Pelo menos dez amigos, com idade média de 18 anos, compõem um grupo
de apreciadores de música, que regularmente se reúne para ouvir
artistas conhecidos ou nem tanto assim, em discos de vinil, os chamados
long plays (LP). A mídia portadora de áudio, de tão antiga em relação à
idade dos ouvintes, é considerada por alguns deles como uma novidade de
última geração do mercado tecnológico.
As reuniões nesse formato e com esse contingente acontecem há
aproximadamente um ano, geralmente na residência da psicóloga Alessandra
Pereira, que abriu as portas para receber os amigos dos filhos e, por
conseguinte, seus também. Segundo ela, o hábito teve início de forma
natural, partindo da ideia de um dos jovens de levar o "bolachão" de
acervo pessoal para ouvir com o filho, Victor Neves, 16. Gradativamente,
outros amigos se mostraram interessados na experiência e começaram a
dar corpo ao que atualmente se referem como um evento, batizado de
"vitrolada".
Para a estudante de psicologia, Juliana Gomes, 18, a oportunidade de ouvir os discos de vinil é libertadora aos ouvidos. "Eu não conhecia o vinil. Minha mãe ainda tem alguns em casa, mas não ouvia. Achei o som é melhor que o CD. Gosto muito e adoro ouvir minha banda preferida em formato de vinil, o Nirvana. Em casa, o acervo é mais voltado para a música brasileira mesmo, com títulos de Caetano Veloso e Chico Buarque, entre outros", diz.
Na mesma sintonia (ou rotação) que a amiga de infância, Izabelle Melo, 16, também considera o contato com os LPs uma inovação e ao mesmo tempo um privilégio para poucos. "Se eu ouvi vinil antes, quando criança, não lembro mesmo. Mas sinto que é mais gostoso ouvir as músicas nesse formato. Aprendo a observar melhor os detalhes das canções", comenta.
O bacharel em direito, Erick Omena, é um dos amigos do grupo que mais possui exemplares em vinil. Sua coleção pessoal reúne aproximadamente 150 títulos diferentes, entre novos e antigos, de artistas que vão de Tom Zé a The Beatles, que adquire quando há conveniência e oportunidade para tal, seja pela internet ou quando viaja para outros eixos onde o produto é mais fácil de ser encontrado. Omena afirma que o disco de vinil, até mesmo pela sua dificuldade de acesso nos dias de hoje, é um veículo mais caro de comprar. "Em comparação ao CD, acho que ele é superior, mas tenho consciência de que não é uma tecnologia imbatível. Contudo, por enquanto, ainda não conseguiu ser superado no tempo", diz. Um dos pontos mais fortes do bolachão, para ele, a fidelidade do som gerado. "O CD, por exemplo, acaba soando artificial. É uma outra perspectiva. Além disso, quem ouve um LP, é obrigatoriamente convidado a prestar mais atenção ao conteúdo, e literalmente a parar para ouvir", sugere.
As reuniões da "Vitrolada" não tem, de fato, uma periodicidade predeterminada. Basicamente, os amigos se reúnem em datas aleatórias. Para facilitar o encontro e até mesmo para se manterem em contato todos os dias, criaram um grupo privado na rede social Facebook, denominado "Vitroleiros", a partir do qual alimentam-se mutuamente de informações sobre música de uma forma geral, apresentando aos colegas novidades que um ou outro acabou encontrando durante, principalmente, passeios virtuais na internet. (fonte: Jornal em Tempo).
Legal mesmo, eu possuo mais de 2.000 Lps, e um tanto de
compactos, além disso, possuo 03 vitrolas Nivico JVC funcionando. De vez
enquanto ponho pra funcionar e ouço também os meus discos e convido alguns
amigos para ouvirem. De fato é um momento único. Além
do som da vitrola ser mais acústico, os LPS, possuem álbuns, com as letras e
diversas fotografias e histórias incríveis das produções fonográficas. Ouvir discos de
vinil é realmente uma viagem e também curto essa idéia! (Frank Chaves)
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