No Amazonas, 2ª reunião ordinária do órgão Conselho Estadual de Pesca e Aquicultura acontecerá nesta sexta
O Conselho Estadual de Pesca e
Aquicultura (Conepa) – entidade consultiva deliberativa das questões
pesqueiras e aquícolas do Amazonas, promove nesta sexta-feira (9), a 2ª
reunião ordinária do órgão. O evento vai discutir, entre outros temas, a
introdução de novas espécies no Defeso. A reunião acontece no
Miniplenário Cônego Azevedo da Assembleia Legislativa do Estado do
Amazonas, Avenida Mário Ypiranga, Parque Dez, às 14h.
De acordo com o secretário executivo de Pesca e Aquicultura da
Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror) e presidente do Conepa,
Geraldo Bernardino, uma das principais pautas do encontro é discutir a
retirada do Mapará do Defeso e a introdução de peixes como Jaraqui e
Surubim na lista de espécies protegidas.
O Defeso, segundo ele, é uma medida que visa proteger os organismos
aquáticos durante as fases mais críticas de seus ciclos de vida, como a
época de sua reprodução, a piracema, ou ainda de seu maior crescimento,
favorecendo a sustentabilidade do uso dos estoques pesqueiros e evitando
a pesca quando os peixes estão mais vulneráveis à captura, por estarem
reunidos em cardumes.
A introdução de novas espécies no Defeso, segundo ele, pode ser feita
através de portaria emitida pelo próprio Estado. Bernadino explica que a
portaria que regulamenta o Defeso no País é Federal e tem regras
específicas para a Bacia Amazônica. A portaria é definida pelo
Ministério da Pesca e Meio Ambiente e em consequência da gestão
compartilhada, segundo ele, o Estado pode ser mais restritivo
apresentando espécies que não constam na portaria Federal.
“As regulamentações do período do defeso são definidas por portaria
federal que especifica as espécies, o período e outras características.
No entanto, o Estado pode fazer uma portaria específica para sua região
incluindo espécies, se assim for necessário, ou ampliando o período. Mas
não pode diminuir ou retirar. Isso não é prerrogativa federal”,
explica.
Necessidade
Estudos e avaliações do Conepa, segundo Geraldo, apontam para a
necessidade de inclusão do jaraqui e surubim na lista de espécies
protegidas pelo Defeso, pois, de acordo com ele, são espécies que
apresentam sobrepesca por se tratar de um alimento típico das populações
ribeirinhas e tradicionais e, principalmente, por se reproduzirem no
período que compreende o defeso, entre novembro e fevereiro.
“Como essas espécies se reproduzem nesse período elas acabam sendo
capturadas com mais frequência, uma vez que outras espécies já estão
proibidas de serem pescadas. Isso prejudica a reprodução e crescimento
dessas espécies”, explica.
Os conselheiros também vão discutir sobre as medidas regulatórias utilizadas para o defeso, tais como: tamanho mínimo de captura, transporte e comercialização das espécies, período de defeso (atualmente de 15 de novembro a 15 de março), monitoramento e controle através dos órgãos de fiscalização e embarcações permissionadas.
Os conselheiros também vão discutir sobre as medidas regulatórias utilizadas para o defeso, tais como: tamanho mínimo de captura, transporte e comercialização das espécies, período de defeso (atualmente de 15 de novembro a 15 de março), monitoramento e controle através dos órgãos de fiscalização e embarcações permissionadas.
Sanidade dos peixes
Haverá, ainda, amplo debate sobre a sanidade de peixes da
piscicultura (peixes cultivados) e os procedimentos de boas práticas de
manejo sanitário para sustentabilidade da atividade.
Segundo a secretária Executiva da Sepror, Sônia Alfaia, as discussões
serão sobre a sanidade do tambaqui, por ser a espécie que representa a
maior produção do Estado. “Por ano o Amazonas produz aproximadamente 21
mil toneladas de peixes, desse total cerca de 90% é tambaqui e o nosso
objetivo é não só diagnosticar o que já existe, mas, também, evitar o
surgimento de doenças”, concluiu Sônia.
A explanação será feita pela professora doutora da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Ana Lúcia Gomes.
“Os peixes, como todos os animais, também adoecem. À medida que
começa a aumentar sua produção as doenças, também, começam a aparecer.
Eles podem ser acometidos por parasitas que podem ocasionar diminuição
do crescimento, anemia nas espécies, aumento da conversão alimentar,
afetando a produção e a rentabilidade do sistema de criação”, explicou
Bernardino.
Controle de doenças
O Estado do Amazonas através do projeto FINEP/DARP/SEPROR realiza
vários estudos sobre identificação e controle de enfermidades em peixes
nativos cultivados, em parceria com a Universidade Federal do Amazonas
(UFAM), Embrapa, Inpa, Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e
UniNilton Lins.
Haverá, também, uma apresentação da proposta de alteração do
regimento interno do Conepa permitindo a criação de comissão e comitês
na sua estrutura, que permitirá elaborar e agilizar propostas e soluções
para o setor pesqueiro e aquícola do Amazonas.
Portal Amazonas
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