quinta-feira, 12 de junho de 2014

"Tragédia do Rio Urubu", rememorada pelos jornalistas Carlos Costa e Roberval Vieira

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DE JORNALEIRO A JORNALISTA - uma história de vida (AMIGOS QUE FIZ E OS DEIXEI PELO CAMINHO, COMO REPÓRTER)
Também como repórter do Jornal “A Notícia”, no final da década de 80, fui testemunha viva do que ficou conhecido como “Tragédia do rio Urubu”, quando um ônibus com ar condicionado da Empresa Soltur, passou da balsa e caiu dentro do rio.


Carlos da Costa
Também como repórter do Jornal “A Notícia”, no final da década de 80, fui testemunha viva do que ficou conhecido como “Tragédia do rio Urubu”, quando um ônibus com ar condicionado da Empresa Soltur, passou da balsa e caiu dentro do rio.

Estava indo para o Município de Itacoatiara, fazer cobertura da eleição política na passagem do prefeito Chibli Abrahim para outro prefeito indicado por ele. Seguia em outro ônibus, com jovens tocando violões e fazendo batucada, quando, ao chegar à praça central da cidade, um carro passou e nos avisou que o ônibus que tinha saído depois do nosso, havia caído no rio Urubu. Na verdade, havia comprado minha passagem para ir no ônibus com ar condicionado, uma novidade em Manaus, na época, mas fui informado de que havia um outro ônibus, que também seguiria direto, sem escala, onde havia um grupo de jovens. Decidi trocar de ônibus. Mas meu nome ficou sendo noticiado em Manaus como uma das pessoas que haviam morrido.
Ajudei a resgatar cadáveres no rio Urubu, mutilados por piranhas. Só voltei para Manaus três dias depois. Minha mãe, aflita, mas com seu coração dizendo que eu não havia morrido, recebeu-me de madrugada, sem susto, embora estivesse escutado pelas rádios que eu estava entre os mortos. Passei dois dias dormindo e não fui à escola. Fiquei sonhando por algum tempo com a tragédia e lembrando-me dos cadáveres que tinha ajudado a tirar do ônibus e colocar dentro de um caminhão e dos noivos que tinham ocupado meu lugar.
Alguns amigos meus, sentindo minha falta por dois dias no Instituto de Educação do Amazonas, chegaram a me fazer visitas, pensando que eu estivesse entre os mortos.


Roberval Vieira
O pior acidente rodoviário foi as vésperas das eleições de 1976 – mais exatamente dia 14 de novembro,quando o ônibus rodoviário da empresa Soltur – o primeiro com ar condicionado a fazer essa linha, que mergulhou nas águas do rio Urubu.Justamente onde hoje é a ponte “Mamoud Amed”.
Ao longo de todas suas existência a AM-010 já sofreu várias avarias,mas nenhuma obra definitiva duradoura.Nossa reportagem acompanha todo esse processo nos últimos quarenta anos. (Roberval Vieira.)


Em 2012, o canal Discovery, produziu um documentário sobre o episódio, que apresentamos para o seu conhecimento.

Click na imagem para assistir o vídeo


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