sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Indícios de superfaturamentos em portos do AM

A Secretaria de Controle Externo do Tribunal de Contas da União no Amazonas (Secex-AM) aponta 10 portos com suspeita de preços superfaturados, mas ressalta que esse não é posicionamento final


A Agecom informou nessa quinta-feira (26), que os oito terminais hidroviários investigados pelo TCU ainda não foram concluídos
A Agecom informou nessa quinta-feira (26), que os oito terminais hidroviários investigados pelo TCU ainda não foram concluídos (Divulgação)
 
A Secretaria de Controle Externo do Tribunal de Contas da União no Amazonas (Secex/AM-TCU) detectou indícios de superfaturamento ao investigar a aplicação de recursos federais em obras de 10 terminais hidroviários no interior do Estado.
A informação é da secretária de Controle Externo do TCU no Estado do Amazonas, Zenaide Fernandes da Silva. O Governo do Amazonas é responsável pela construção de oito dos 10 portos investigados pela Secex/AM - TCU.
As obras estão orçadas em R$ 103,7 milhões. Os outros dois terminais - no valor de R$ 22,5 milhões - são de responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes no Amazonas (Dnit-AM) e da Prefeitura de Maués.
Nessa quinta-feira (26), Zenaide disse que não poderia informar em quais dos 10 portos foram identificados os indícios de superfaturamento. Ela afirmou que, no decorrer das investigações, a Secex/AM-TCU detectou dados que apontam para esse tipo de ilegalidade.
“Mas é importante ressaltar que esse não é um posicionamento final. Tudo ainda vai ser avaliado pelos ministros do TCU”, declarou a titular da Secex/AM-TCU.
De acordo com Zenaide, desde 2008, a Secex/AM-TCU, em parceria com a Secretaria de Obras 4 do TCU, em Brasília, apura a aplicação de recursos federais nos terminais hidroviários de Itacoatiara, Maués, Careiro da Várzea, Manacapuru, Borba, Autazes, Boca do Acre, Lábrea, Novo Airão e Eirunepé.
Segundo a titular da Secex/AM-TCU, alguns processos investigatórios foram concluídos e já foram enviados a Brasília para apreciação dos ministros do TCU.
“Outros ainda estão tramitando aqui na Secex/AM-TCU, e outros na Secretária de Obras 4, em Brasília”, explicou Zenaide.
Na última quarta-feira, o governador do Amazonas, Omar Aziz (PSD), foi a público negar que o Governo dele tenha realizado obras fantasmas nos terminais hidroviários em construção no interior do Estado.
A acusação foi feita na terça-feira (24) pelo superintendente do Dnit-AM, Afonso Lins Jr, e publicada em A CRÍTICA na edição de quarta-feira. Entre 2005 e 2008, o Governo do Amazonas firmou convênios com o Governo Federal, via Ministério dos Transportes/Dnit, para a construção de 26 portos no interior do Estado. Mais de 90% das verbas são dos cofres federais.
Ao Estado, cabe executar as obras. Os oito terminais investigados pela Secex/AM-TCU, cujo Governo do Estado é responsável pela execução das obras, ainda não foram inaugurados. São eles: Itacoatiara, Careiro da Várzea, Manacapuru, Borba, Autazes, Boca do Acre, Lábrea e Eirunepé.

Governo aguarda conclusão
A Agência de Comunicação do Governo do Amazonas (Agecom) informou que o Governo não se posicionará sobre o caso antes que as investigações da Secex/AM-TCU sejam concluídas.
A Agecom afirmou que os oito portos investigados ainda não foram concluídos. Dos R$ 103,7 milhões, que é o valor total dos convênios para as obras, o Estado recebeu R$ 46,3 milhões, segundo a Agecom. O porto de Novo Airão foi construído pelo Dnit-AM. Segundo a assessoria do órgão, a obra foi inaugurada em maio de 2011. E custou R$ 14,5 milhões.

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