O professor do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (USP), Eduardo Góes Neves vem regularmente à Amazônia. Além de pesquisador, ele é o Relator do projeto que propôs o tombamento do Encontro das Águas dos rios Negro e Solimões. Conheça um pouco sobre o seu trabalho desenvolvido em duas décadas dedicadas à pesquisa
Há quase 20 anos desenvolvendo pesquisas na Amazônia, o arqueólogo paulista Eduardo Góes Neves já desfez alguns mitos sobre a história das populações nativas da região e demonstrou que a região sempre foi mais rica e sofisticada do que estudos anteriores apontavam. Um dos equívocos derrubados é a tese da baixa densidade populacional das sociedades ameríndias, defendida durante muito tempo por investigações arqueológicas anteriores.
Estudos realizados por ele e sua equipe em vestígios arqueológicos no Amazonas apontaram que havia uma intensa circulação populacional antes mesmo da chegada do colonizador europeu e que era desenvolvida uma cultura de atividade humana que contribuiu para alterações nos recursos naturais da região.
Uma dessas principais heranças das sociedades amazônicas é a terra preta de índio, cujo solo é propício para a agricultura. Outro destaque é o rico pólo cerâmico, encontrado praticamente em toda a região.
Professor do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (USP), Eduardo Góes Neves vem regularmente à região amazônica. Em Manaus, coordena o laboratório de arqueologia que reúne milhares de peças retiradas da área de influência do gasoduto Coari-Manaus.
Nesta semana, Neves esteve na capital amazonense novamente, desta vez para articular e coordenar a transferência deste laboratório, localizado até semana passada em um casa do conjunto Vilar Câmara, no Coroado, Zona Leste, para as dependências da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
No laboratório, ele recebeu a reportagem de A CRÍTICA para uma entrevista. Ele conversou sobre a imensa riqueza arqueológica do Amazonas e demonstrou sua frustração quanto à falta de interesse do poder público para estabelecer no Estado um centro de pesquisa institucionalizado.
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