terça-feira, 23 de outubro de 2018

A farsa do aniversário de 349 anos da cidade de Manaus

A Prefeitura de Manaus imbuída do proposito de promover uma grande festa oficial, apartada da pesquisa científica e dos fundamentos históricos, vem desde a década de 90, comemorando o aniversário da capital do Amazonas, fazendo uma montagem de datas, um arranjo factual cronológico, para dar mais longevidade ao natalício da cidade de Manaus. Que na realidade, se formos ser bem justos, o certo seria estar se comemorando de fato e de direito, 170 anos de elevação a categoria de cidade e não 349 anos.
Vamos aos fatos: Primeiro tem a questão da arqueologia, dos primeiros vestígios do homem na Amazônia, que datam mais de 10.000 a 4.000 A.C. Segundo apontam as pesquisas de Eduardo Goes Neves, entre outros arqueólogos que tem vasta pesquisa na região. Negar isso, significa negar toda a existência de mais de 7 milhões de índios que moravam nessa região, que praticavam agricultura, desenvolviam a cultura da cerâmica, faziam grafismos em baixo relevo nas pedras de arenito. Nas lajes no Rio Negro, no Rio Urubu e por todo o litoral do Rio Amazonas ao Pará. 



Pelos vestígios arqueológicos, tratavam-se de sociedades complexas e de um alto nível cultural, até mesmo pelo diversificado número de línguas que falavam. Não podemos falar de tolerância, se continuamos com os olhos cheios de preconceito, ao negar a existência desses atores históricos e sociais, como verdadeiros fundadores da Amazônia e do Brasil na época pré-colombiana. Mas em detrimento disso, através da grande imprensa e dos órgãos oficiais de governo, continuamos a negar a existência de nossos ancestrais e colocar como parâmetro “civilizatório “e demarcador de povoamento, a chegada, a passagem e a colonização dos europeus na Amazônia, especialmente o nosso Estado do Amazonas. Chega-se inclusive a ser capaz de estabelecer data de fundação da cidade, que tem o nome de Manaus, mas não se considera a própria existência dos índios manau, que foram os seus primeiros habitantes e que de fato, deram origem ao nome da cidade. Pois eles já estavam aqui, antes da construção do forte da Barra do Rio Negro.

francisco

Não se consideram as entradas de Pinzon (1500) e Orellana no Rio Amazonas (1542), eles deram nome ao nosso grande rio e que depois deu origem ao nome do nosso Estado. E certamente passaram pelo porto da tribo dos manaus nesse período, por ser um ponto estratégico, ante a boca do Rio Negro e Solimões.

Prospecto da Fortaleza do Rio Negro (1756). Autor: Eng. João André Schwebel. Fonte: MENDONÇA, Marcos Carneiro de A. A amazônia na era pombalina. Rio de Janeiro: Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, 1963. Retirado de: COSTA (2014)

Não se considerou os registros feitos pelos cronistas no período imperial e os registros oficiais feitos pelas Província do Pará e Amazonas. Mas podemos destacar, o reconhecimento dos cronistas da construção da Fortaleza da Barra do Rio Negro, que tem data estimada de 1669, mas que não se tem um documento oficial delimitando o exato dia e mês e ano da instalação desse forte. Até a exatidão do lugar desse forte, não se tem uma definição exata, nem vestígios arqueológicos que possam balizar a sua localização exata e existencial.

Outro ponto importante a se considerar, é que em 1998 a Prefeitura de Manaus, festejou o "Sesquicentenário da cidade de Manaus", comemorando na época os seus 150 anos, considerando essa data, festejada pelo Poder Executivo, hoje perfaz exatos 170 anos. 
Por outro lado, o Diário Oficial do Estado do Amazonas, datado de 24 de outubro de 1948, traz em sua matéria de capa o seguinte enunciado: MANAUS, antiga Vila da Barra, conta hoje, um século de sua elevação a categoria de cidade. Segundo o documento oficial Manaus estava comemorando 100 anos de cidade, com base na (Lei N° 145 de 24 de outubro de 1848), de lavra da Assembleia Provincial do Pará, que elevou Manaus à categoria de Cidade com a denominação de Nossa Senhora da Conceição da Barra do Rio Negro.

