sábado, 15 de dezembro de 2012

Único cinema de Itacoatiara resiste à dificuldades e celebra reinauguração

Prédio foi inventariado pelo Iphan como patrimônio histórico da cidade
Prédio foi inventariado pelo Iphan como patrimônio histórico da cidade (Arquivo AC e Divulgação)

Mesmo exibindo os principais lançamentos do circuito cinematográfico, o Cine Theatro de Itacoatiara esbarra numa dificuldade crucial: a população da cidade, que passa dos 89 mil habitantes, frequenta pouco o espaço

Localizado no município de Itacoatiara, a 265 quilômetros da capital, o Cine Theatro Dib Barbosa vai completar três anos de reinauguração na próxima terça-feira, dia 18, e permanece como o único cinema de rua em atividade no interior do Amazonas. Para celebrar a data, o proprietário da casa, Júlio Dib, não pensou em economia: a comemoração começou hoje, às 5h, com uma Alvorada e queima de fogos, e segue às 18h30 com um coquetel e uma sessão do filme “Amanhecer – parte 2”, às 19h30.
Mesmo exibindo os principais lançamentos do circuito cinematográfico, o Cine Theatro de Itacoatiara esbarra numa dificuldade crucial: a população da cidade, que passa dos 89 mil habitantes, frequenta pouco o espaço. “Depois de 30 anos sem cinema, o pessoal esqueceu como era. Além disso, a pirataria é muito forte na cidade. Apesar das apreensões, a venda continua nos mercados e nas esquinas”, contou o proprietário, filho do fundador, que dá nome ao cinema.
Apesar de a casa ter capacidade para 200 pessoas, as exibições únicas e diárias acontecem mesmo se houver no mínimo dez pessoas na plateia - o que nem sempre acontece. Com a bilheteria de “Amanhecer”, pelo menos, Júlio Dib conseguiu pagar o frete da película e o salário atrasado dos dois funcionários. O longa “Gonzaga, de pai pra filho” rendeu bilheteria de R$ 800 nas duas semanas em que ficou em cartaz.

GESTÃO FAMILIAR
Para contornar as dificuldades, toda a família Barbosa ajuda a tocar o empreendimento desde a sua reinauguração – sonho que o fundador não conseguiu ver concretizado em vida. “Queremos sensibilizar o poder público e a iniciativa privada para que Itacoatiara não seja ‘a cidade do já teve’. Mas também ninguém quer apoio de graça, seria uma relação de permuta. A Secretaria de Estado de Cultura poderia usar o espaço para diversas atividades, sem despesa com limpeza ou energia”, garantiu Júlio Dib.
Em abril deste ano, o secretário Robério Braga assumiu o compromisso, a partir de um projeto apresentado pelo deputado estadual Tony Medeiros (PSL), de fechar parceria com o Cine Theatro Dib Barbosa – o que, segundo o proprietário, ainda não aconteceu. O titular da SEC, no entanto, declarou que não faltou vontade política, mas a questão esbarrou nos interesses da família Barbosa.

PROPOSTA
“Fizemos várias reuniões de trabalho, mas não chegamos a um denominador porque a forma como o Estado pode atuar, não está interessando à administração. Fizemos estudos no município e no cinema, que está em ótimas condições, e a proposta era a de alugar o prédio e transformá-lo num cine teatro, com várias atividades artísticas gratuitas. Mas a família não quer abrir mão da cobrança de ingressos, e o Estado não pode ser sócio de uma empresa privada”, justificou Robério Braga.
O secretário atribui a resistência da família à relação sentimental com o empreendimento. “Aquilo é uma jóia para a família, que quer conservar a sua tradição. Mas, do ponto de vista técnico e jurídico, um convênio não é possível, porque eles são uma entidade comercial”, complementou. “A SEC continua aberta a buscar alternativas legais para preservar o cinema e estimular a atividade dele”, concluiu Braga. (fonte: Jornal acrítica)

