Analistas ouvidos pelo PortalD24AM debatem os caminhos
a que os movimentos estão levando o País. Eles foram unânimes em
afirmar que, de agora em diante, a pressão será constante.
Manaus - Passada a onda mais intensa dos protestos no País, com registro de manifestações em 353 municípios brasileiros, analistas consultados pelo PortalD24AM apontam os rumos do Brasil, após as mobilizações. Eles foram unânimes em afirmar que está em curso uma mudança no modo de gerir os recursos públicos no Brasil.
O doutor em Sociologia e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Odenei de Souza Ribeiro, classificou as mobilizações como um ato da ‘sociedade do espetáculo’ promovido por uma insatisfação geral que foi externada por meio do ‘ativismo social’.
Segundo ele, até o início dos protestos, a população estava sendo induzida a consumir cada vez mais, mas em contrapartida, os governos não investiam em serviços básicos ou essenciais, como saúde e educação.
“Não adianta termos consumo se não pudermos usufruir de bom serviço de saúde, educação e transporte. Essa insatisfação foi associada ao ‘ativismo tecnológico’ nas redes sociais (internet). O compartilhamento das queixas e experiências resultou nas manifestações nas ruas”, ponderou.
Na avaliação dele, a pressão popular gerará a inibição do uso privado da ‘coisa’ e dos recursos públicos.
Na avaliação do doutor em Sociologia e professor da Ufam, Renan Freitas Pinto, só com o passar do tempo será possível identificar os reais resultados das manifestações. “Algumas medidas ou ações não podem ser feitas em um ‘passe de mágica’, mas os poderes têm de avaliar esses pedidos e estabelecer um calendário de respostas”, disse.
De acordo com ele, a partir das manifestações ocorridas desde junho, a população brasileira descobriu uma nova forma de pressionar o poder. Ele ponderou que os protestos foram motivados por descontentamentos, mas avaliou que, de agora em diante, a pressão popular será constante. “Na manifestação, o povo descobriu uma forma de pressionar os poderes constituintes e, agora, já formam um poder informal paralelo aos governos”, ponderou.
A doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS) e professora da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Edilza Laray de Jesus, ponderou que as manifestações foram fundamentais para o reestabelecimento do processo democrático brasileiro. “É um equívoco pensarmos que a democracia é somente a representação. Ela é formada pela participação popular e deve ser construída a partir da relação com a sociedade”, disse.
Pauta generalizada
Os analistas avaliaram a pauta generalizada das manifestações. Segundo eles, a falta de um foco ou tema único não diminui a força dos protestos ou desqualifica os atos. “O processo é complexo e as questões reivindicadas já eram conhecidas, mas ninguém esperava essa atitude do povo”, disse Renan Freitas Pinto.
A doutora em Educação Edilza de Jesus afirmou que “o povo está ocupando o seu lugar” com as manifestações.
O sociólogo Odenei de Souza Ribeiro disse que o movimento não tem uma direção, mas aponta para uma mudança na política do Brasil. “A pauta é generalizada, mas uma coisa é certa: uma grande mudança está em curso”, disse.
Manaus - Passada a onda mais intensa dos protestos no País, com registro de manifestações em 353 municípios brasileiros, analistas consultados pelo PortalD24AM apontam os rumos do Brasil, após as mobilizações. Eles foram unânimes em afirmar que está em curso uma mudança no modo de gerir os recursos públicos no Brasil.
O doutor em Sociologia e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Odenei de Souza Ribeiro, classificou as mobilizações como um ato da ‘sociedade do espetáculo’ promovido por uma insatisfação geral que foi externada por meio do ‘ativismo social’.
Segundo ele, até o início dos protestos, a população estava sendo induzida a consumir cada vez mais, mas em contrapartida, os governos não investiam em serviços básicos ou essenciais, como saúde e educação.
“Não adianta termos consumo se não pudermos usufruir de bom serviço de saúde, educação e transporte. Essa insatisfação foi associada ao ‘ativismo tecnológico’ nas redes sociais (internet). O compartilhamento das queixas e experiências resultou nas manifestações nas ruas”, ponderou.
Na avaliação dele, a pressão popular gerará a inibição do uso privado da ‘coisa’ e dos recursos públicos.
Na avaliação do doutor em Sociologia e professor da Ufam, Renan Freitas Pinto, só com o passar do tempo será possível identificar os reais resultados das manifestações. “Algumas medidas ou ações não podem ser feitas em um ‘passe de mágica’, mas os poderes têm de avaliar esses pedidos e estabelecer um calendário de respostas”, disse.
De acordo com ele, a partir das manifestações ocorridas desde junho, a população brasileira descobriu uma nova forma de pressionar o poder. Ele ponderou que os protestos foram motivados por descontentamentos, mas avaliou que, de agora em diante, a pressão popular será constante. “Na manifestação, o povo descobriu uma forma de pressionar os poderes constituintes e, agora, já formam um poder informal paralelo aos governos”, ponderou.
A doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS) e professora da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Edilza Laray de Jesus, ponderou que as manifestações foram fundamentais para o reestabelecimento do processo democrático brasileiro. “É um equívoco pensarmos que a democracia é somente a representação. Ela é formada pela participação popular e deve ser construída a partir da relação com a sociedade”, disse.
Pauta generalizada
Os analistas avaliaram a pauta generalizada das manifestações. Segundo eles, a falta de um foco ou tema único não diminui a força dos protestos ou desqualifica os atos. “O processo é complexo e as questões reivindicadas já eram conhecidas, mas ninguém esperava essa atitude do povo”, disse Renan Freitas Pinto.
A doutora em Educação Edilza de Jesus afirmou que “o povo está ocupando o seu lugar” com as manifestações.
O sociólogo Odenei de Souza Ribeiro disse que o movimento não tem uma direção, mas aponta para uma mudança na política do Brasil. “A pauta é generalizada, mas uma coisa é certa: uma grande mudança está em curso”, disse.
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