quinta-feira, 13 de março de 2014

Plano de gestão do desastre natural prevê cheia histórica no Amazonas

Vice José Melo supervisionando os trabalhos da Defesa Civil em Humaitá
Vice José Melo supervisionando os trabalhos da Defesa Civil em Humaitá
De acordo com números da Defesa Civil apresentados ao vice-governador José Melo, as Bacias do Purus, Negro, Solimões, Amazonas e Madeira vêm apresentando sucessivos níveis anormais na cota de transbordamento, o que sugere tal possibilidade.
Diante dos atuais níveis de transbordamentos dos rios em 12 municípios amazonenses e dos fortes indícios meteorológicos de que o volume de chuvas não será reduzido antes do mês de junho, o vice-governador José Melo fez uma reunião em caráter emergencial nesta quarta-feira (12) com representantes da Defesa Civil, Secretaria de Estado da Saúde (Susam), Secretaria de Estado da Assistência Social e Cidadania (Seas) e Forças Armadas, para agilizar as ações do Sistema de Comando Operacional a fim de minimizar os danos causados pela subida das águas.

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Durante o encontro, a Defesa Civil mostrou ao vice-governador os números e prognósticos baseados no estudo de satélites e do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), além dos municípios e suas respectivas populações que deverão ser atingidos pela enchente deste ano. O plano de gestão do desastre natural, no qual se prevê uma cheia histórica em muitos municípios, inclui coordenadorias para divisão de tarefas conforme a área de atuação específica dos órgãos públicos, como controle, logística, planejamento e administração.
Melo explicou que graças a esse trabalho ágil dos gestores públicos e ao pronto atendimento em conjunto com as prefeituras no socorro aos atingidos tem-se evitado vítimas fatais e o agravamento do drama humano. “Estamos fazendo e faremos tudo o que for possível, dentro da legalidade e no tempo certo, para socorrer e prestar assistência às vítimas, bem como, para auxiliar na reconstrução dos municípios afetados e a economia do Estado como um todo”, completou.
Números oficiais
De acordo com o estudo apresentado pela Defesa, a Bacia do Purus já atingiu níveis anormais para o período de cheia, que vai até a primeira quinzena de abril. O rio Acre, seu principal afluente, subiu 40 cm nas últimas 24 horas, está em 16,6 metros, o que significa 3,1 metros acima da cota de transbordamento.
No Porto de Manaus, onde se encontra a estação de monitoramento, o nível do rio Negro está subindo em média 4 cm por dia e está a 4,66 metros para atingir a maior cota histórica.
Na Bacia do Solimões, estações que monitoram a enchente apontaram que, em Tabatinga, o ritmo de subida do rio foi de 42 cm na última semana. O período da cheia na região se estende até a primeira quinzena de maio.
Ainda conforme os números apresentados, as estações que monitoram a Bacia do Amazonas, em Parintins, apresentam níveis acima de 0,52 metros em relação ao volume de água registrado no mesmo período durante a cheia histórica ocorrida no ano de 2012. O pico da cheia ocorre no mês de julho.
Por fim, a Bacia do Madeira, monitorada no município de Humaitá, vem apresentando níveis acima da média para o período e já alcançou a cota de 24,94 – recorde histórico.
“Temos projeções e variáveis históricas importantes, mas isso não é uma situação determinante, pois o que conta mesmo é minimizar os prejuízos públicos e privados e o total de famílias desabrigadas, evitando a situação de colapso total. Ainda estamos fazendo esse trabalho de socorro e apoio às famílias, mas também estamos preocupados com o pós-enchente
e com a reconstrução dos municípios”, frisou o vice-governador

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