Prédio foi inventariado pelo Iphan como patrimônio histórico da cidade |
Mesmo exibindo os principais lançamentos do circuito cinematográfico, o Cine Theatro de Itacoatiara esbarra numa dificuldade crucial: a população da cidade, que passa dos 89 mil habitantes, frequenta pouco o espaço
Localizado
no município de Itacoatiara, a 265 quilômetros da capital, o Cine
Theatro Dib Barbosa vai completar três anos de reinauguração na próxima
terça-feira, dia 18, e permanece como o único cinema de rua em atividade
no interior do Amazonas. Para celebrar a data, o proprietário da casa,
Júlio Dib, não pensou em economia: a comemoração começou hoje, às 5h,
com uma Alvorada e queima de fogos, e segue às 18h30 com um coquetel e
uma sessão do filme “Amanhecer – parte 2”, às 19h30.
Mesmo
exibindo os principais lançamentos do circuito cinematográfico, o Cine
Theatro de Itacoatiara esbarra numa dificuldade crucial: a população da
cidade, que passa dos 89 mil habitantes, frequenta pouco o espaço.
“Depois de 30 anos sem cinema, o pessoal esqueceu como era. Além disso, a
pirataria é muito forte na cidade. Apesar das apreensões, a venda
continua nos mercados e nas esquinas”, contou o proprietário, filho do
fundador, que dá nome ao cinema.
Apesar
de a casa ter capacidade para 200 pessoas, as exibições únicas e
diárias acontecem mesmo se houver no mínimo dez pessoas na plateia - o
que nem sempre acontece. Com a bilheteria de “Amanhecer”, pelo menos,
Júlio Dib conseguiu pagar o frete da película e o salário atrasado dos
dois funcionários. O longa “Gonzaga, de pai pra filho” rendeu bilheteria
de R$ 800 nas duas semanas em que ficou em cartaz.
GESTÃO FAMILIAR
Para
contornar as dificuldades, toda a família Barbosa ajuda a tocar o
empreendimento desde a sua reinauguração – sonho que o fundador não
conseguiu ver concretizado em vida. “Queremos sensibilizar o poder
público e a iniciativa privada para que Itacoatiara não seja ‘a cidade
do já teve’. Mas também ninguém quer apoio de graça, seria uma relação
de permuta. A Secretaria de Estado de Cultura poderia usar o espaço para
diversas atividades, sem despesa com limpeza ou energia”, garantiu
Júlio Dib.
Em abril deste ano, o
secretário Robério Braga assumiu o compromisso, a partir de um projeto
apresentado pelo deputado estadual Tony Medeiros (PSL), de fechar
parceria com o Cine Theatro Dib Barbosa – o que, segundo o proprietário,
ainda não aconteceu. O titular da SEC, no entanto, declarou que não
faltou vontade política, mas a questão esbarrou nos interesses da
família Barbosa.
PROPOSTA
“Fizemos
várias reuniões de trabalho, mas não chegamos a um denominador porque a
forma como o Estado pode atuar, não está interessando à administração.
Fizemos estudos no município e no cinema, que está em ótimas condições, e
a proposta era a de alugar o prédio e transformá-lo num cine teatro,
com várias atividades artísticas gratuitas. Mas a família não quer abrir
mão da cobrança de ingressos, e o Estado não pode ser sócio de uma
empresa privada”, justificou Robério Braga.
O
secretário atribui a resistência da família à relação sentimental com o
empreendimento. “Aquilo é uma jóia para a família, que quer conservar a
sua tradição. Mas, do ponto de vista técnico e jurídico, um convênio
não é possível, porque eles são uma entidade comercial”, complementou.