Dibinho e Julio Barbosa, comemorando os três anos do Cine Theatro Dib Barbosa


Estive hoje as 19:00h, na festa de aniversário de 3 anos do Cine Theatro Dib Barbosa, Toda família Barbosa, amigos e simpatizantes da sétima arte estiveram presentes, destacando a presença de Thyrso Munoz, que é um incentivador do cinema. A forte chuva que caiu sobre nossa cidade, tirou um pouco o brilho da festa. Apesar disso, tudo ocorreu  dentro da normalidade e o evento foi comemorado com muita alegria. Julio Barbosa, fez um discurso acalorado e desabafou, falou da falta de apoio ao cinema, por parte do poder publico municipal e estadual. Julio me levou as dependências do cinema, inclusive na sala de projeção, localizado no 2º andar do cinema. Vi as máquinas funcionando, é tudo muito grande, e o sistema é mecânico e tradicional, tratam-se de maquinas ainda adquiridas pelo patriarca Dib Barbosa a mais de 40 anos. Mas tudo funciona perfeitamente de forma sincronizada. De fato, é uma super-estrutura e que exige vultosos investimentos. Para tanto, seria necessário um comparecimento mais quantitativo a bilheteria do nosso único cinema existente e funcionando no interior do Amazonas. Trata-se de um dos mais importantes patrimônios culturais de Itacoatiara, tanto no que tange a questão do patrimônio histórico e arquitetônico, quanto, pela questão da cultura imaterial, pelo que representa o cinema e as outras atividades culturais, até desportivas, que ocorriam no seu palco. O fato é que urge medidas de salvaguarda desse importante ícone da cultura itacoatiarense, que não pode sucumbir, ante a falta de publico pagante e de apoio do poder publico. Talvez ocasionados pela estagnação econômica da cidade, fato que acaba afetando o acesso do publico ao entretenimento e principalmente a sétima arte. A sociedade itacoatiarense não pode ficar indiferente a esse fato, afinal, não pudemos deixar que nossa cidade acabe por cumprir o cruel destino da cidade do já teve. Quem realmente gosta de Itacoatiara, e presa seu patrimônio histórico e cultural, deve se engajar na luta em prol da conservação e do pleno funcionamento do nosso Cine Theatro Dib Barbosa, para que continue oferecendo suas sessões de cinema a comunidade itacoatiarense. Vamos ao cinema minha gente, leve sua família, amigos, amigas, namorados, esposos e principalmente as crianças. A final o cinema ainda é a maior diversão.
Em 2006, quando abrimos a Galeria de Arte Terezinha Peixoto, alem de uma pequena sala de antiquário, transformei uma sala central do prédio histórico, que pertenceu a ex-prefeito Armindo Auzier, na sala do Cine Clube Dib Barbosa, em homenagem ao grande Dib Barbosa, por sua luta em prol do cinema e das demais atividades artísticas, do esporte e do comercio. Em conversa com ele na década de 90, ele demonstrava sua vontade em reabrir o cinema. Mais a fatalidade ceifou seu sonho, mas que foi abraçado por seus filhos, liderados por Julio Barbosa, que em 2009, reabriu o antigo Cine Theatro Cinco Unidos, construído em 1954, desta vez com o nome de Cine Theatro Dib Barbosa. Como o Cinema reabriu, fechei o Cine Clube Dib Barbosa e só continuei com as sessões de cinema nos finais de semana, só que desta vez, passamos para a Orla e de forma gratuita, com equipamento digital, que atende a um publico diferenciado, daquele que pode acessar as salas oficiais de cinema, eleboramos o projeto Cinema na Praça, que foi aprovado pelo Ministério da Cultura, mas isso é uma outra história. Os filmes de lançamento só passam nas telas dos cinemas oficiais, só depois é que são liberados para DVD. Por isso recomendo a participação no cinema, para se assistir filmes legítimos, em espaço padrão de cinema, coisa que o Cine Theatro Dib Barbosa oferece.(Frank Chaves)

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