A urna funerária tem aproximadamente 800 anos e foi fabricada por povos nativos que viveram na região onde hoje fica Manaus
- Urna funerária encontrada no Centro Histórico de Manaus e que está em exposição na Tenda do Musa, no Jardim BotânicoFOTO: Divulgação/Musa
- Urna funerária feita por povos nativos pré-colombianos e encontrada no Centro Histórico de ManausFOTO: Divulgação/Musa
Uma urna funerária de aproximadamente 800 anos e medindo quase um metro de altura está em exposição ao público pela primeira vez na Tenda do Museu da Amazônia (Musa), no Jardim Botânico de Manaus, localizada no bairro Cidade de Deus, Zona Norte de Manaus.
A peça arqueológica foi resgatada há quatro anos durante obras de reforma do Paço da Liberdade, no Centro Histórico de Manaus. Ela faz parte do acervo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e foi cedida ao Musa para a exposição.
A urna é um dos mais expressivos objetos arqueológicos já encontrados no centro de Manaus, sobretudo na área onde fica hoje a Praça Dom Pedro II, No local outros objetos de origem dos povos pré-colombianos (nativos que moravam na região antes da chegada do europeu) já foram descobertos.
A arqueóloga e consultora do Musa, Silvia Cunha Lima, observou que apesar da urna ostentar um tamanho significativo, são os detalhes que fornecem as informações mais preciosas.
Ela destacou a existência de duas cabeças modeladas logo abaixo do gargalo. Pequenas, as "cabecinhas" são um dos principais indicadores de que a urna foi produzida na Fase Paredão, que abrange os séculos 6 e 13.
Silvia é especialista em conservação de artefatos arqueológicos e foi a responsável pelo restauro da urna em exibição Jardim.
Restauração
"Não há muitos dados sobre o contexto da peça, pois o ambiente onde foi encontrada já estava bastante deteriorado. Havia, no entanto, vestígios de sepultamento, o que pode indicar seu uso como urna funerária, ou seja, para o enterro de mortos."
A nova urna foi integrada ao conjunto de peças arqueológicas, aquários e plantas da exposição “O que se encontra no encontro das águas”.
A exposição já vem exibindo peças da Fase Guarita (séculos 11 e 16 d.C) disponibilizadas pelo Instituto Geográfico Histórico do Amazonas (Igha), e objetos cedidos pelo Projeto Amazônia Central, coordenado pelo arqueólogo Eduardo Góes Neves, da Universidade de São Paulo (USP).
A exposição fica aberta de 3ª a domingo das 08h às 12h e das 13h às 16h30. A entrada é gratuita. O Jardim Botânico de Manaus fica na Avenida Uirapuru s/nº, Cidade de Deus. Escolas e grupos podem agendar visitas pelo telefone 3582-2929 ou pelo endereço musa@museudaamazonas.org.br.
Nenhum comentário:
Postar um comentário