“A SEC continua aberta a buscar alternativas legais para preservar o
cinema e estimular a atividade dele”, concluiu Braga. (fonte: Jornal acrítica)
Dibinho e Julio Barbosa, comemorando os três anos do Cine Theatro Dib Barbosa |
Estive hoje as 19:00h, na festa de aniversário de 3
anos do Cine Theatro Dib Barbosa, Toda família Barbosa, amigos e simpatizantes
da sétima arte estiveram presentes, destacando a presença de Thyrso Munoz, que é um incentivador do cinema. A forte chuva que caiu sobre nossa cidade, tirou
um pouco o brilho da festa. Apesar disso, tudo ocorreu dentro da normalidade e o evento foi
comemorado com muita alegria. Julio Barbosa, fez um discurso acalorado e
desabafou, falou da falta de apoio ao cinema, por parte do poder publico
municipal e estadual. Julio me levou as dependências do cinema, inclusive na
sala de projeção, localizado no 2º andar do cinema. Vi as máquinas funcionando,
é tudo muito grande, e o sistema é mecânico e tradicional, tratam-se de
maquinas ainda adquiridas pelo patriarca Dib Barbosa a mais de 40 anos. Mas
tudo funciona perfeitamente de forma sincronizada. De fato, é uma
super-estrutura e que exige vultosos investimentos. Para tanto, seria necessário
um comparecimento mais quantitativo a bilheteria do nosso único cinema existente
e funcionando no interior do Amazonas. Trata-se de um dos mais importantes patrimônios
culturais de Itacoatiara, tanto no que tange a questão do patrimônio histórico e
arquitetônico, quanto, pela questão da cultura imaterial, pelo que representa o
cinema e as outras atividades culturais, até desportivas, que ocorriam no seu
palco. O fato é que urge medidas de salvaguarda desse importante ícone da
cultura itacoatiarense, que não pode sucumbir, ante a falta de publico pagante
e de apoio do poder publico. Talvez ocasionados pela estagnação econômica da
cidade, fato que acaba afetando o acesso do publico ao entretenimento e
principalmente a sétima arte. A sociedade itacoatiarense não pode ficar indiferente
a esse fato, afinal, não pudemos deixar que nossa cidade acabe por cumprir o cruel
destino da cidade do já teve. Quem realmente gosta de Itacoatiara, e presa seu patrimônio
histórico e cultural, deve se engajar na luta em prol da conservação e do pleno
funcionamento do nosso Cine Theatro Dib Barbosa, para que continue oferecendo
suas sessões de cinema a comunidade itacoatiarense. Vamos ao cinema minha
gente, leve sua família, amigos, amigas, namorados, esposos e principalmente as
crianças. A final o cinema ainda é a maior diversão.
Em 2006, quando abrimos a Galeria de Arte Terezinha
Peixoto, alem de uma pequena sala de antiquário, transformei uma sala central
do prédio histórico, que pertenceu a ex-prefeito Armindo Auzier, na sala do
Cine Clube Dib Barbosa, em homenagem ao grande Dib Barbosa, por sua luta em
prol do cinema e das demais atividades artísticas, do esporte e do comercio. Em
conversa com ele na década de 90, ele demonstrava sua vontade em reabrir o
cinema. Mais a fatalidade ceifou seu sonho, mas que foi abraçado por seus
filhos, liderados por Julio Barbosa, que em 2009, reabriu o antigo Cine Theatro
Cinco Unidos, construído em 1954, desta vez com o nome de Cine Theatro Dib
Barbosa. Como o Cinema reabriu, fechei o Cine Clube Dib Barbosa e só continuei
com as sessões de cinema nos finais de semana, só que desta vez, passamos para
a Orla e de forma gratuita, com equipamento digital, que atende a um publico diferenciado,
daquele que pode acessar as salas oficiais de cinema, eleboramos o projeto
Cinema na Praça, que foi aprovado pelo Ministério da Cultura, mas isso é uma
outra história. Os filmes de lançamento só passam nas telas dos cinemas
oficiais, só depois é que são liberados para DVD. Por isso recomendo a participação
no cinema, para se assistir filmes legítimos, em espaço padrão de cinema, coisa
que o Cine Theatro Dib Barbosa oferece.(Frank Chaves)
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