Depois desse período, já com a separação do Amazonas do Pará, por força da Lei N° 68, de 4 de setembro de 1856, de autoria do deputado João Ignácio Rodrigues do Carmo, foi que a cidade passou a ser definitivamente denominada de Manaus, conforme cita (SANTOS, 2005).

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Como pudemos observar, há uma série de enganos e um notável arranjo cronológico, no qual se pegou a hipotética data da fundação do Forte de São José da Barra, de 1669, que foi um fato específico de posicionamento estratégico de guarnição da antiga capital Barcelos, que ficava no alto Rio Negro. E a praticamente 179 anos depois, aconteceu o outro fato histórico, que foi a elevação da antiga Vila de Manaus, a categoria de cidade. Através da Lei Nº 145 de 24 de outubro de 1848. Aí fica bem claro que infelizmente o Poder Municipal, passou desapercebido, por não se preocupar com a sustentação histórica dos fatos e permitiu, que fosse criada essa adaptação esdruxula, que emendou o ano provável de instalação do Forte (1669), com o dia e mês da elevação da antiga Vila a categoria de cidade de Manaus (24 de outubro) de 1848.

Ainda é importante considerar, o evento da Lei Provincial Nº 68, de 04 de setembro de 1856, outorgada pelo então presidente da Província João Pedro Vieira. Que oficializa a mudança do nome da Cidade da Barra, para Cidade de Manaus. O que perfazem exatos 162 (cento e sessenta e dois) anos de cidade, com a denominação Manaus), conforme estampa matéria jornalistica abaixo. E essa como foi a última Lei oficial a denominar e e elevar a categoria de cidade, deveria ser considerada, e se pode afirmar que se deveria estar comemorando na verdade os 162 anos de criação do termo Cidade de Manaus e não 349 anos.

Aproveitando os festejos de nossa capital, esse artigo, só tem a intenção de chamar atenção para a construção subvertida dos 349 anos de Manaus, que na realidade são 170 anos de elevação a categoria de cidade, conforme os registros acima apresentados, reforçados a LOMAN, que em seu Artigo 437.

 
A dicotomia entre os historiadores e pesquisadores da região, quanto à data de início da construção do Forte da Barra do Rio Negro, que fazem conexão com à "fundação" da atual Manaus. A disparidade entre datas varia entre 16671669 (SOUZA, 1885:57; BETTENDORF, Pe. João Felipe. apud: MONTEIRO, 1994:35; GARRIDO, 1940:18), 1670 (BARRETTO, 1958:45), anterior a 1691 (FRITZ, Pe. Samuel. apud: op. cit., p. 35), 1691 (MORAES FILHO, Melo. apud: op. cit., p. 35), 1697 (VARNHAGEN, Francisco Adolfo de. apud: op. cit., p. 35). REIS (1966) não dispõe desta data, admitindo como solução provisória a data de 1669 para a obra de Francisco da Mota Falcão. (OLIVEIRA, 1968:751).

Propaganda oficial da Prefeitura de Manaus, comemorando 349 anos da cidade de Manaus, misturando
a  hipotética data da construção do Forte com a data de elevação a categoria de cidade 
Como podemos observar, há uma questão não bem resolvida, quanto a data segura da própria fundação da fortificação de 1669, que em sustentam ter dado origem a fundação da cidade. Diante o exposto, podemos afirmar que está pacificado, com a Lei Nº 145 de 24 de outubro de 1848, que elevou Manaus a categoria de cidade, combinada com o Diário Oficial expedido em 1948 e com a Lei Orgânica do Município de Manaus, que reconhecem o dia 24 de outubro como o feriado de Aniversário da capital do Amazonas, sem que se faça nenhum grande esforço mental, para se concluir que se está comemorando nesta terça-feira 170 (cento e setenta anos) de elevação da Manaus a categoria de cidade. E quanto ao forte, não se pode apresentar um dia e mês, pois as pesquisas e a historiografia regional, ainda não conseguia encontrar documentação e chegar a um consenso, sobre a fundação do Forte, o que tira esse fato do contexto, por não se ter informação embasada e verossímil para sustentar os 348 anos. Ao passo que os 169 anos, tem vasta documentação oficial e reconhecimento do dia em mês da emancipação política da capital do Amazonas.

