- DivulgaçãoFachada de residência com horta vertical implantada: cultivo de hortaliças é feito por hidroponia
- Trepadeiras nas fachadas 'podem diminuir poluição em até 30%
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O uso de espécies vegetais para ornamentar paredes e muros é um hábito
antigo que acompanha a história do paisagismo. Mas nos últimos anos,
especialmente porque o crescimento das cidades afastou o homem do
contato com a natureza e reduziu as áreas disponíveis para o verde, vem
se intensificando o desenvolvimento de tecnicas para implantação de
jardins verticais.
Com o apoio de tecnologia e inovações, como
sistemas de irrigação automatizados e substratos mais leves, essas
propostas diferem, em muito, dos antigos muros cobertos por trepadeiras
plantadas no chão. Normalmente compostos por módulos que podem ser de
material cerâmico, plástico de engenharia ou metal, essas novas fachadas
verdes demandam menos manutenção. Tais soluções também possibilitam o
cultivo em áreas reduzidas e a combinação de diferentes variedades
vegetais, inclusive aromáticas, flores exóticas, ervas e hortaliças.
Ampliar
Bosque
vertical é como vem sendo chamado esse edifício projetado pelo estúdio
Boeri, atualmente em construção no centro de Milão (Itália). A fachada
das duas torres residenciais abrigará árvores de 3 m a 9 m de altura,
além de arbustos e espécies florais Divulgação
Hoje, o consumidor brasileiro tem à sua disposição variados sistemas
para a construção de jardins verticais, muitos deles flexíveis e
ajustáveis a cada tipo de aplicação. Uma das novidades -ainda pouco
utilizada- é indicada para uso em fachadas inteiras de edifícios, sem
limitação de altura, ou para recobrir grandes superfícies envidraçadas.
Batizada de brise vegetal, a solução é composta por jardineiras
dispostas externamente à edificação, afastadas das janelas e presas por
cabos e suportes de aço inoxidável. “Trata-se de um sistema apropriado
para edifícios novos ou para converter os existentes nos chamados
“prédios verdes”, pela consequente redução de 30% a 40% do consumo de
energia do complexo”, comenta João Feijó, diretor da Ecotelhado,
ressaltando que as novas soluções de infraestrutura verde permitem
tornar as cidades mais humanas e agradáveis, sem abrir mão da
praticidade e conforto necessários.
A vantagem desse e de outros
tipos de eco-fachada, sobretudo quando implantados em superfícies que
recebem grande incidência de luz solar, é justamente aumentar a
eficiência energética dos edifícios. Segundo Patricia Maia e André
Miranda, sócios diretores da GreenWall Ceramic, uma parede verde erguida
com módulos cerâmicos pode diminuir em até três graus a temperatura
interna, proporcionando economia considerável no uso do ar-condicionado.
Tal redução do consumo de energia ajuda a minimizar o custo inicial de
implantação do sistema que, em um primeiro momento, pode parecer alto.
Um kit para a instalação de uma parede verde, com sistema de irrigação
automatizado, chega a custar R$ 250 por metro quadrado, sem contar o
valor das plantas.
Mas quando bem implantados, os ganhos
proporcionados pelas fachadas verdes são grandes, não se restringindo
apenas aos seus usuários diretos, mas se estendendo também à vizinhança.
Mesmo sem vegetação densa, um jardim vertical ajuda na redução de gás
carbônico. Tanto que a existência de uma superfície desse tipo conta
créditos em certificações de sustentabilidade para edifícios verdes.
Também não é à toa que grandes cidades, como Londres, Seattle (Estados
Unidos) e Toronto (Canadá) estabeleceram nos últimos anos políticas de
incentivo ao uso das fachadas (assim como de telhados) verdes, como
forma de aumentar a superfície vegetada em suas áreas urbanas.
A
criação de corredores com paredes verdes pode ser ainda mais impactante
na luta contra os poluentes e funcionar como um filtro para a poluição
nas grandes cidades. De acordo com um estudo recente conduzido por
cientistas das universidades de Birmingham e Lancaster, na Grã-Bretanha,
a redução de poluentes no ar pode chegar a 30% com a implantação maciça de fachadas cobertas de plantas.
Juliana Nakamura
Do UOL, em São Paulo
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