quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

SÓ PRÁ CONTRARIAR


A decisão do prefeito Artur Neto de homenagear Nelson Madela, colocando o seu nome no Parque Ponta Negra, é interessante pelo que o lider sul-africano simboliza, como defensor da liberdade e dos direitos civis. Mas a reação nas redes sociais foi negativa. A idéia de que a hora é propícia para resgatar a memória de um amazonense - e são tantos os que partiram nos últimos anos, deixando um legado para a cidade e o Estado - parece oportuna.  
Manaus é um mundinho que tem escondido a sua história, seu passado e seus principais personagens. Uma cidade construída no sacrificio, isolada do País, que precisa reconhecer seus atores, independente da área onde atuaram em vida.  
Nomes não faltam. Entre  os jornalista,  Carlos Zamith, Flaviano Limongi, Ernesto Coelho e Orlando Farias. Entre os políticos, Raimundo Parente, Plínio Coelho e  Gilberto Mestrinho. 
Apoesia perdeu o grande poeta Aníbal Beça, a música perdeu Abílio Farias, o boêmio que casaria muito bem com o Parque Ponta Negra. Mandela continuará simbolizando a liberdade, mas Ponta Negra é boemia, sol, diversão e tem a cara do Abílio em cada um dos personagens que a frequentam, vindos de todas as zonas da cidade, meio nus, meio desesperançados...

A alegre e descontraída Ponta Negra, tem mais cara de Aníbal Beça e Abílio Farias, do que do estrangeiro Mandela. Afinal o que é do Amazonas, tem que ter a sua cara. Nós também temos os nossos heróis e pessoas que contribuíram grandemente para o enriquecimento da cultura amazonense, nada mais justo de homenagear a nossa gente, gente que tem a nossa cara, que escreveu, cantou e decantou o nosso povo e alegrou o dia a dia do povo amazonense. Nesse contexto, o Mandela não tem nada haver, nem com o Amazonas, nem com o lugar, nem com o lazer, características naturais de Aníbal Beça e de Abílio Farias. 


Com todo respeito que tenho, mas acho que dessa vez acho que o prefeito Arthur Neto viajou longe demais! Colocando o nome da Ponta Negra de Nelson Mandela, enquanto o nosso Estado e a cidade de Manaus tem pessoas que prestaram serviço relevante ao Estado do Amazonas. Homenagear logradouros públicos locais com nomes de estrangeiro é no mínimo demonstrar a falta de reconhecimento e valorização dos valores da terra! (Frank Chaves)

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Mercado de vinil tem o seu melhor ano; setor é minúsculo no país

Com os discos novos de Daft Punk ("Random Access Memories") e David Bowie ("The Stars Are Out Tonight") puxando a fila, o Reino Unido vai fechar 2013 como o melhor ano para o mercado de discos de vinil desde 2001, com vendas chegando à casa das 700 mil unidades.
No Brasil, ainda que o número seja mais de dez vezes menor que o dos ingleses, o mercado do vinil começa a ver uma luz no fim da prensa.
Ainda fora do radar da Associação Brasileira de Produtores de Discos (ABPD), a produção nacional se resume à única fábrica da América Latina, a Polysom, no Rio.
Desde que voltou a operar, no fim de 2009, a produção da empresa pulou de 25,4 mil discos (entre LPs e compactos) para quase 60 mil em 2013 (até novembro), com um crescimento de 136%.
"O mercado de hoje é crescente e muito maior do que se poderia imaginar quando reativamos a fábrica em 2009", diz o consultor da Polysom, João Augusto.
Entre os milhares de discos que terão saído da fábrica de Belford Roxo em 2013 estão tanto títulos novos, como "Cavalo", de Rodrigo Amarante, e "Nunca Tem Fim", do Rappa, quanto relançamentos clássicos, que viraram sucesso de vendas.
"Os discos de Tom Zé, Secos & Molhados, Chico Science & Nação Zumbi, Los Hermanos e Jorge Ben -com destaque para 'África Brasil' e 'A Tábua de Esmeralda', que passaram de 2.000 unidades vendidas cada um- estão entre os que contribuíram para movimentar o mercado", observa João Augusto.

