quarta-feira, 12 de março de 2014

Dilma: Unasul vai criar comissão para ajudar a Venezuela

Presidente brasileira compara situação à destituição de Lugo e defende manutenção da ordem democrática

Dilma e Bachelet: posse chilena teve Venezuela como pano de fundo
Foto: REUTERS
Dilma e Bachelet: posse chilena teve Venezuela como pano de fundo REUTERS
VIÑA DEL MAR - A presidente Dilma Rousseff disse que a reunião da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) nesta quarta-feira, no Chile, criará uma comissão para debater o complexo momento pelo qual passa a Venezuela e ajudar a buscar a estabilidade para o país. Dilma destacou que o Brasil é a favor da manutenção da ordem democrática na Venezuela e comparou a situação no país com a destituição relâmpago do ex-presidente paraguaio Fernando Lugo, em 2012.
Dilma afirmou que o fato de Maduro ter desistido de vir à posse da presidente eleita do Chile, Michelle Bachelet, não interferirá na reunião da Unasul, que acontece amanhã com chanceleres dos 12 países que compõem o bloco.
— O que vai acontecer já estava previsto, até porque estamos em um momento de posse, então os presidentes não vão se reunir. Mas os presidentes mandaram os seus ministros de Relações Exteriores para fazer uma reunião, criar uma comissão, que pode ser inclusive de (representantes) todos os países da região, e fazer a interlocução pela construção de um ambiente de acordo, consenso, estabilidade, lá na Venezuela. O fato de não vir um ou outro presidente não vai interromper esse processo — pontuou a presidente.
Ela comparou a situação na Venezuela com a destituição relâmpago do ex-presidente paraguaio Fernando Lugo, em 2012.
— Sempre vamos procurar a manutenção da ordem democrática. Vocês vejam que quando foi o caso do presidente Lugo houve um momento de stress, hoje perfeitamente superado com a perfeita inclusão com o novo presidente eleito democraticamente, (Horacio) Cartes, que inclusive será, necessariamente pelo rodízio, o novo presidente do Mercosul - disse Dilma.
Segundo uma fonte do governo americano, o vice-presidente do EUA, Joe Biden, aproveitou a visita ao Chile para a posse de Bachelet para conversar com líderes latino-americanos sobre a Venezuela. Nos contatos, Biden reforçou as declarações dadas ao diário chileno “El Mercurio”, nas quais afirma que o governo de Maduro usa civis armados contra manifestantes pacíficos e se vale de “teorias da conspiração” para implicar os EUA nos protestos. As declarações do vice ao jornal levaram Maduro a dizer que Biden agrediu a Venezuela.



Jornal O Globo
Catarina Alencastro (Email)
Com agências internacionais
Publicado:
Atualizado:

Um comentário:

Frank Chaves disse...

E a saúde, a educação e a segurança do Brasil, quem socorre?

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