Muito tem se discutido a respeito das melhorias necessárias na política educacional atinentes ao professor, principalmente o quesito salário. Há quem diga que o principal fator negativo é lack of commitment, a falta de compromisso do professor. Há quem defenda uma política educacional que proponha melhorias sem necessariamente mexer no salário do professor (como Gustavo Ioshpe). Porém, uma política educacional eficaz deverá sim levar em conta a remuneração.
Se o principal problema é a falta de compromisso do professor, investiguemos a origem dessa falta de compromisso. Aposto que pode ser a baixa atratividade da profissão tendo em vista o pouco reconhecimento e também – principalmente – o baixo salário. Ninguém trabalha de graça. O problema, muitas vezes, daqueles que dizem que “não é só questão de salário” é que na verdade eles não querem que o salário seja problema. O salário nunca é o problema. Querem contornar o problema de tudo quanto é jeito, saindo pela tangente, sem mexer no salário.
O baixo reconhecimento social e salarial do professor, considerando que antes era uma profissão mais prestigiada, faz com que ele tenha que trabalhar em 2, 3 empregos para se manter. Assim, ele não tem tempo para aproveitar o dinheiro que ganha. Também não tem tempo para estudar, atualizar-se e pesquisar sobre aquilo que leciona (o que afeta diretamente a qualidade do ensino).
Incompetência tem em todo lugar. Mas o professor – o professor mesmo, não esses figurões que usam com exemplo pra desvalorizar a profissão – pela importância do trabalho que exerce, deveria ser do time do advogado, do engenheiro e etc. Temos que pensar numa política macro, poliefetiva, não em casos aqui e ali de falta de profissionalismo. E isso teria que passar sim por melhoria no salário do professor, que tem chutado o balde justamente por ter sido tratado antes como lixo do que qualquer coisa.
Não é só com a profissão de professor que há insatisfação com o salário, mas, comparando a situação do professor com a de outras profissões, o professor o salário do professor está muito aquém do que seria justo e sensato.
Todos merecem salário digno sim, mas é possível estabelecer uma cadeia de valoração em termos de salário. O salário de um profissional depende em grande conta da procura por essa profissão. Mas no caso do professor, a procura é grande, mas o salário continua baixo, o que diminui a atratividade da profissão, faz com que cada vez mais jovens desistam de seguir a profissão (ou sigam por falta de opção e não gosto pessoal, o que pode fazer com que mudem logo de ramo) e, com menos professores (menos oferta), há menos concorrência, menos opções de escolha, e isso afeta diretamente a qualidade do ensino.
http://examedevista.wordpress.com/2011/08/07/politica-educacional-e-remuneracao-do-professor/
Salário do Professor no Brasil é o 3º Pior do Mundo!
CNTE (Conf. Nac. dos Trabalhs. na Educação) – O professor brasileiro de primário é um dos que mais sofre com os baixos salários.
É o que mostra pesquisa feita em 40 países pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) divulgada ontem, em Genebra, na Suíça. A situação dos brasileiros só não é pior do que a dos professores do Peru e da Indonésia.
Um brasileiro em início de carreira, segundo a pesquisa, recebe em média menos de US$ 5 mil por ano para dar aulas. Isso porque o valor foi calculado incluindo os professores da rede privada de ensino, que ganham bem mais do que os professores das escolas públicas. Além disso, o valor foi estipulado antes da recente desvalorização do real diante do dólar. Hoje, esse resultado seria ainda pior, pelo menos em relação à moeda americana.
Na Alemanha, um professor com a mesma experiência de um brasileiro, ganha, em média, US$ 30 mil por ano, mais de seis vezes a renda no Brasil. No topo da carreira e após mais de 15 anos de ensino, um professor brasileiro pode chegar a ganhar US$ 10 mil por ano. Em Portugal, o salário anual chega a US$ 50 mil, equivalente aos salários pagos aos suíços. Na Coréia, os professores primários ganham seis vezes o que ganha um brasileiro.
Com os baixos salários oferecidos no Brasil, poucos jovens acabam seguindo a carreira. Outro problema é que professores com alto nível de educação acabam deixando a profissão em busca de melhores salários.
O estudo mostra que, no País, apenas 21,6% dos professores primários têm diploma universitário, contra 94% no Chile. Nas Filipinas, todos os professores são obrigados a passar por uma universidade antes de dar aulas.
A OIT e a Unesco dizem que o Brasil é um dos países com o maior número de alunos por classe, o que prejudica o ensino. Segundo o estudo, existem mais de 29 alunos por professor no Brasil, enquanto na Dinamarca, por exemplo, a relação é de um para dez.
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o salário médio do docente do ensino fundamental em início de carreira no Brasil é o terceiro mais baixo do mundo, no universo de 38 países desenvolvidos e em desenvolvimento. O salário anual médio de um professor na Indonésia é US$ 1.624, no Peru US$ 4.752 e no Brasil, US$ 4.818, o equivalente a R$ 11 mil. A Argentina, por sua vez, paga US$ 9.857 por ano aos professores, cerca de R$ 22 mil, exatamente o dobro. Por que há tanta diferença?
É o que mostra pesquisa feita em 40 países pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) divulgada ontem, em Genebra, na Suíça. A situação dos brasileiros só não é pior do que a dos professores do Peru e da Indonésia.
Um brasileiro em início de carreira, segundo a pesquisa, recebe em média menos de US$ 5 mil por ano para dar aulas. Isso porque o valor foi calculado incluindo os professores da rede privada de ensino, que ganham bem mais do que os professores das escolas públicas. Além disso, o valor foi estipulado antes da recente desvalorização do real diante do dólar. Hoje, esse resultado seria ainda pior, pelo menos em relação à moeda americana.
Na Alemanha, um professor com a mesma experiência de um brasileiro, ganha, em média, US$ 30 mil por ano, mais de seis vezes a renda no Brasil. No topo da carreira e após mais de 15 anos de ensino, um professor brasileiro pode chegar a ganhar US$ 10 mil por ano. Em Portugal, o salário anual chega a US$ 50 mil, equivalente aos salários pagos aos suíços. Na Coréia, os professores primários ganham seis vezes o que ganha um brasileiro.
Com os baixos salários oferecidos no Brasil, poucos jovens acabam seguindo a carreira. Outro problema é que professores com alto nível de educação acabam deixando a profissão em busca de melhores salários.
O estudo mostra que, no País, apenas 21,6% dos professores primários têm diploma universitário, contra 94% no Chile. Nas Filipinas, todos os professores são obrigados a passar por uma universidade antes de dar aulas.
A OIT e a Unesco dizem que o Brasil é um dos países com o maior número de alunos por classe, o que prejudica o ensino. Segundo o estudo, existem mais de 29 alunos por professor no Brasil, enquanto na Dinamarca, por exemplo, a relação é de um para dez.
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o salário médio do docente do ensino fundamental em início de carreira no Brasil é o terceiro mais baixo do mundo, no universo de 38 países desenvolvidos e em desenvolvimento. O salário anual médio de um professor na Indonésia é US$ 1.624, no Peru US$ 4.752 e no Brasil, US$ 4.818, o equivalente a R$ 11 mil. A Argentina, por sua vez, paga US$ 9.857 por ano aos professores, cerca de R$ 22 mil, exatamente o dobro. Por que há tanta diferença?
http://rnblogprog.org/2012/01/11/salario-do-professor-no-brasil-e-o-3o-pior-do-mundo/
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