Manaus tem seus símbolos municipais, como tem o país, bandeira, brasão e hino. Mas até nisso há incongruência. Pois o Brasão de Manaus, faz alusão ao dia em que a então província do Amazonas, aderiu à proclamação da República (21 de novembro de 1889). E faz uma leve menção a fundação, mais não fala nada sobre a data de elevação do lugar a categoria de cidade.



O Escudo Municipal foi aprovado por Taumaturgo Vaz mediante Decreto-Lei em 17 de abril de 1906. A parte superior do Brasão faz alusão ao dia em que então província aderiu à proclamação da República (21 de novembro de 1889). A superior esquerda representa o encontro das águas, com a representação de dois pequenos barcos ("bergantis"). Pode ainda representar a descoberta do rio Negro, por Francisco de Orellana, em meados do séc. XV. A parte superior direita representa a fundação de Manaus. A parte inferior alude ao período áureo da borracha. A Fortaleza e a Bandeira, representam o domínio português. Há de se observar, todavia, que na época a bandeira de Portugal não era a desenhada no brasão, esta é da República Portuguesa atual, na época da Monarquia a bandeira era com quadriculados azuis e brancos. Os primeiros fundamentos da cidade estão representados pela casa de palha e as duas figuras centrais fazem alusão à paz celebrada entre os colonizadores e os indígenas, com o casamento do comandante militar da escolta portuguesa com uma filha do chefe da tribo.


Segundo minhas pesquisas sobre o que define a criação de uma cidade, encontrei no IBGE uma explicação plausível, que toma como referencia a elevação das comunidades missionárias em Vilas e finalmente sua elevação a categoria de cidade, quando o lugar passa a ter autonomia jurídica, administrativa e politica. A definição jurídica: cidade é a aglomeração que possui um certo estatuto jurídico ou municipal; já na idade média um dos caracteres distintivos da cidade era o direito de ter um mercado. 

Sua criação de fato e de direito é efetuada através de ato oficial pelo governo, com reconhecimento e criação da Câmara e chancela da Assembléia Legislativa. Pois inclusive a pouco tempo, vemos vários Vilas e Distritos rurais, lutando para se tornarem cidade. E para finalizar a questão, devemos separar os fatos históricos por suas perspectivas datas. No caso do Aniversário de Manaus, temos considerar a seguinte cronologia:

Pinzon (1500) e Orellana no Rio Amazonas (1542), são os primeiros europeus a navegar no nosso mar Doce, no nosso grande rio, que deram-lhe o nome de Rio Amazonas, cujo nome deu consequentemente, origem ao nome do nosso Estado.
Em 1669, a instâncias de Pedro da Costa Favela, o governador Coelho de Carvalho ordenou a ereção de uma fortaleza que resguardasse a região limítrofe do rio Negro. Foi assim que surgiu a legendária "Fortaleza de São José do Rio Negro".
Lobo D'Almada, terceiro Governador da Capitania de São José do Rio Negro, transfere no ano de 1791, a sede da Capitania de Barcelos para o lugar da Barra, iria habitar as dependências da antiga "Casa Forte do Rio Negro"
Em 1832, com a criação da Comarca do Alto Amazonas, o Lugar da Barra é elevado à categoria de vila, com o nome de Nossa Senhora da Conceição da Barra do Rio Negro.
Através da Lei Nº 145 de 24 de outubro de 1848, a Assembléia Provincial Paraense eleva a categoria de cidade com o nome de Nossa Senhora da Conceição da Barra do Rio Negro. Logo em seguida passa a se chamar Cidade de Manaus.

Em 1850, atendendo as manifestações publicas em toda a região amazonense, foi aprovado pela Câmara o projeto de criação da Província do Amazonas, sancionado por D. Pedro II, em 5 de setembro do mesmo ano, recebendo a Lei de número 592, passando a ser a nova capital do Amazonas.
Lei de nº 68, de 04 de setembro de 1856, que muda o nome de Cidade da Barra, para Cidade de Manaus.
Concluímos com todos esses dados, que a única coisa que está correta nesse aniversário de elevação a categoria de cidade, o dia e mês do aniversário da cidade (24 de outubro) só o ano, que já não se reporta a esse fato, e sim a instalação do um forte (1669). Ficando da seguinte forma: 517 anos de entrada dos europeus no Rio Amazonas; 348 anos de criação do forte da Barra do Rio Negro; 226 anos de mudança da capital de Barcelos para o Forte da Barra; 169 anos de criação do 1º termo com o nome Cidade de Nossa Senhora da Conceição da Barra do Rio Negro (24 de outubro de 1848). E finalmente 161 anos de mudança do nome de Cidade de N. Sra. da Conceição da Barra, para Cidade de Manaus. Na oportunidade saúdo todos os manauenses pelos seus 169 anos de elevação a categoria de cidade. Espero com isso, esclarecer o que está por trás das comemorações oficiais do aniversário da cidade, onde o parelho ideológico do estado, fez um rearranjo de datas, deixando sem lume, tantos fatos significativos da história de nossa belíssima Metrópole Regional, que ainda é muito jovem e tem um futuro brilhante pela frente! PARABÉNS MANAUS!
Frank Queiroz Chaves

