Quanto à questão das comunidades étnicas do
município de Itacoatiara, penso que precisam se encontrar caminhos para
definir primeiramente suas próprias identidades, enquanto componentes do
espaço geográfico, histórico, humano e político em que
se encontram! Pois não adianta sair por aí transformando pessoas
comuns, principalmente caboclos ribeirinhos em índios ou em descendentes
de escravos, sem que eles tenham dentro de suas próprias naturezas e
existências étnicas, laços consanguíneos e culturais diretos, que
assumam naturalmente e possam faze-los sentirem-se como tal, para que
sustentem suas afirmações étnicas. Devemos ter cuidado, principalmente
com as comunidades tradicionais, ao se depararem com aqueles indivíduos,
que possam chegar invadindo o seu habitat, achando que tem o domínio da
verdade absoluta, sem respeitar as individualidades, o contexto social e
o cotidiano dos atores sociais envolvidos. O pior erro é querer tornar
índios, brancos em sua natureza humana, bem como, tornar negros, aqueles
que não querem ter nenhuma relação com os escravos do período colonial.
É importante reconhecer que não adianta simplesmente criar
aldeias indígenas e comunidades quilombolas pura e simplesmente por criar, e
depois deixa-los entregues a sua própria sorte! E por fim toda essa discussão
ideológica, parece-me servir mais para marcar território. Penso que uma ação
histórica que envolve a mudança de vida das pessoas, principalmente no que
tange a criação de novos grupos étnicos é coisa muito séria. Até porque conheço
muito bem as duas áreas em voga e acompanho os seus desdobramentos a muito
tempo. A criação da Comunidade Indígena do Rio Urubu e sua demarcação, causou
sérios prejuízos para os moradores da região, apenas um pequeno grupo se
beneficiou. Antes tinham uma realidade mas tinham autonomia para movimentar sua
economia e as terras onde moravam eram suas por lei, agora estão confinados
dentro de uma área geográfica, na qual seu modo de vida teve que ser totalmente
alterado, as terras onde moram, agora pertencem ao governo federal e tudo isso,
porque chegou um padre um dia lá e resolveu transformar o seu habitat em uma
reserva indígena. E agora aquele padre não está mais lá, para ajudá-los a se
adaptarem e a sobreviverem dentro de uma nova realidade econômica, étnica e
cultural. Quando vejo as discussões sobre os afrodescendentes do lago de Serpa,
baseado no que aconteceu e no que está acontecendo com os moradores da área
demarcada pela FUNAI, assinada pelo ex-presidente Lula. Minhas preocupações se
voltam, para aquele povo humilde e pacato, que vive em total harmonia com a
natureza, sem nenhum tipo de amarras ideológica, econômica e cultural do lago
de Serpa. Que vivem de forma comum, e isso não afetou nem um pouco os seus
traços genéticos, nem tampouco maculou suas origens étnicas em todo seu
contexto. Uma coisa é fazer pesquisa, outra é colocar com suas próprias
palavras e opinião, uma situação que não foi resolvida de forma determinante,
pelo próprio grupo étnico estudado. Pois desde a criação da reserva indígena
Mura do Rio Urubu, ainda há muitas controvérsias e falta de uma determinação
consolidada, por parte dos moradores do lugar, se se aceitam como índio ou não,
se usam o Rani ou a identidade branca, conforme suas conveniências. Da mesma
forma, acontece no lago de Serpa, onde é notória a recusa por uma considerável
parte dos seus moradores, sobre a aceitação de serem descendentes de escravos africanos.
Fora a questão ideológica, é importante se refletir no que eram no passado,
como vivem no presente, e como serão no futuro, após a assinatura de um ato
jurídico que pode modificar suas vidas, deixando-os a mercê de sua própria
sorte, como estão os ditos “índios do Rio Urubu”. Ate porque o Governo Federal
parece incentivar essas práticas, mas no final das contas, não arca com as
consequências e foge a sua verdadeira responsabilidade.
Aqui em Manaus por exemplo, a sede FUNAI foi ocupada pelos índios a mais de dois meses e continua ocupada, para reivindicarem seus direitos e auxilio das famosas políticas publicas para o beneficio de sua comunidade, que ficam pura e simplesmente no mundo das ideias e no discurso hipócrita de certos cientistas sociais e do ministério da igualdade racial, que elaboram discursos ideológicos e ufanistas, e depois, ficam jogando a responsabilidade para os governos, estadual e municipal. Ter direitos a saúde, educação e a proteção do estado em todas suas vertentes, todos temos, a constituição brasileira preconiza isso independente do grupo étnico em que esteja. Penso que devemos encontrar soluções mais práticas para minorar suas dificuldades de subsistência e para a melhoria de sua qualidade de vida, acho pouco louvável arranjar-se fórmulas iluminadas para colocarmos comunidades tradicionais em pior situação do que já estão. Pois prezo pela manutenção de suas tradições, pelo uso sustentado do meio ambiente e para que as comunidades tradicionais gozem de sua cidadania plena e que de fato o governo federal, estadual e municipal façam a sua parte. Pois essas comunidades são guardiães de nosso meio ambiente e da singeleza de se viver em harmonia com a natureza e com seus semelhantes. E por fim, concordo que a pesquisa deve ter embasamento científico e um instrumental teórico metodológico apropriado. Mas que sobre tudo, deve ter responsabilidade, equidade e deve contribuir para o bem das comunidades em estudo, deve também especialmente servir de fonte para pesquisas futuras. É nesse contexto que se encontra o legado do pesquisador social. Pelo menos é o eu penso e cujo caminho me esforço em trilhar.
Aqui em Manaus por exemplo, a sede FUNAI foi ocupada pelos índios a mais de dois meses e continua ocupada, para reivindicarem seus direitos e auxilio das famosas políticas publicas para o beneficio de sua comunidade, que ficam pura e simplesmente no mundo das ideias e no discurso hipócrita de certos cientistas sociais e do ministério da igualdade racial, que elaboram discursos ideológicos e ufanistas, e depois, ficam jogando a responsabilidade para os governos, estadual e municipal. Ter direitos a saúde, educação e a proteção do estado em todas suas vertentes, todos temos, a constituição brasileira preconiza isso independente do grupo étnico em que esteja. Penso que devemos encontrar soluções mais práticas para minorar suas dificuldades de subsistência e para a melhoria de sua qualidade de vida, acho pouco louvável arranjar-se fórmulas iluminadas para colocarmos comunidades tradicionais em pior situação do que já estão. Pois prezo pela manutenção de suas tradições, pelo uso sustentado do meio ambiente e para que as comunidades tradicionais gozem de sua cidadania plena e que de fato o governo federal, estadual e municipal façam a sua parte. Pois essas comunidades são guardiães de nosso meio ambiente e da singeleza de se viver em harmonia com a natureza e com seus semelhantes. E por fim, concordo que a pesquisa deve ter embasamento científico e um instrumental teórico metodológico apropriado. Mas que sobre tudo, deve ter responsabilidade, equidade e deve contribuir para o bem das comunidades em estudo, deve também especialmente servir de fonte para pesquisas futuras. É nesse contexto que se encontra o legado do pesquisador social. Pelo menos é o eu penso e cujo caminho me esforço em trilhar.
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