Polo Industrial de Manaus quer mais entrepostos
Além dos centros de
armazenagem e distribuição localizados em Rezende (RJ), Uberlândia (MG)
e do que será montado em Ipojuca (PE), há projetos para Santarém (PA),
Goiás e um segundo entreposto na região Sudeste
Novo entreposto da Zona Franca estará em Ipojuca, mesmo município
pernambucano onde se localiza o terminal portuário de Suape, um dos
maiores do País
Com
a publicação do protocolo ICMS 22 no Diário Oficial da União, na semana
passada, o Amazonas deu o pontapé inicial na instalação de seu terceiro
entreposto no País, em Pernambuco. O modelo de suspensão tributária já
está instalado em Rezende (RJ) e Uberlândia (MG). E, no que depender das
indústrias do Polo Industrial de Manaus (PIM) e da Secretaria de Estado
da Fazenda (Sefaz/Am), não vai parar por aí.
No
entanto, especialistas alertam que essa alternativa logística não pode
ser usada como desculpa para deixar de cobrar as melhorias necessárias
no sistema logístico local, como portos, atuação integrada entre os
órgãos fiscalizadores e agilidade na liberação de cargas.
O
entreposto funciona como um recinto de suspensão tributária, onde
produtos fabricados em Manaus podem ficar estocados sem incidência de
impostos por um certo período, podendo ser entregue nas lojas em questão
de horas.
A classe empresarial já
demonstrou interesse na instalação de um novo entreposto no Sudeste,
onde já funciona o de Rezende, no Rio de Janeiro. Um entreposto em
Santarém, no Pará, também seria interessante para o empresariado.
Mais
urgente para a indústria seria a implantação de um terceiro entreposto
no Sudeste, talvez em São Paulo. “Temos indicação de que no Sudeste, do
interior de São Paulo para baixo, seria interessante”, disse o
secretário de Estado da Fazenda do Amazonas, Isper Abrahim.
Contraponto
O
coordenador da Comissão de Logística do Cieam/Fieam e professor da
Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Augusto Rocha, avalia que o
posicionamento de entrepostos no Rio, Minas e agora em Pernambuco atende
bem a diferentes regiões do País, mas apresenta uma preocupação.
“É importante que o preço a ser adotado como teto no processo de
seleção do operador do entreposto de Pernambuco não seja superior ao já
praticado nos demais entrepostos, para que de fato seja uma solução
adequada.
Barros também avalia que os entrepostos são importantes, mas os investimentos na melhoria local dos transportes é fundamental.
“Manaus deveria possuir uma estrutura exemplar para cabotagem. Uma
operação portuária modelo parece ser uma vocação natural da região. A
partir do momento que a cabotagem seja rápida e eficiente o PIM poderá
melhor utilizar a geografia, integrando-se como um modal realmente
adequado à nossa região”, diz. Ele lembra que 2% do PIB do PIM
representa algo como US$ 800 milhões.
“Realizar investimentos deste porte em infraestrutura no próximo ano e
em cada ano seguinte é algo que deveria estar nos programas de
desenvolvimento para a região”, finaliza.
Santarém na mira das indústrias da ZFM
Não é de hoje que o município de Santarém, no Pará, está na mira das indústrias da Zona Franca de Manaus, seja como sede de um entreposto, seja como rota de escoamento da produção.
Não é de hoje que o município de Santarém, no Pará, está na mira das indústrias da Zona Franca de Manaus, seja como sede de um entreposto, seja como rota de escoamento da produção.
O
motivo é óbvio: a cidade está na metade do caminho até Belém e conta
com uma rodovia federal - a BR-163 - que a conecta com Cuiabá, no Mato
Grosso. Uma das rotas de distribuição mais utilizada hoje é o transporte
por balsa até a capital Belém, de onde a carga desce, por cabotagem ou
por rodovia, até os centros consumidores no Sul/Sudeste do País.
Estudo
da Federação das Empresas de Transportes de Cargas da Amazônia
(Fetramaz) mostra que o uso da BR-163 poderia reduzir em dois dias o
tempo de transporte de cargas da Zona Franca ao Sudeste. Atualmente, a
rodovia encontra-se em processo de pavimentação e reconstrução de
trechos críticos, um trabalho que deve tomar pelo menos mais dois anos.
Exatamente o tempo de maturação de um projeto como o de entrepostos.
Cidade dormitório
Já existe um protocolo de intenções firmado entre os Governos do Amazonas e do Pará, o que não significa garantia de que o projeto sairá do papel. Mesmo que não se justifique a instalação de um entreposto na cidade paraense, sua posição estratégica a coloca como ideal para operar como “cidade dormitório” - ponto de carga para carretas que seguiriam para Cuiabá com as mercadorias da Zona Franca.
Já existe um protocolo de intenções firmado entre os Governos do Amazonas e do Pará, o que não significa garantia de que o projeto sairá do papel. Mesmo que não se justifique a instalação de um entreposto na cidade paraense, sua posição estratégica a coloca como ideal para operar como “cidade dormitório” - ponto de carga para carretas que seguiriam para Cuiabá com as mercadorias da Zona Franca.
A
prefeitura municipal tem todo o interesse em receber o empreendimento,
tendo em veista a arrecadação de ISS referente ao transporte. A
Secretaria de Estado da Fazenda do Amazonas (Sefaz/AM) também vê a opção
com otimismo.
“Com essa estrada
totalmente trafegável, o negócio muda muito. Estudos demonstram que ali
seria um local estratégico para indústrias”, diz o secretário da Fazenda
do Amazonas, Isper Abrahim. (Manaus, 15 de Abril de 2012 -
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