Historiador

domingo, 12 de agosto de 2018

Casas mais antigas de Manaus serão leiloadas em pregão este mês de agosto!


Foto: Alexandre Fonseca/SeminfFoto: Alexandre Fonseca/Semin 

Um Pregão Presencial tendo como objeto a permissão onerosa e uso das casas 69 e 77, que estão localizados na rua Bernardo Ramos, Centro Histórico, consideradas as residências mais antigas de Manaus, será realizado no dia 20 deste mês por uma Comissão Municipal de Licitação da Prefeitura. 

O aviso de licitação foi publicado na edição 4410, do Diário Oficial do Município (DOM). O edital está disponível aos interessados desde o último dia 2 de agosto, no site sistemas.manaus.am.gov.br ou na Comissão de Licitação, localizada na avenida Constantino Nery, 4080, Chapada, zona Centro-Sul, das 8h às 14h, de segunda à sexta-feira. O Pregão Presencial acontecerá no dia 20 de agosto, às 9h. 

Localizadas na rua Bernardo Ramos, as casas 69 e 77 carregam em sua arquitetura uma parte da história de Manaus, do período colonial, e são consideradas as residências mais antigas da capital amazonense, construídas em 1819. 

Depois de dez anos fechadas e após a desistência de três empresas em operar a reforma, a Prefeitura de Manaus retomou a obra com recursos do Fundo Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultura (Funpatri), que elegeu essas casas para aplicação do recurso. 

A obra está em fase de acabamento e as casas estão recebendo pinturas, novas cerâmicas e peças sanitárias. A casa 69 possui 137,86 m², onde funcionava um escritório de contabilidade, há mais de dez anos, quando foi desapropriada pela Prefeitura por conta do valor histórico da residência. A casa de número 77, que faz esquina com o beco José Casemiro, tem 151,24m², e já foi um bar antes de ter a desapropriação aprovada. 

Em Manaus, o Funpatri foi criado pela Lei nº 722, de 4 de dezembro de 2003, e regulamentado pelo Decreto nº 8.525, de 21 de junho de 2006. 

Fonte: G1

Curtiss C-46 Commando

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 C-46 Commando
class: 
 military

C-46 2058
C-46 2058 (MAP)


