sábado, 27 de junho de 2015

PT na beira do abismo ! Em delação premiada, dono da UTC lista políticos que receberam dinheiro ilegal

O dono da UTC Ricardo Pessoa - Divulgação

Relação de nomes inclui deputados, senadores, prefeito, ex-tesoureiro do PT e ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante

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BRASÍLIA - A delação premiada de Ricardo Pessoa, dono das construtoras UTC e Constran e apontando como chefe do “cartel das empreiteiras” que fatiou os contratos da Petrobras, provocou apreensão no Palácio do Planalto nesta sexta-feira, e levou a presidente Dilma Rousseff a convocar às pressas uma reunião com os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça), Aloizio Mercadante (Casa Civil), Edinho Silva (Comunicação Social) e com o assessor especial Giles Azevedo, no Palácio da Alvorada.
No depoimento, o empreiteiro listou como beneficiários de recursos a campanha da presidente Dilma Rousseff em 2014; a campanha do ex-presidente Lula em 2006; a campanha de Mercadante, ao governo de São Paulo em 2010; e mais cinco senadores e três deputados federais. O Ministério Público Federal e a PF agora vão investigar se as doações foram legais ou se houve irregularidades.
A lista dos que receberam as verbas foi publicada nesta sexta-feira à noite pelo site da revista “Veja” e confirmada pelo GLOBO junto a duas fontes com acesso às investigações em curso no Supremo Tribunal Federal (STF).

SUSPEITA DE PROPINA É INVESTIGADA
O empreiteiro disse que boa parte dos recursos repassados a políticos é proveniente de contratos com a Petrobras. Para investigadores, isso poderá ser considerado ilegal mesmo havendo registro das doações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Esses investigadores afirmam haver indícios de que se trata de propina, mas admitem que isso ainda precisará ser provado nas investigações da Operação Lava-Jato.

A lista feita a partir do depoimento de Ricardo Pessoa inclui ainda o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), eleito em 2012; o secretário de Saúde do município de São Paulo, José de Fillipi (PT); o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto; o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu; o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado; e o ex-senador Gim Argello (PTB-DF), derrotado em outubro. O ministro Edinho Silva também foi listado pelo delator.
Os senadores delatados por Pessoa são Aloysio Nunes (PSDB-SP), Edison Lobão (PMDB-MA), Ciro Nogueira (PP-PI), Fernando Collor (PTB-AL) e Benedito de Lira (PP-AL). Os deputados são: Júlio Delgado (PSB-MG), Eduardo da Fonte (PP-PE) e Arthur Lira (PP-AL). Todos os parlamentares têm foro privilegiado e só podem ser investigados na esfera do STF.
A avaliação no Palácio do Planalto, segundo um ministro, é que a Operação Lava-Jato tomou uma dimensão em que os responsáveis por ela perderam o controle. O governo já estava preocupado com a situação das empreiteiras, mas agora o problema político chegou ao quarto andar do Planalto.
Desde a manhã de ontem, o Planalto entrou em alerta por causa do depoimento de Ricardo Pessoa. Mercadante e Edinho Silva vinham conversando desde cedo sobre o vazamento das informações, segundo fontes. Os dois afirmaram que as doações foram legais e que não há qualquer ligação com a Petrobras. Tesoureiro de Dilma na campanha à reeleição da presidente em 2014, Edinho Silva, em conversas com integrantes do Planalto, admitiu que se reuniu com Ricardo Pessoa, mas ressaltou que, como tesoureiro de campanha, era seu papel arrecadar recursos. Ele afirma que tudo foi feito dentro da lei, sem relação com a Petrobras.
A reportagem da revista “Veja” detalhou os valores repassados a cada um dos citados. Os números não foram confirmados pelo GLOBO na consulta aos responsáveis pela Lava-Jato. Tanto o conteúdo dos depoimentos quanto os termos do acordo são mantidos sob sigilo. O ministro Teori Zavascki, do Supremo, que relata os processos da Operação, homologou na quinta-feira a delação premiada de Pessoa. O empreiteiro, depois de quase seis meses detido preventivamente em Curitiba, cumpre prisão em regime domiciliar.
A tônica da delação de Pessoa foi relacionar repasses a campanhas eleitorais — boa parte deles registrada no TSE — a dinheiro desviado de contratos da UTC com a Petrobras. Anteriormente, outros delatores já haviam relacionado as doações eleitorais, legalizadas e declaradas ao TSE, com dinheiro de propina do esquema investigado.

