terça-feira, 27 de março de 2012

Enchente de 2012 aponta risco de acidentes com animais peçonhentos aumenta com as chuvas

  Nesta época de chuvas é importante ficar atento e tomar cuidado para evitar acidentes com animais peçonhentos. Com as águas chegando nas casas, população das áreas alagadiças já sente o problema

Manaus - Com a enchente, animais peçonhentos como cobras, escorpiões, aranhas e arraias, além de  ratos e o caramujo africano começam a invadir as casas dos bairros São Raimundo e Glória, que ficam no leito do Rio Negro, ambos zona oeste de Manaus.
Só nos dois primeiros meses do ano, a Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT/HVD) atendeu 40 pacientes vítimas de acidentes com animais peçonhentos. Um crescimento de quase 43% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 28 casos. “Noventa por cento dos casos de acidentes com animais peçonhentos são com serpentes. As vítimas são pessoas adultas que mais se expõem, entre 20 e 40 anos de idade”, disse o chefe do Departamento Clínico da FMT/HVD, médico Antônio Magela Tavares.
O médico explicou ainda que esse crescimento  está relacionado com o período chuvoso mais intenso. “À medida que o rio vai subindo, os animais peçonhentos como cobras e aranhas vão em busca de abrigos secos. Por isso vêm para perto do homem”, disse.
O caramujo africano, segundo o médico, se reproduz mais no período chuvoso porque gosta de ambientes úmidos e entulhos para se proteger do sol.
Os moradores de palafitas localizadas na Ponte Sul-América  e no Beco Vitória, bairros São Raimundo e Glória reclamam do aparecimento de caramujos, ratos e até jacarés no local. “Rato aqui é normal. O pior de tudo são as cobras, jacarés e, principalmente, os caramujos que têm demais e estão entrando nas nossas casas”, disse. 
O marítimo Raimundo de Silva, 54, morador do Beco Vitória há 30 anos, disse que o aparecimento de ratos é comum. “Aqui tem muito rato e ‘carapanã’. O caramujo também está entrando nas nossas casas”, disse. 

Cuidados
No caso de acidentes com serpentes, escorpiões, aranhas, entre outros bichos peçonhentos, a medida correta é lavar o ferimento com bastante água e sabão e buscar atendimento imediato, na unidade de urgência mais próxima do acidente ou na FMT, que é a unidade de referência no Estado. “É importante se proteger, usando botas, luvas e ferramentas apropriadas na hora que for mexer com entulhos”, ressaltou o infectologista Antônio Magela Tavares.
De acordo com o médico, chegam à FTM, com muita frequência, pacientes que, na tentativa de impedir a circulação do veneno no organismo, acabam adotando medidas prejudiciais ao tratamento, como por exemplo, amarrar o membro atingido, colocar produtos como café e álcool sobre o ferimento, sugar o veneno com a boca e até cortar o local da picada. “Atitudes equivocadas podem gerar uma infecção secundária, deixando a situação ainda mais grave”, esclareceu.
Além da rapidez no atendimento, outra medida importante é tentar identificar o animal que ocasionou o ferimento. “Conhecendo o animal, podemos administrar no paciente um soro específico para neutralizar aquele tipo de veneno. Se for possível capturar o animal, é importante trazê-lo em um recipiente para mostrá-lo ao profissional na hora do atendimento”, frisou.
Nem sempre a pessoa que sofreu acidente com bicho peçonhento será medicada com soro, conforme salientou Magela. “Às vezes, a quantidade de veneno injetado pelo animal é insuficiente para causar envenenamento. Nesta situação, não será preciso administrar o soro. A avaliação, entretanto, deverá ser feita por um profissional de saúde. De todo modo, o paciente permanecerá em observação”, destacou.
Os sintomas por envenenamento mais comuns são dor, inchaço e sangramento progressivo. “Quando a picada é causada por jararacas, pode ocorrer insuficiência renal, cujo principal sinal é diminuição do volume de urina”, concluiu.

26 Mar 2012 . 21:03 h . Lilian Portela .

Um comentário:

Frank Chaves disse...

Tudo isso é consequeência e motivo de preocupação para as areas costumeiramente afetadas pela enchente de ITACOATIARA, Por isso é melhor prevenir do que remediar!

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