Pesquisa desenvolve biocombustível a partir de espécies vegetais da Amazônia
Projeto estudou o potencial de espécies amazônicas para a produção de novos combustíveis de origem vegetal, menos poluentes
O pinhão manso foi a espécie pesquisada que apresentou melhor desempenho para obtenção de biocombustível
Obter
biocombustível a partir de espécies vegetais do bioma amazônico e
utilizar essa fonte de energia ‘limpa’ para fornecer energia elétrica
para comunidades isoladas da Amazônia.
Esse
é o objetivo de um projeto que está sendo coordenado pela professora da
Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Cristiane Daliassi, em
parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e a
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
O
projeto ‘Estudo e caracterização de espécies oleaginosas do Estado do
Amazonas para produção de biodiesel’ estudou o potencial de espécies
amazônicas para a produção de novos combustíveis de origem vegetal,
menos poluentes.
O estudo foi
financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas
(Fapeam), por meio do Programa Integrado de Pesquisa e Inovação
Tecnológica (Pipt).
A pesquisa
De
acordo com a coordenadora do projeto, o primeiro passo foi realizar um
levantamento das espécies oleaginosas do Amazonas, juntamente com o Inpa
e a Embrapa. A partir da escolha das espécies a serem pesquisadas, as
plantas foram levadas para o Laboratório de Pesquisa e Ensaio de
Combustíveis (Lapec), para a extração do óleo, contou Daliassi.
“Utilizamos
o pinhão manso, presente na região de Itacoatiara, o óleo de maracujá,
extraído das sementes da fruta, também o babaçu, muito comum em Autazes
(interior do Amazonas), além do óleo de virola e piramium”, relatou a
pesquisadora.
Os frutos ainda
passaram por um estudo do seu poder calorífico antes de serem submetidos
a dois tipos de processos químicos: o craqueamento – que consiste na
quebra das moléculas, usando uma fonte de aquecimento – e a
transesterificação, onde a quebra das moléculas ocorre por meio da
mistura do óleo com álcool.
“No caso
dos óleos vegetais, nossa intenção com o craqueamento é obter
hidrocarbonetos com propriedades semelhantes à gasolina. Já no processo
de transesterificação, misturamos o óleo ao álcool utilizando
catalisadores para obter uma molécula menor, com características mais
próximas do diesel, que pode ser utilizada como um combustível mais
limpo”, explicou.
Segundo a
pesquisadora, entre as espécies amazônicas pesquisadas, o pião manso foi
a que se mostrou mais promissora em ambos processos químicos.
“Por
conta disso, ela já está sendo alvo de estudos no Brasil inteiro. Na
nossa região também é uma espécie muito promissora, principalmente para
viabilizar ou aumentar o abastecimento energético de populações
isoladas”, analisou.
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