quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Genoino é o 5º deputado ligado ao mensalão que renuncia; três perderam mandato

Os deputados federais Pedro Henry (PP-MT), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e João Paulo Cunha (PT-SP), condenados no julgamento do mensalão no STF, ainda mantêm os mandatos

O petista José Genoino foi o quinto deputado federal ligado ao caso do mensalão que renunciou para evitar a cassação do seu mandato. Além dele, também optaram por essa saída, em 2005, Bispo Rodrigues (do extinto PL, atual PR, do RJ), José Borba (PMDB-PR), Paulo Rocha (PT-PA) e Valdemar Costa Neto (PR-SP). Com exceção de Rocha, todos acabaram condenados pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Outros três parlamentares perderam o mandato por conta do episódio e mais cinco responderam a processo na Câmara, mas os casos acabaram arquivados.

Cronologia da prisão de Genoino

15.nov.2013 Genoino se entrega à Polícia Federal em São Paulo Leia mais
16.nov.2013 Genoino é transferido para o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília Leia mais
17.nov.2013 Segundo relatos de familiares, ele passou mal na prisão Leia mais
19.nov.2013 Laudo do IML afirma que Genoino é "paciente com doença grave" Leia mais
21.nov.2013 Genoino passa mal e é levado para o Instituto de Cardiologia do Distrito Federal. No mesmo dia, Joaquim Barbosa determina a realização de perícia médica no deputado Leia mais
23.nov.2013 Junta médica indicada pelo STF analisa Genoino Leia mais
24.nov.2013 Genoino tem alta do Instituto de Cardiologia e vai para a casa de uma filha que mora em Brasília, em prisão domiciliar até uma decisão do STF Leia mais
26.nov.2013 Laudo da junta médica indicada pelo STF afirma que não "é imprescindível a permanência domiciliar fixa" Leia mais
27.nov.2013 Laudo da junta médica da Câmara dos Deputados, que analisa seu pedido de aposentadoria por invalidez, rejeita pedido de aposentadoria de Genoino e diz que doença não é grave Leia mais
Preso há quase 20 dias, Genoino teve a sua carta de renúncia entregue na terça-feira (3) quando a Mesa Diretora da Câmara votava pela abertura do seu processo de cassação. No caso dos demais deputados envolvidos ou citados no esquema de corrupção, a renúncia veio depois que o processo já tinha sido aberto. O objetivo era evitar a perda de direitos políticos em razão da cassação. Desde 2010, porém, a Lei da Ficha Limpa torna inelegível por oito anos quem abrir mão do cargo para escapar da cassação.
Outra diferença para a situação atual é que Genoino teria uma dificuldade maior para transpor uma vez que enfrentaria um plenário impedido de se esconder atrás do voto secreto. O Congresso promulgou na semana passada a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que acaba com o voto secreto em processos de cassação de parlamentar.
Os ex-deputados José Dirceu (PT-SP), ministro da Casa Civil à época do escândalo, Pedro Corrêa (PP-PE) e Roberto Jefferson (PTB-RJ), delator do mensalão, não renunciaram e acabaram perdendo os mandatos.
Preso no Complexo Penitenciário da Papuda, Dirceu foi condenado por corrupção ativa e formação de quadrilha. Também condenados pelo Supremo, Corrêa e Jefferson aguardam ordem da Justiça para cumprirem suas respectivas penas.
Condenados pelo STF, Pedro Henry (PP-MT), Romeu Queiroz (PTB-MG) e João Paulo Cunha (PT-SP), além de José Janene, morto em 2010, antes de ocorrer o julgamento, também responderam a processo na Câmara, mas, ao final, por motivos diversos, não foram adiante e acabaram arquivados. Henry, Cunha e Valdemar Costa Neto são atualmente detentores de mandato na Câmara e estudam renunciar.
Queiroz já está preso e Henry espera a Justiça determinar a sua prisão. Cunha está em liberdade porque ainda tem recurso para ser julgado, o que deve acontecer no ano que vem.
Citado no mensalão, o deputado Professor Luizinho (PT-SP) também teve processo instaurado no Conselho de Ética, mas o parecer favorável à perda do mandato foi rejeitado em plenário. Ele acabou absolvido pelo STF.

Fernanda Calgaro
Do UOL, em Brasília
Alan Marques/Folhapress; Leonardo Prado/Agência Câmara e Renato Silvestre/AE

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