Depois de muitas
discussões ''filosóficas'', e profunda reflexão sobre qual título
poderia melhor caracterizar este intento, conseguimos finalmente entrar
em consenso. (ufa!) E inaugurando o Deusa clio nada mais conveniente
do que homenagearmos CLIO: a musa da História e da Criatividade.
As musas, filhas de Zeus, eram nove deusas das artes e das ciências na
mitologia grega. Sua mãe era Mnmósine a deusa da memória. A palavra
musa vem do grego "mousa" e dela deriva museu que, originalmente
significa "templo das musas". Segundo os mitos antigos todas estas
filhas de Zeus, ficavam no monte Parnaso cantando e tinham todo o poder
de afastar a dor e a tristeza, sendo invocadas todas as vezes que
escritores, artistas e etc. precisavam delas para serem bem inspirados. É
mérito de Clio a introdução do alfabeto Fenício na Grécia e o grande
fruto que a lembrança traz : A História. O próprio Heródoto, Pai da
História, dedicou a clio 9 livros.
Clio também divulga e celebra as realizações. Representada como uma
jovem coroada de Louros, traz na mão direita uma trombeta e na esquerda
um livro, cujo título é Tucídedes (historiador da Grécia Antiga). Também é
considerada a inventora da guitarra.
A representação e importância da Deusa Clio não é mera referência
ilustrativa, mas sim um chamado a abordagens de História Social e
cultural. O livro que Clio carrega, nos remete a escrita da História, a
historiografia, ao relato das realizações: a necessidade do registro,
para a análise, para o conhecimento do que foi ou resultará o
acontecimento histórico. E a trombeta de clio faz referência a
anunciação, a fama do acontecimento, da História.
A deusa clio por Vermeer
A responsabilidade do historiador
Entre tantos devaneios bobos do ser ou não ser um historiador, nos
encontramos duvidosos, receosos quanto a nossos destinos e história acadêmica. Conhecendo com afinco, sem reservas procurando nas
entrelinhas tudo que os autores mais célebres não disseram em seus
textos, apesar do que eles disseram... Virando e revirando reflexões, a
crítica dentro de si mesma... encontrando não só o que procurávamos, mas
vislumbrando o que nem imaginávamos encontrar... É desta forma que
caminhamos rumo ao descobrimento do conhecimento.
Todavia, é claro, não deixamos de nos emaranhar num labirinto de
dúvidas e elucubrações epistemológicas. O que não nos minimiza ou
desconcerta ante o desafio... ao contrário, nos fortalece. Como bem nos
lembram nossos mestres, o que importa não são as respostas, mas sim as
perguntas, pois estas é que mostram a direção... Se não fossem as
perguntas, como dizer aonde se quer ir?
Afinal, não é a pergunta no presente que nos remete ao passado? O que
vamos buscar atrás que não está a nossa frente? O desenrolar, a raiz, a
origem, o problema, a historia . Nesse ínterim o que é o historiador?
Um instrumento? Um eco muito bem treinado para prontamente lhe dizer o
que foi, como foi, e quando? Não seria torná-lo apenas prático
e informado? O historiador não pode reduzido desta forma, responder...
Ele não pode atender a perguntas, se não saberia buscar, e como buscar.
O historiador é mais que simples reprodutor, simples instrumento de
consulta ao passado. Ele é aquele que consegue além das esferas práticas
e metódicas ter uma visão ampla e diferenciada de um mesmo ponto. É
aquele que alcança no ar a etérea linha da verdade, ou das verdades, que
levemente escapa por entre seus dedos, convertendo múltiplas direções
apresentadas em um mesmo caminho de busca. É não aquele útil, mais
necessário componente de uma eterna construção. Se não servimos para
abrir os olhos, mostrar o que por muito tempo foi escondido e levar a
mentes ignorantes a reflexão maior sobre o homem, não estaremos
servindo para o contínuo desenvolvimento do homem e da sociedade. E
muito menos para o olhar crítico dos indivíduos...
Historiadores do ''mundo inteiro'', uni-vos. Algumas transformações
externas e internas, dependem em muito pontos de nós. A tarefa não é das
mais fáceis, pois seria como se tivéssemos de retirar um véu, (em
alguns casos uma burca) de pessoas que querem muitas vezes continuar
usando-o. Será talvez, em muitos casos, como se estivéssemos tolhendo o
direito ''legítimo'' daqueles que querem permanecer cegos...será como
avisar a um monte de homens numa caverna, que o mundo não é tão somente
aquilo que eles pensavam segundo as possibilidades que lhes eram
oferecidas...
deusa clio blogspot
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