Anselmo D’Afonseca, veterinário do Inpa, tira fotos desde 1989 e já teve o trabalho exposto em mostras, revistas e livros.
Yago Ferreira - portalamazonia@redeamazonica.com.br
A o bicho preguiça no olhar do veterinário. Foto: Anselmo D'Afonseca/Inpa |
Fotografar sempre esteve no gosto do médico de animais. Entretanto, no início, a grande fascinação era pela ‘Macrofotografia’, tipo de captura que é voltada aos pequenos objetos, mostrando aos olhos dos apreciadores detalhes muitas vezes invisíveis a olho nu. “Sempre gostei de fotografia, como a maioria das pessoas. Mas lembro que o mais encantador para mim eram as fotos macro que via em revistas e livros. Em 2002, já em Manaus, comprei um equipamento usado que tinha lentes para este tipo de trabalho e desde então não parei mais”, contou D’Afonseca.
O que começou como lazer, hoje é reconhecido e já foi apresentado em vários lugares. Segundo D’Afonseca, o trabalho ganhou espaço nos meios de comunicação. “Fiz três exposições em Manaus e uma em minha cidade natal. Já tive fotos publicadas em jornais livros e revistas nacionais e internacionais. Muitas imagens minhas já foram publicadas em material de cunho científico. Também fiz no ano passado, um Workshop de Fotografia de Aves promovida pelo Museu da Amazônia (Musa)”, ressaltou.
Para D’Afonseca, a fotografia pode ser usada como instrumento na luta pela preservação ambiental. Ele citou o site Wikiaves como exemplo. Criado há três anos por um analista de sistemas, o site conta com quase dez mil usuários no Brasil e alguns do exterior. “Existem centenas de histórias de pessoas que agora começam a descobrir a nossa riquíssima Avifauna e todo o frágil sistema do qual elas, e nós dependemos para sobreviver. São milhares de novos defensores do meio ambiente que surgem todos os anos”, frisou o veterinário.
Cuidando de Animais
Além da fotografia, Anselmo nutre a paixão por animais. Em entrevista ao portalamazonia.com, ele contou que esse vínculo com a natureza começou cedo, por volta dos cinco anos de idade. “Lembro bem de gostar muito dos meus cães desde muito cedo. Também recordo que não perdia os episódios de Mundo Animal na televisão e também que com uns oito anos de idade adorava estar em contato com a natureza, mas de forma atravessada, no caso, era acompanhar meu pai quando ele saía aos domingos para caçar codornas no interior da Bahia”, disse.
De acordo com o especialista, os bichos que chegam até ele são vítimas do desmatamento, caça, tráfico de animais e outras atividades humanas. “Cuidar e reabilitar estes animais é importante porque você tem a oportunidade de trabalhar para informar e chamar a atenção da sociedade sobre o que está causando o problema e tentar evitar que outros sejam as próximas vítimas”, destacou.
O conhecimento adquirido nos anos de carreira impactou o cotidiano do veterinário. Com o passar do tempo, ele ainda carrega os mesmos ideais. “Antes mesmo de me formar, ouvíamos muito sobre destruição ambiental, ameaça de extinção de espécies, etc. Eu pensava que poderia trabalhar de alguma forma para ajudar a reverter esse processo. Hoje, já não carrego tantas ilusões que tinha quando iniciei a minha carreira, mas acredito que ainda podemos mudar a forma de pensar da sociedade. No meu caso, a fotografia soma-se a Veterinária como um importante instrumento para sensibilizar as pessoas, revelando a beleza que estamos destruindo, ou conservando, em alguns casos”, concluiu.
Como resultado da experiência, o veterinário pretende lançar um livro de fotografia de aves da capital amazonense.
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