Quem abandona o seu patrimônio histórico, cultural e social, está fadado a perder sua identidade, sua memória, sua história e sua vergonha!
"Lugares que o dia não me deixa ver - 2ª edição" - Santa Casa de Misericórdia
O projeto "Lugares que o dia não me deixa ver" foi criado com o objetivo
de chamar a atenção das pessoas para monumentos públicos do Centro
Histórico de Manaus, que estão esquecidos pelo poder público e pela
sociedade. A estratégia é iluminação artística e performances no entorno
do monumento para que as pessoas se reencontrem com o espaço, com a
cidade, com suas memórias.
A segunda edição do projeto, iniciado na primeira segunda-feira de
setembro, que é coordenado por João Fernandes, da Companhia de Ideias,
teve como alvo o prédio da Santa Casa de Misericórdia, fechado há anos e
que vem se deteriorando em uma área de prédios que tem um tratamento de
destaque no Centro Histórico. A Santa Casa foi ficando esquecida. O
cinza do prédio ajuda a deixá-la mais invisível aos olhos e passos
apressados.
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Santa Casa de Misericórdia, rua 10 de julho, Centro Histórico de Manaus |
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Detalhe do muro da Santa Casa com vista para a igrejinha. |
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Detalhe da fachada iluminada. |
"As cidades, pois, têm sexo, lugares
proibidos ou permitidos que se transformam, lugares abandonados e
recuperados, locais e momentos de terror, e tudo isso ocorre muito mais
sob a forma de arte, aquela que está em movimento, do que sob a forma
arquitetônica, que está mais estática."
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Santa Casa iluminada |
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Detalhe da janela. Aberta, é possível ver o lustre que resiste... |
"O processo parece ao contrário. É a
forma da arte, a percepção imaginária, que afeta a Arquitetura. Quer
dizer que as formas de arte, aquelas inventadas pelos artistas, ou pelos
cidadãos em função estética coletiva, podem ser úteis para estudar a
cidade."
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Detalhe da porta principal, com a iluminação e a exposição de fotografia. |
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Vista interna do salão principal da Santa Casa. |
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Busto do Coronel Leopoldo de Matos |
O busto do coronel Leopoldo de Matos foi colocado nos jardins frontais
da Santa Casa de Misericórdia em 1929, como homenagem ao ex-provedor do
hospital.
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João Fernandes em entrevista para a TV A Crítica. |
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As luzes e a transformação da fachada. |
"E dessa maneira a cidade muda, como
muda a vida e seus pontos de vista urbanos se transformam sob os efeitos
da imaginação e da vida diária. Assim como a cidade rompe as suas
fronteiras e o urbano cresce sobre a cidade afetando-a de várias novas
formas, com a arte se passa o mesmo e ela sai dos museus. Aparece
recuperando uma função pública e política, projetando o seu que-fazer
com o contato direto cidadão ao intervir na cidade a partir da arte."
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A porta fechada e o colorido. |
"Uma cidade é não só topografia, mas
também utopias e devaneio ilusões. Uma cidade é lugar, aquele local
privilegiado por um uso, mas também é lugar excluído, aquele local
despojado de normalidade coletiva por um setor social. Uma cidade é dia,
o que fazemos e percorremos. E é noite, o que percorremos dentro de
certos cuidados ou certas emoções noturnas."
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Momento de vida da Santa Casa de Misericórdia. |
Toda cidade tem seus "lugares que o dia não deixa ver". A cidade de Manaus tem os seus e são muitos.
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Sobre o projeto:
Projeto "Lugares que o dia não me deixa ver" movimenta Centro - Jornal D 24 AM
Lugares que o dia não me deixa ver - Vídeo institucional
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