e vir da pessoas, isso está na constituição federal. E quando o pedágio é cobrado, a lei aponta para aquelas rodovias que foram privatizadas e que tem um excelente serviço de acesso, asfalto e sinalização de primeira qualidade. Coisa totalmente antagônica ao caso da passagem da estrada dos Tenharim, que trata-se de uma estrada de terra, cheia de buracos e total ausência de pontos de apoio e sinalização de trânsito. Se o governo autorizar isso, vai abrir precedente para qualquer outro movimento popular, comunidades afrodescendentes, comunidades ribeirinhas, colônia de agricultores e entidades afins, a fazerem o mesmo, usando a justificativa da falta de recursos para subsistência. Além do fato de que se escondem por trás das prerrogativas étnicas, para terem somente direitos e não deveres. E como se não bastasse, ainda tem o fato do sumiço das três pessoas, que segundo fortes suspeitas, possivelmente suas vidas tenham sido ceifadas, por conta de um índio bêbado que dirigia uma moto na rodovia e cai de moto, vindo a falecer do acidente, e os índios parecem ter achado que ele foi vitimado por acidente na estrada por um veiculo com as características do carro das três vitimas que estão sumidas. Isso é uma vergonha.

E se está faltando assistência aos índios, isso é culpa da FUNAI que está falida e principalmente do Governo Federal, que é tem a tutela das nações indígenas do Brasil e de todos os índios que delas fazem parte, o qual tem deixado os povos indígenas entregues a sua própria sorte a muitos anos. Se existe um culpado nessa história, certamente o governo federal encabeça essa culpa em gênero, numero e grau, o resultado desses conflitos, emergem da total de ausência das politicas publicas de Estado nas aldeias, nas comunidades quilombolas, comunidades rurais e outros tipos de organização social com as mesmas características.

Agora é interessante se reconhecer que a estrada BR-319, está também abandonado pelo governo federal de igual forma, e que os índios devem ter proteção eu até concordo, agora dar direito a eles de cobrarem pedágio só porque são índios, isso é uma imoralidade e violação de um dos direitos fundamentais de nossa carta magna, que é o direto de ir e vir! 



A saber: 



Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; - (Frank Chaves)

Como pudemos perceber a revolta dos índios no sul do Amazonas, se dá pela inoperância da FUNAI, que está ocupada a mais de 3 meses a sua sede localizada em Manaus, que aliás está falida, principalmente pelo abandono do Governo Federal, que não está arcando com as políticas publicas de apoio a saúde, educação, e subsistência das comunidades etnicas do Estado do Amazonas e do país como um todo, e quando atua é com medidas paliativas. E isso não é culpa dos índios e nem dos não indios, é culpa do governo federal que assumiu a sua proteção legal e os abadonou a sua própria sorte. E descaradamente o governo e pessoas com outros interesses, as vezes alheios a própria vontade dos indivíduos envolvidos, continuam a incentivar a criação de  novas reservas e comunidades etnicas, para depois virar as costas para elas e deixa-los amargurando a sua própria existência! Nesse contexto, apresentamos um vídeo curto que bem esclarece essa questão por um personagem inserido no cerne desta polêmica!


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