sábado, 6 de julho de 2013

ITACOATIARA




Itacoatiara

Itacoatiara, minha cidade de menino criança. Faz tempo.
Muito tempo. Não te vejo, mas na lembrança estou aí, aí junto a ti.
Quem sabe se um dia aconchegaremos?! Estou separado de ti há dezenas de anos. Três mil quilômetros. Horizontalmente, onde o belo me cativa das saudades que tenho de ti. Mas um dia, quem sabe? Como menino criança, correndo atrás de papagaio e curica, tentando te alcançar para ti abraçar e matar minhas saudades que ficaram essencialmente em mim. Depois acontecerá o inevitável – meu retorno: abraçar-te-ei em ternuras ao chegar chegando de minha viagem horizontal. E humilde pedir perdão por minha ausência, mas se não me deres e não me abraçares com teu peito junto ao meu, ofegante, Itacoatiara, voltarei perambulando, trôpego e em prantos cantarei meu último verso: adeus, de teu filho que saiu saindo em prantos; mas depois sorriu sorrindo ao reencontrar os braços horizontais do horizonte.
*Manoel Cansanção Marinho nasceu em Itacoatiara em 18.04.1935. Em 1957 deixou a terra natal e passou por Manaus, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. O texto acima integra o seu livro “Poemas e contos”, editado antes dele falecer em 1999. De São Paulo (novembro/2000), sua irmã  Wanda me remeteu um volume da obra com uma tocante mensagem lembrando a paixão da família por Itacoatiara.

Blog Francisco Gomes

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