Cinco dos oito deputados federais do Amazonas assinaram o pedido de instalação da CPI que investigará escândalo da estatal
Nova legislatura
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar novamente as irregularidades ocorridas na Petrobras está oficialmente criada. Ontem, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), leu em plenário o ato de criação a partir do requerimento com 184 assinaturas, 13 a mais do que o necessário (171).
Na última terça-feira, dia em que a oposição apresentou o pedido, somente quatro dos oito deputados federais do Amazonas haviam dado apoio à CPI: Arthur Bisneto (PSDB-AM), Hissa Abrahão (PPS-AM), Pauderney Avelino (DEM-AM) e Silas Câmara (PSD-AM). Com a repercussão negativa da reportagem veiculada no portal online de A CRÍTICA, que recebeu quase 496 curtidas, 196 comentários e 146 compartilhamentos, somente a deputada federal Conceição Sampaio, que não tinha assinado a CPI, voltou atrás e ontem foi à diretoria geral da Mesa da Câmara e requereu a inclusão do nome dela entre os autores da Comissão Parlamentar de Inquérito. Mantiveram a postura de não apoiar a CPI os deputados Alfredo Nascimento (PR-AM), Átila Lins (PSD-AM) e Marcos Rotta (PMDB-AM).
“Não havia assinado o requerimento porque ele sequer chegou a mim. Provavelmente, os responsáveis por colher as assinaturas haviam conseguido o total de apoios. Não tenho nada contra investigação, pelo contrário, acho que tudo deve vir à tona, passar a limpo o que está errado. Por isso, vim à Diretoria Geral da Casa, com requerimento em mãos para pedir minha inclusão, que foi aceita pelo presidente”, declarou Conceição Sampaio. A parlamentar amazonense, que estreia no mandato federal, foi além. Pediu oficialmente ao líder do Partido Progressista (PP), Eduardo da Fonte, para integrar a CPI como membro titular da legenda.
O deputado Arthur Bisneto, um dos que ajudou o bloco de oposição a recolher assinaturas, comemorou a instalação da CPI da Petrobras. “Não foi difícil juntarmos as assinaturas necessárias e isso mostra que a investigação na empresa está acima das questões partidárias, além de governo e oposição. É preciso passar a Petrobras a limpo dessa roubalheira que o Governo do PT vem realizando e se a presidente Dilma tiver que responder por isso, a Câmara, como certeza, não vai se furtar ao seu papel”. Vice-líder da minoria/oposição, Bisneto não quis adiantar se vai ser membro titular da CPI. “Essa é uma decisão partidária”, disse o tucano.
Os partidos indicarão os integrantes na próxima semana e a comissão será instalada depois do Carnaval. A CPI terá 26 membros titulares e igual número de suplentes, mais um titular e um suplente atendendo ao rodízio entre as bancadas não contempladas. A composição obedecerá à formação de blocos partidários e não a composição dos partidos isolados como queria o Partido dos Trabalhadores (PT).
Deputados justificam ausência
O deputado federal Átila Lins disse que não foi procurado para assinar a CPI da Petrobras, mas se viesse pedir o apoio, poria o nome sem qualquer problema. “Confesso que não sou afeito à CPIs, mas essa Petrobras deve ser instalada assim como a do BNDES. Lá, com certeza, deve ter mais maracutaia do que na empresa petroleira. Se aparecer essa CPI eu serei o primeiro assinar”, disse Átila.
O deputado Marcos Rotta disse não ter assinado a CPI da Petrobras e nenhuma outra que apareceu. “Nesse primeiro momento, que estou chegando e observando o funcionamento da Casa, preferi me acautelar e não apoiar nenhuma CPI”, disse Rotta.
Jornal Acritica - 06 de Fevereiro de 2015
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