Em fins da década de 30, a aviação experimentou um desenvolvimento extraordinário e, com a eclosão da Guerra Civil Espanhola, ficou patente a necessidade do emprego de aeronaves de maior porte para a realização das missões de transporte aéreo.
Nesse sentido, a Curtiss Wright Corporation, dos Estados Unidos, iniciou o projeto de uma aeronave de grande porte, para os padrões da época, designada Curtiss CW-20, que teria a capacidade de transportar até 36 passageiros e concorreria diretamente com os Douglas DC-2 e DC-3, recém-lançados e com menor capacidade.
O protótipo, matriculado 41-5159, realizou o primeiro vôo em 26 de março de 1940, excedendo as expectativas dos projetistas.
Com a entrada dos Estados Unidos na IIª Guerra Mundial, a produção da Curtiss foi inteiramente orientada para as atividades militares, onde o novo avião passou a ser identificado como C-46 Commando, pelas United States Army Air Forces - USAAF(Forças Aéreas do Exército Norte-Americano), e como R5C, pela U.S. Navy - USN(Marinha Norte-Americana). A primeira aeronave de série ficou pronta em maio de 1942 e as primeiras entregas ao U. S. Army começaram em julho do mesmo ano.
Do total de 3.182 unidades fabricadas, a USAAF utilizou 2.900, que foram as responsáveis pela execução das mais diversas missões durante a guerra, onde transportavam 50 soldados equipados, carga e outros materiais, principalmente na ponte-aérea do Himalaia, quando os americanos abasteceram pelo ar a China, decolando da Índia com os aviões abarrotados de suprimentos destinados às tropas aliadas sitiadas pelos japoneses na Birmânia.
Quando o conflito terminou, os C-46 foram despojados das marcas militares e iniciaram uma nova e longa carreira, desta vez na pujante aviação comercial de pós-guerra. Oferecidos por preços extremamente atraentes, tiveram uma enorme aceitação num grande número de países, e só as empresas aéreas brasileiras utilizaram cerca de 157 deles entre os anos de 1947 a 1986.
Inúmeros países também receberam dos americanos, ou compraram de empresas comerciais algumas aeronaves C-46, que foram incorporadas às suas frotas de transporte militar, onde operaram até meados dos anos 70, com muito sucesso e eficiência.
Após a guerra, a Curtiss desenvolveu o Modelo CW-20E, para a aviação comercial, que não obteve muito sucesso, pois os modelos desativados da guerra eram os preferidos para conversão para o transporte de passageiros e de carga, com a colocação de poltronas e revestimento interno.
PRINCIPAIS MODELOS DO CURTISS C-46
Em sua época, os aviões tinham uma versão básica, que recebia os arranjos internos necessários para a sua operação; com o Curtiss Commando não foi diferente. Os seus principais modelos foram:
  1. CW-20: Designação de fábrica. Mais conhecido na aviação militar como C-46; e
  2. CW-20E: Desenvolvido após a guerra, para a aviação comercial. Não obteve sucesso.


UTILIZAÇÃO MUNDIAL DO CURTISS C-46
Após a guerra, os E.U.A. cederam inúmeros Curtiss Commando para os países aliados, que os empregaram como transporte militar em suas forças aéreas: Bolívia, Brasil, China Nacionalista, Colômbia, Coréia do Sul, Inglaterra, Japão, Peru, dentre outros.
O CURTISS C-46 NA FAB
A história dos Curtiss C-46 da Força Aérea Brasileira é particularmente interessante e bem pouco conhecida. O seu início ocorreu em novembro de 1947, quando o empresário Vinícius Valadares Vasconcelos importou dois deles dos Estados Unidos, transferindo-os, no ano seguinte, para a FAB, por não ter condições de manter as aeronaves em operação comercial.
As aeronaves foram designadas como C-46 e matriculadas FAB 2057 e FAB 2058, sendo destinadas ao 2º Grupo de Transporte - 2º GT, sediado no Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro, onde seriam utilizadas para a realização de missões de transporte de passageiros e de carga nas linhas do Correio Aéreo Nacional - CAN, no Brasil e para o exterior.
Por infelicidade, o FAB 2057 teve vida efêmera na FAB, pois, onze meses após ter sido incorporado, acidentou-se, em 13 de outubro de 1949, nas proximidades da cidade de Oruro, Bolívia, com perda total, quando realizava missão em proveito do CAN.
UNIDADES QUE OPERARAM O CURTISS C-46 NA FAB
UNIDADEPERÍODOOBSERVAÇÕES
2º GT1948 a 1956Transporte de passageiros e carga
PAAF1956 a 1968Transporte logístico
FONTE: DIRETORIA DE MATERIAL DA AERONÁUTICA - DIRMA


C-46 2058C-46 2058
O C-46 2058 em 1975 (esq.) e em 1978 (A. Camazano A).


Mais afortunado, o FAB 2058 operou no 2º GT até 1956, quando foi transferido para o então Parque de Aeronáutica dos Afonsos - PAAF, onde foi utilizado como aeronave orgânica, realizando missões de apoio às Unidades da FAB cujos aviões eram revisados em tal Parque, até abril de 1968, quando foi desativado das fileiras do PAAF e da FAB.
Após a sua desativação, o 2058 permaneceu estacionado nos pátios do PAAF, no aguardo de ser preservado. Infelizmente, o parecer da época foi desfavorável, pois foi julgado de valor insignificante para a FAB, que só havia operado duas unidades. Assim sendo, o 2058 foi revisado, recebeu a matricula civil PP-PLB, e foi colocado à venda.
CURTISS C-46 NA FAB - FROTA COMPLETA
MATRÍCULAC/NEx-USAAFDESATIVADOOBSERVAÇÕES
FAB 205704443-4697313/10/1949Acidentado Oruro, Bolívia 13/10/49
FAB 205815543-4708417/04/1968PT-LBP; Preservado MUSAL
FONTE: ARQUIVO DE APARECIDO CAMAZANO ALAMINO