Editoria de Arte/Folhapress
 
REPÚBLICA TCHECA
Outros milhares de vinis novos de artistas brasileiros percorrem um longo caminho até chegar ao país. Álbuns de artistas como Criolo, Tom Zé, Céu e Sepultura, entre outros, são feitos na República Tcheca, numa das maiores fábricas do mundo, a GZ Media.
Com números que podem chegar a 1 milhão de cópias produzidas por mês (a média é de 700 mil), a fábrica se tornou uma alternativa ao mercado nacional, por conta de seu preço (um pouco mais em conta que o da Polysom) e fama de qualidade impecável.
"Não temos políticos sérios para ver que há uma indústria que vai além do produto em si, fotógrafos, engenheiros de som, produtores, estúdios, músicos. O vinil inibe a pirataria e fomenta outros mercados, como o dos toca-discos", diz Clênio Lemos, dono da Media4Music, empresa que representa a GZ Media no Brasil.
Segundo ele, neste ano mais de 20 mil bolachas de brasileiros foram produzidas na República Tcheca (até novembro), crescimento de 310% em relação a 2010.
A cantora e compositora Stela Campos optou por lançar seu novo disco, "Dumbo", em lojas digitais e, como mídia física, apenas no formato vinil (pela GZ Media), abandonando o CD.
"A música digital fez o conceito de álbum se perder. O vinil é algo para ser consumido por aqueles que têm prazer em escutar um álbum, entender o que o artista quis dizer com o lado A e o lado B, que querem ver a capa, todo o conceito que está por trás. Optei por fazer o vinil pensando nessas pessoas", diz Stela.
Ainda que boa parte desses discos seja comercializada on-line, as livrarias já acordaram para esse nicho.
A Fnac e a Livraria Cultura comercializam vinis desde 2008. "No começo, só importávamos coisas muito especiais. Hoje o público de vinil é crescente, mas ainda pequeno", pondera Fernando Sant'Ana, da Fnac.
"Tivemos que reaprender a mexer com vinil. Da maneira de expô-lo na loja até o transporte, vinil requer mais cuidados. Dá mais trabalho, mas é importante ter, porque é [procurado por] um público que consome qualidade, estilo, design, é colecionador, superantenado, forma opinião."
Na Livraria Cultura, o crescimento em faturamento com vinis em 2013 é 14% superior ao mesmo período do ano passado (que foi o melhor ano da rede em vendas). "O interesse do público acompanha esse crescimento: velhos consumidores que nunca deixaram de comprar esse formato se somam a um público jovem", diz o analista de negócios de música na Cultura, João Paulo Bueno.
Na música eletrônica e no hip hop, gêneros que sempre puseram o vinil num pedestal, boa parte dos DJs se manteve fiel ao formato, tocando com bolachas "ocas", com códigos que permitem manipular arquivos digitais como se fossem vinis de verdade.
Além do universo de megastores e lojas de vinil do Centro, as feiras de discos têm se tornado mais frequentes e cheias em São Paulo.
Marcio Custódio, da loja Locomotiva Discos, organiza uma das mais concorridas. Foram sete neste ano, a última no último domingo (8), no Museu da Imagem e do Som.
Custódio considera que o mercado de vinil no Brasil tem potencial para crescer, mas "o preço dos discos novos fabricados no país precisa baixar e alguma empresa de eletrônicos precisa voltar a fabricar vitrolas".
A cada feira, ele diz receber média de mil pessoas.
O diretor do MIS, André Sturm, afirma ter aberto espaço no museu por acreditar na força do mercado do vinil. "Minha filha mesmo não compra mais CD, mas tem uma grande coleção de vinis."
 
RECORD STORE DAY
Forte arma da indústria na Europa e nos EUA, o Record Store Day (data festiva criada em 2007 nos EUA para promover as lojas de disco), realizado no terceiro sábado de abril no mundo todo, ainda não pegou no Brasil.
"Pode ser uma espécie de 'Black Friday' dos discos, mas as gravadoras não fazem nada. Espero que em 2014 organizem lançamentos especiais para esse dia, como é feito lá fora", sugere Custódio.
Estratégias de mercado à parte, o estudante Pedro Levorin, 18, dono de uma vitrola Philco portátil fabricada em 1970, presenteada pelos pais, define o que o leva a consumir discos de vinil de rock, samba, Tropicália e até de marchinhas de Carnaval.
"É outra relação com o som. Geralmente, as músicas que a gente baixa são mero pano de fundo para as coisas que fazemos no computador. Ouvir um disco é ritualístico, rola mesmo uma pausa pra você escutar a música." 

