sexta-feira, 2 de março de 2012

NOTA DE REPÚDIO


Minha esposa acabou de chegar em casa muito triste. Pois ano passado, ela foi estimulada pelo corpo técnico da Escola Estadual Carlos Mestrinho, aceitou o desafio e se esforçou muito para fazer um projeto para apresentar para a Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Amazonas - FAPEAM e SEDUC. Após dias de pesquisa e dedicação o Projeto “TEIA DO SABER”, que objetiva incentivar a leitura na escola e na comunidade, foi aprovado, sendo o único da escola na área de língua portuguesa. A escola ganhou pontos em sua avaliação na SEDUC por conta disso. A sua primeira fase foi concluída em 2011, e estava planejado para reiniciar a segunda fase, agora em fevereiro de 2012. Mas a autora e coordenadora do projeto, teve o seu contrato finalizado em dezembro de 2011. E foi dada a esperança de que ela ficaria na Escola de origem, para dar continuidade no projeto que está em curso. Pois tinha também sido aprovada no processo seletivo de 2012. Todavia, agora foi dispensada e dito a ela, que deveria encerrar o projeto, pois não tinha lotação para ela na escola, mesmo o projeto estando em sua plena vigência. Isso é um verdadeiro banho de água fria em uma profissional dedicada e interessada em abrir novas oportunidades, com profundo interesse em enriquecer o seu conhecimento e de seus alunos, além de enriquecer o histórico escolar dos mesmos. No caso foram cinco alunos selecionados, os quais deixarão de receber uma bolsa mensal de R$ 120,00. Os quais estão decepcionados e tristes com a súbita notícia. Após terem participado de várias reuniões, além de seus pais terem se dedicado a tirar documentação para que seus filhos pudessem participar de um projeto de iniciação científica, patrocinada pela SEDUC e FAPEAM, Esses alunos seriam beneficiados com reforço escolar e participação na prática e no desenvolvimento da leitura e da escrita na escola e na comunidade. Confesso que além dela, eu fiquei muito decepcionado com o nosso sistema de ensino do Estado do Amazonas sediado em Itacoatiara, o qual incentiva o profissional a produzir e a se dedicar ao ensino público, além de provocar e despertar o interesse de seus alunos para a prática e desenvolvimento da pesquisa na escola. Para no final, jogar tudo isso no ralo. Isso é uma tremenda falta de compromisso com a educação, falta de estímulo à pesquisa, falta de consideração com os profissionais da educação e descaso com o desenvolvimento intelectual dos seus alunos. O mais duro em tudo isso foi ouvir da minha esposa, que é pós-graduanda e dedicada ao seu trabalho, talvez por mágoa do sistema, ter me falado que nunca mais vai fazer projeto para escola pública, por se achar injustiçada e verificar que todo o seu esforço foi inútil.


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