Em fins de 1980, a aeronave foi trasladada para o Aeroporto Santos-Dumont, onde permaneceu por cerca de oito anos abandonada no tempo e na maresia, quando foi recuperada novamente e deslocada para Belém - PA, onde operou na Taxi Aéreo Royal até meados de 1996, quando foi novamente parada.
Já com nova filosofia, em meados de 1997, o Museu Aeroespacial - MUSAL, iniciou gestões junto aos seus proprietários, com a finalidade de adquirir o C-46 PP-LBP e trazê-lo para o Rio de Janeiro, para que fosse preservado.
QUADRO GERAL DA OPERAÇÃO DO CURTISS C-46 NA FAB
DESIGN.PERÍODOQUANTIDADEMATRÍCULASOBSERVAÇÕES
C-461948 a 196802FAB 2057
FAB 2058
Ex-USAAF
FONTE: CURTISS - EMAER - DIRMA - 2º GT - PAAF


A aeronave foi novamente adquirida e trasladada em vôo para as oficinas da VARIG, no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro, onde recebeu a pintura da FAB, em seu último esquema, que foi utilizado no PAAF no final de sua operação, e preparou-o para o seu último vôo, que ocorreu em 03 de julho de 1998, na rota Galeão - Campo dos Afonsos, sendo pilotado pelos Comandantes José Jaú Margalho e Elizeu Fernandes.
C-46 2058
C-46 2058 no MUSAL (R. Hebmuller).


Assim, esta singular aeronave será preservada para sempre em tal museu e poderá ser visitado e admirado por todos que não viveram a sua gloriosa época de utilização no mundo e no Brasil.


História da força aérea brasileira
por APARECIDO CAMAZANO ALAMINO

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Noticiamos com pesar o falecimento da matriarca da família Franco - DONA LOLA

É com imenso pesar, que tomamos conhecimento e noticiamos o falecimento da grande matriarca da família Franco. Que deixou um grande legado de honradez, honestidade e trabalho. DONA LOLA FRANCO, como era carinhosamente conhecida no seu bairro. Que desde cedo pegou no batente para ajudar no sustento de sua família. Iniciando os negócios da família, com uma pequena padaria de fundo de quintal, ali progrediu, floresceu comercialmente e começou a introduzir seus filhos Antônio Franco e Chiquinho Franco, no mundo do trabalho e dos negócios, que lhes serviu de lição para tornarem-se depois grandes e respeitados empresários do tradicional bairro do Jauari. Que por sua vez, também progrediram na vida e constituíram família, mas que também partiram precocemente. E que estão no paraíso recebendo sua amada mãe. Que pelo exemplo e legado de trabalho e honradez deixado, pavimentou sua escada para o paraíso. Que Deus conforte os corações de seus familiares e amigos, neste momento de tão irreparável perda. 


quinta-feira, 9 de agosto de 2018

MORRE LENTAMENTE - Pablo Neruda

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Morre lentamente quem se torna escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos percursos, quem não muda a marca, quem não se arrisca vestir uma nova cor, quem não fala com quem não conhece.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto no branco e os pingos nos "is", em vez de um remoinho de emoções, justamente aquelas que fazem brilhar os olhos, aquelas que fazem de um bocejo um sorriso, aquelas que fazem bater o coração diante dos erros e dos sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca a certeza pela incerteza para prosseguir um sonho, quem não se permite ao menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não escuta música, quem não acha graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói seu amor próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem passa os dias se lamentando da própria sorte ou da chuva contínua.
Morre lentamente quem abandona um projeto antes de começá-lo, quem não faz perguntas sobre assuntos que não conhece, ou quem não responde quando lhe perguntam sobre algo que domina.
Evitamos a morte em pequenas dores, lembrando sempre que estar vivo requer um esforço muito maior do que o simples fato de respirar.
Só a ardente paciência nos levará a conquistar uma esplêndida felicidade.


Texto de Pablo Neruda - Livro: A dança

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