Ariano Suassuna |
Ariano Vilar Suassuna, advogado, professor, teatrólogo e romancista,
desde 1990 ocupa a cadeira número 32 da Academia Brasileira de Letras,
cujo patrono é Araújo Porto Alegre, o Barão de Santo Ângelo (1806-1879).
Filho de João Suassuna e de Rita de Cássia Vilar, Ariano estava com um
pouco mais de três anos quando seu pai, que havia governado o Estado no
período de 1924 a 1928, foi assassinado no Rio de Janeiro, em
conseqüência da luta política às vésperas da Revolução de 1930.
No mesmo ano, sua mãe se transferiu com os nove filhos para Taperoá,
onde Ariano Suassuna fez os estudos primários. No sertão paraibano
Ariano se familiarizou com os temas e as formas de expressão que mais
tarde vieram a povoar a sua obra.
Em 1942, a
família se mudou para Recife e os primeiros textos de Ariano foram
publicados nos jornais da cidade, enquanto ele ainda fazia os estudos
pré-universitários. Em 1946 Ariano iniciou a Faculdade de Direito e se
ligou ao grupo de jovens escritores e artistas que tinha à frente
Hermilo Borba Filho, com o qual fundou o Teatro do Estudante
Pernambucano. No ano seguinte, Ariano escreveu sua primeira peça, "Uma
Mulher Vestida de Sol", e com ela ganhou o prêmio Nicolau Carlos Magno.
Após formar-se na Faculdade de Direito, em 1950, passou a dedicar-se
também à advocacia. Mudou-se de novo para Taperoá, onde escreveu e
montou a peça "Torturas de um Coração", em 1951. No ano seguinte, voltou
a morar em Recife. O Auto da Compadecida (1955), encenado em 1957 pelo
Teatro Adolescente do Recife, conquistou a medalha de ouro da Associação
Brasileira de Críticos Teatrais. A peça o projetou não só no país como
foi traduzida e representada em nove idiomas, além de ser adaptada com
enorme sucesso para o cinema.
No dia 19 de
janeiro de 1957, Ariano se casou com Zélia de Andrade Lima, com a qual
teve seis filhos. Foi membro fundador do Conselho Federal de Cultura, do
qual fez parte de 1967 a 1973 e do Conselho Estadual de Cultura de
Pernambuco, no período de 1968 a 1972.
Em 1969
foi nomeado Diretor do Departamento de Extensão Cultural da
Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, ficando no cargo até 1974.
Ariano estava sempre interessado no desenvolvimento e no conhecimento
das formas de expressão populares tradicionais e, no dia 18 de outubro
de 1970, lançou o Movimento Armorial, com o concerto "Três Séculos de
Música Nordestina: do Barroco ao Armorial", na Igreja de São Pedro dos
Clérigos e uma exposição de gravura, pintura e escultura.
O escritor também foi Secretário de Educação e Cultura do Recife de
1975 a 1978. Doutorou-se em História pela Universidade Federal de
Pernambuco, em 1976 e foi professor da UFPE por mais de 30 anos, onde
ensinou Estética e Teoria do Teatro, Literatura Brasileira e História da
Cultura Brasileira.
Seu "Romance da Pedra do
Reino e o Príncipe do Sangue do Vai e Volta" publicado originalmente em
1971 teve a primeira edição. Relançado somente em 2005 teve sua segunda
edição esgotada em menos de um mês, o que é uma coisa rara para um
volume de quase 800 páginas.
Após sofrer um AVC hemorrágico, o escritor morreu aos 87 anos no Real Hospital Português de Recife.
fonte: UOL Educação
Assista um trecho do filme "O Auto da Compadecida"
Cena: Chicó o Valente
Cena: Chicó o Valente
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