segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Getúlio Vargas se mata no palácio



Atentado ao jornalista opositor Carlos Lacerda aumentou pressão contra o presidente

A campanha presidencial de 1950 não podia ser morna, pois o nome que logo surgiu como mais forte foi o do ditador derrubado cinco anos antes. Um artigo de Carlos Lacerda em seu jornal, “Tribuna da Imprensa”, resumiu o tom: "O senhor Getúlio Vargas não deve ser candidato à presidência; candidato, não deve ser eleito; eleito, não deve tomar posse; empossado, devemos recorrer à revolução para impedi-lo de governar".

Vargas venceu com tranquilidade, mas fez um governo tumultuado, em parte devido a medidas polêmicas, entre as quais o reajuste do salário mínimo em 100% e a lei que limitou em 8% a remessa de lucros para o exterior pelas empresas estrangeiras, bem como a acusações de corrupção envolvendo membros do governo e familiares. A expressão "mar de lama" surgiu nesse contexto. A criação da Petrobras, em 1953, embalada pela campanha O petróleo é nosso, veio acompanhada da instituição do monopólio da extração do petróleo, outra medida que aprofundou divergências técnicas e políticas.
Acontecimentos trágicos em 1954 abreviaram o governo. Candidato a deputado federal pela União Democrática Nacional (UDN), Carlos Lacerda sofrera ameaças de morte e oficiais da Aeronáutica faziam sua segurança. No início da madrugada do dia 5 de agosto, Lacerda escapou de disparos que mataram o major Rubens Vaz. O crime foi atribuído à guarda pessoal do presidente, cuja renúncia passou a ser exigida pelos militares.
Acuado diante do ultimato, assinado em manifesto por generais, Getúlio preferiu suicidar-se, com um tiro no coração, na manhã de 24 de agosto de 1954, no Palácio do Catete. Como legado político, deixou uma carta testamento, em que atribuía a desestablização do seu governo à "campanha de grupos internacionais, aliados a grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho". A comoção popular desarmou a ofensiva golpista e adiou, por dez anos, a intervenção direta dos militares no governo, garantindo assim a posse do seu vice, Café Filho.
Comoção. O velório de Getúlio Vargas levou uma multidão ao Palácio do Catete
Comoção. O velório de Getúlio Vargas levou uma multidão ao Palácio do Catete Arquivo/24-08-1954







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