Senadora Sandra Braga diz que fica no mandato até o fim
Sandra
foi primeira-dama do Amazonas entre 2003 e 2010 e sempre adotou uma
postura de discrição – foto: Vagner carvalho/divulgação.
Sandra Backsmann Braga, de 55 anos, é a nova senadora do Amazonas. Empossada para o cargo no último dia 1º, na vaga deixada pelo marido, Eduardo Braga (PMDB), que assumiu o Ministério de Minas e Energia, a parlamentar promete realizar o mandato até o fim de forma íntegra e sempre voltada a defender os interesses do Amazonas.
Avessa a holofotes, Sandra foi primeira-dama do Amazonas entre 2003 e 2010 e sempre adotou uma postura de discrição, mas para buscar recursos ao Estado promete ir às tribunas e atrair mais recursos para a região.
Já em Brasília para organizar a vida da família, que terá uma vida intensa na capital federal, Sandra quer ser vista além da esposa do ministro. Um dia após sua posse, iniciou um levantamento de todos os projetos de interesse do Amazonas que estão em tramitação do Senado. Entre as suas primeiras bandeiras de luta está o desarquivamento de um projeto de lei que estende os benefícios da Zona Franca de Manaus (ZFM) para Região Metropolitana de Manaus.
Em sua primeira entrevista à imprensa após assumir o cargo, Sandra
falou com exclusividade ao EM TEMPO sobre seus projetos e atuação no
Congresso Nacional, assim como também será sua relação com a bancada
federal do Amazonas e principalmente com o ex-aliado do grupo, o senador
Omar Aziz.
EM TEMPO – Neste primeiro mandato, quais serão suas prioridades
de projetos?
Sandra Braga – Em um primeiro momento, estamos fazendo um levantamento
de todos os projetos que interessam ao Amazonas e estão tramitando não
só no Senado, mas também na Câmara dos Deputados. De início, uma das
prioridades será a aprovação do projeto de lei nº 2633/2011, de autoria
da presidente da República, que estende os benefícios da Zona Franca
para a Região Metropolitana de Manaus. O projeto foi apensado a outra
proposta e junto com essa proposta acabou sendo rejeitado na Comissão de
Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados e arquivado. Esse
arquivamento foi um grande prejuízo para o Estado, especialmente para os
municípios que poderiam melhorar suas economias com a instalação de
indústrias incentivadas pelo modelo Zona Franca. Sabemos que há recursos
pendentes de votação na Câmara para que essa matéria volte a tramitar e
vamos conversar e dialogar com quem for necessário para que essa
tramitação (e sua aprovação) ocorra.
EM TEMPO – Especulações apontam que a senhora irá deixar a vaga para que o terceiro suplente, Lírio Parisotto, assuma.
Isso procede?
SB – Não. Quando discutimos a composição para o Senado Federal, na
eleição de 2010, definimos que eu assumiria a suplência, em caso de
afastamento do senador Eduardo Braga do cargo. Pretendo permanecer no
mandato até o fim ou até a volta de Eduardo ao Senado. O segundo
suplente, Lírio Parisotto, é um dos maiores investidores individuais do
Amazonas, responsável pela criação de milhares de empregos. Conhece
muito bem o Estado e por isso seu nome foi consenso na composição da
chapa. Mas, as informações de que eu deixaria de assumir a vaga no
Senado não passam de especulações.
EM TEMPO – Como está sua preparação para assumir o cargo? A
senhora vai morar em Brasília ou manterá rotina na capital federal e em
Manaus?
SB – Assumi o cargo no dia 1º de janeiro e já no dia 2 comecei a reunir a
equipe de assessores. Neste momento estamos conhecendo toda a estrutura
do Senado, os projetos iniciados pelo senador Eduardo Braga e também
estou no momento de conhecer toda a equipe. Sobre morar em Brasília ou
Manaus, já moro nas duas cidades há quatro anos. Sempre acompanhei o
Eduardo em Brasília e agora terei um motivo ainda mais forte para estar
na capital. Mas Manaus é onde fica nossa casa, é onde está nossa base
eleitoral e com certeza é onde sempre estaremos quando não for
necessária a presença em Brasília.
EM TEMPO – O Amazonas será um dos Estados com duas senadoras
mulheres, a senhora e Vanessa Grazziotin, isso poderá ser positivo em
projetos voltados para as mulheres?
SB – Em um Congresso Nacional em que as mulheres são minoria absoluta,
creio que mais uma mulher ocupando esse espaço é de grande importância
para a luta feminina. A Vanessa é uma aliada, já está há mais tempo no
parlamento e acredito que poderemos atuar em parceria em prol das
mulheres do Amazonas e do Brasil.
EM TEMPO – Após essa experiência no cargo do Senado, a senhora pensa em manter carreira política?
SB – Na verdade, minha vida política sempre foi muito intensa. Sou
presidente estadual do PMDB Mulher e faço militância política desde que
casei com o Eduardo. Isso significa que minha vida política não começou
agora, na verdade, lá se vão 33 anos de militância política no Estado do
Amazonas.
EM TEMPO – A senhora pensa em ser líder de bancada?
SB- Acredito que ainda é cedo para pensar nisso. Mas, minha intenção é
ter uma atuação forte dentro da bancada em prol do nosso Estado.
EM TEMPO – O outro senador do Amazonas será Omar Aziz, que é
ex-aliado de seu marido na disputa eleitoral. Como será sua relação na
bancada com ele?
SB- Vamos manter uma convivência institucional e republicana com todos
os nossos adversários políticos, pois entendemos que os interesses do
Amazonas estão acima de qualquer disputa política. Sempre que um projeto
necessitar da união da bancada para ajudar o Estado, estaremos juntos.
Ser um adversário político não significa estar em lado oposto quando o
objetivo principal for o bem do povo do Amazonas. (Por Isabella Siqueira - Equipe Jornal EM TEMPO)
Mapa da RMM
Se ela conseguir isso, valeu apena o Eduardo tê-la deixado na sua suplência. Afinal, Manaus concentra a maior fatia a distribuição de renda do Estado. E apesar de terem criado por Lei essa tal Região Metropolitana de Manaus - RMM, que compreende os municípios de: Manaus, Itacoatiara, Rio Preto da Eva, Careiro da Várzea, Manacapuru, Iranduba, Novo Airão e Presidente Figueiredo. E desde sua criação em 2008, somente Iranduba e Manacapurú foram beneficiadas com a construção da Ponte Rio Negro e os demais ficaram a míngua até hoje. Itacoatiara, assim como os demais primos pobres ficaram esperando os benefícios que nunca chegaram. O governo na época fez chegou a desmobilizar o movimento da ZPE de Itacoatiara, para por em voga a extensão dos incentivos
fiscais da RMM para Itacoatiara, coisa que nunca aconteceu. O projeto de extensão do incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus, acabou suprimindo o dos incentivos para os municípios da RMM, a nossa cidade que esperava deixar de ser porto de lenha, acabou ficando a ver navios. Condenada com um porto praticamente inoperante no concerne a exportação e atracamento de navios de grande calado.
Se a senadora Sandra Braga, cair de cabeça nessa luta, pode contar com o meu apoio e certamente de mais de 2.360.011 pessoas que habitam os oito municípios beneficiados com esta ação, que faz com que pela primeira vez na história desse país e do Amazonas, faça o nosso Estado descentralizar sua economia e ser menos desigual com os municípios que dão aporte a capital do Amazonas. O que certamente evitaria o inchaço populacional de Manaus, reduziria a pressão no trânsito, o déficit habitacional e de emprego. E por fim, traria mais qualidade de vida para todos. (Frank Chaves)