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CLAUDIA ASSEF
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA DE SÃO PAULO


domingo, 15 de dezembro de 2013

Todo brasileiro precisa ver este vídeo

Mendonça Prado fala sobre a PEC 300 na TV Câmara

Tuma Jr. lança livro com ataques a Lula

O ex-secretário Nacional de Justiça Romeu Tuma Júnior lançou ontem o livro Assassinato de Reputações - Um Crime de Estado, no qual ataca Luiz Inácio Lula da Silva e acusa o partido do ex-presidente, o PT, de utilizar a máquina do governo federal para montar dossiês contra adversários.

Tuma Júnior, que é delegado, foi secretário do Ministério entre 2007 e 2010, durante o segundo mandato de Lula na Presidência da República. Na época, foi demitido por suspeitas de envolvimento com a chamada máfia chinesa. Parte do conteúdo do livro foi revelada na edição da semana passada da revista Veja.

Em uma das acusações mais polêmicas feitas no livro lançado ontem, o delegado afirma que Lula foi informante da ditadura. Segundo escreveu Tuma Júnior, o então líder sindical repassava dados sobre greves sob o codinome de "Barba" ao Departamento de Ordem Política e Social (Dops), onde atuava seu pai, Romeu Tuma. O petista ficou preso em 1980 por 30 dias no Dops, após greves no ABC.

Segundo Tuma Júnior, ao dar informações ao governo militar, Lula garantiu "privilégios" na prisão. O livro do delegado lista como privilégios noites de sono em um sofá do Dops e uma visita à mãe, dona Lindu, que estava gravemente doente.

Procurado, o Instituto Lula informou ontem que o ex-presidente não iria fazer comentários.

Reputações. Boa parte do livro é dedicada ao que o delegado chama de "assassinato de reputações". Diz que o então ministro da Justiça e hoje governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, o assediava para que deixasse vazar documentos que prejudicariam adversários. Ele cita o caso do cartel que começou a ser investigado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal em 2008.

Segundo Tuma Júnior, "começou a sair na imprensa que vinha informação da Alstom envolvendo os tucanos". "Um dia chegou o documento da Suíça, em nome da secretaria. Falei para não mandarem para o Ministério Público ainda: 'Lacrem o envelope, tragam para mim e avisemos ao ministro, porque chegou a bomba dos documentos da Alstom'", escreve. As informações tinham como alvo principal Robson Marinho, ex-chefe da Casa Civil do governo tucano de Mário Covas. Eram relatórios enviados voluntariamente pelo país europeu. O ex-secretário de Justiça relata que, mesmo sendo documentos compartilhados por poucas pessoas, eles acabaram vazando mesmo assim.

Ele também critica a ação de parte dos promotores paulistas. "É importante registrar: no Ministério Público de São Paulo existe uma ala que sempre protegeu tucanos de alta plumagem".

Tuma Júnior também acusa outro ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, de pedir que o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), fosse investigado após dizer que Lula sabia do mensalão. A ordem ao ministro, diz Tuma Júnior, teria sido dada por Gilberto Carvalho, braço direito do ex-presidente. Carvalho afirma que vai processar o delegado.

'Armação'. O ex-secretário Nacional de Justiça atribui a sua demissão do cargo, em 2010, a uma "armação" do governo Lula com o Estado.

Em 5 de maio de 2010, o jornal publicou reportagem revelando que a Polícia Federal tinha interceptado gravações e e-mails ligando-o a Li Kwok Kwen, o Paulo Li, acusado de ser um dos chefes da máfia chinesa em São Paulo.

A quadrilha era suspeita de ser especializada em contrabando de telefones celulares e venda de vistos permanentes.

"A pergunta que faço é: o que era mais importante para o Estadão noticiar? A foto do 'chefe da máfia', um chinês, com o secretário Nacional de Justiça na China, ou entregando um presente para o presidente Lula (...)? Eu respondo: é óbvio que, se não fosse armação do governo com o jornal, se o indivíduo fosse mesmo um mafioso, o Lula estaria na capa do Estadão e não eu", escreve, referindo-se ao fato de o então suspeito de integrar a máfia chinesa aparecer em várias fotos ao lado de autoridades da República.

AE/Portal do Holanda

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