Ao serem obrigados por gestores a aprovarem alunos sem média, educadores devem registrar caso junto ao Sindicato
Presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas,
Marcos Libório, diz que coação acontece para que educadores ganhem 14º e
15º salários
O
presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do
Amazonas (Sinteam), Marcos Libório, afirma que a “pressão” de alguns
gestores de escolas da rede estadual de ensino para que professores
aprovem alunos com baixo desempenho escolar ocorre frequentemente e que
as denúncias precisam ser formalizadas na entidade para que sejam
cobradas providências da Secretaria de Estado de Educação (Seduc).
Para
o professor, o que tem motivado essa prática irregular é o sistema de
meritocracia implanto no sistema de educação, não somente no Amazonas,
mas também em outros Estados.
“O
gestor cobra do professor que ele aprove sem qualidade. Ou seja, aprova
todo mundo pra dizer que a escola dele é de referência e conceituada,
que não reprova ninguém. Mas, muitas vezes acaba coagindo os professores
e gerando esse constrangimento para poder receber o 14º e 15º
salários”, explica.
As denúncias
feitas ao jornal A CRÍTICA acusam a coordenadoria das escolas do
Distrito 4 (Zonas Oeste e Centro-Oeste) de obrigar os professores a
realizarem avaliações extras para que a nota obtida pudesse substituir a
que não alcançou a média para a aprovação do aluno. Neste caso, os
professores relataram que precisam fazer quantas avaliações fossem
necessárias para que o índice de aprovação fosse elevado.
Porém,
outros professores informaram, que nessa segunda-feira (14), que essa
prática tem sido cometida também nas escolas nos distritos das Zonas
Norte e Leste. “Isso ocorre em todas as zonas distritais, mas os
professores tem receio de denunciar porque existe a perseguição”,
revelou uma professora que preferiu não se identificar temendo punições.
Outro
professor relata que esta irregularidade praticada por alguns gestores
tem causado transtornos aos educadores. “Temos que fazer avaliações para
passar alunos preguiçosos. Isso é para agradar o Governo que só quer
saber de números. Mas os professores que não aceitam essa posição dos
gestores tem sofrido com as perseguições”, acrescentou.
De
acordo com o presidente do Sinteam, a orientação é para que os
professores denunciem o fato para que a situação seja levada à Seduc e
até mesmo ao Conselho Estadual de Educação (CEE). “Esse tipo de
constrangimento é crime. Nós já tivemos o caso de uma professora que nos
procurou e ganhou uma ação contra o gestor que a obrigava aprovar
alunos que tiveram rendimento abaixo da média. É importante que os
professores saibam que ao denunciar essas situações será mantido o
sigilo, mas precisamos ter as informações para tomar providências e
evitar esse tipo de irregularidade”, declarou Marcos Libório.
A
Seduc esclareceu apenas que “não há nenhum tipo de determinação para a
aprovação, sem aprendizagem, de estudantes”. Sobre o corte do 14º e 15º
salários, a Seduc explicou que se trata de uma política de valorização
aos educadores cujas escolas obtiveram indicadores esperados, baseados
em índices do Ministério da Educação.
fonte: acritica
Nenhum comentário:
Postar um comentário