COINCIDÊNCIA DE NÚMEROS
Mercadante, segundo a delação de Pessoa detalhada pela revista “Veja”, recebeu R$ 250 mil da empreiteira. Em 2010, na campanha ao governo de São Paulo, o atual ministro recebeu exatamente os mesmos R$ 250 mil da UTC, declarados ao TSE. Os recursos à campanha de Dilma em 2014 somam R$ 7,5 milhões, segundo a revista. A campanha de Dilma recebeu em 2014, oficialmente, R$ 7,5 milhões da UTC, segundo registro do TSE.
O repasse ao então senador Gim Argello (PTB-DF) teria servido para irrigar os pequenos partidos que apoiaram a candidatura de José Roberto Arruda (PR) ao governo do Distrito Federal, no ano passado, segundo a delação do dono da UTC. Pelos registros do TSE, a UTC doou R$ 1 milhão para o diretório do PR, R$ 1,1 milhão para o DEM, R$ 600 mil para o PMN e R$ 1,45 milhão para o PRTB, o que totaliza R$ 4,15 milhões. Todos esses partidos fizeram parte da coligação que lançou Arruda ao governo do DF.

OPOSIÇÃO DIZ QUE QUADRO É GRAVE
Líderes da oposição disseram que as revelações de Pessoa sobre as doações à campanha de Dilma em 2014 são muito graves. O presidente do PSDB. senador Aécio Neves (MG), disse em nota que as “informações merecem toda atenção e devem ser analisadas criteriosamente e com serenidade frente a gravidade que elas podem ter no quadro político nacional”.
Na nota, Aécio disse que “tudo leva a crer que o Brasil, além da crise econômica que vive, enfrentará também o acirramento da grave crise política e moral que já enfrenta”. Mas Aécio defendeu o senador tucano Aloysio Nunes Ferreira, incluído na lista do delator, afirmando que as doações recebidas por ele foram legais e que “trata-se de um senador de oposição sem qualquer vinculo com a estrutura de governo petista e de seus ministérios”.

O PSDB avalia se pedirá a convocação dos ministros Mercadante e Edinho Silva, também citados na lista, para depor no Congresso.
— É muito grave. A cada dia, a presidente Dilma perde as condições mínimas de conduzir o país. O Brasil é maior que tudo isso, e a nação não pode conviver com esse grau de deterioração da ética e da lisura, essenciais ao exercício do cargo — disse o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB).
O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), disse que a delação de Pessoa é a prova cabal de que a campanha de Dilma foi irrigada com dinheiro “roubado” da Petrobras.
— Isso é motivo mais que suficiente para Dilma perder o mandato, e para serem convocadas novas eleições. Que a Câmara abra o processo de impeachment para investigarmos tudo isso a fundo — disse Caiado.
O presidente do PPS, Roberto Freire, pediu que Dilma deve ser investigada:
— A notícia não podia ser pior na véspera dessa viagem (de Dilma) aos Estados Unidos. Um desastre!

CITADOS NEGAM IRREGULARIDADES
Petistas citados no depoimento e Ricardo Pessoa negaram ter recebido dinheiro do empreiteiro de forma ilegal. O advogado do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, Luiz Flávio Borges D'Urso, disse que não teve acesso ao depoimento, feito sob acordo de delação premiada, mas afirmou que seu cliente nunca intermediou o recebimento de doações oriundas de caixa dois.
— O Vaccari nunca transacionou caixa dois. Toda a solicitação que ele fez de doação ao partido ou a quem quer que seja sempre foi doação oficial. Não procede (essa acusação) — disse o advogado do ex-tesoureiro.
O PT nacional também se manifestou por meio de nota à imprensa. Segundo a secretaria de finanças da legenda, "todas as doações recebidas pelo partido aconteceram estritamente dentro da legislação vigente e foram posteriormente declaradas à Justiça".
Ex-tesoureiro da campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010, José de Filippi Júnior também disse ter recebido apenas doações legais. "Durante a campanha de 2010 mantive contatos de forma transparente com diversas empresas em busca de doações eleitorais, portanto, legalmente registradas, incluindo o senhor Ricardo Pessoa", diz nota divulgada por Filippi, que hoje é secretário de Saúde da gestão petista em São Paulo.
Em nota à imprensa, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, disse desconhecer as informações que foram inicialmente relatadas pela revista "Veja" sobre a delação premiada do empresário Ricardo Pessoa. No nota, o prefeito "reafirma que as doações e despesas de sua campanha foram devidamente declaradas à Justiça Eleitoral". Ainda segundo a nota, "o saldo devedor, após o fim da campanha, foi absorvido e posteriormente quitado pelo Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores".
A assessoria de imprensa do ex-ministro José Dirceu afirmou que o petista recebeu R$ 3,08 milhões da UTC por um contrato de sua empresa, JD Consultoria e Assessoria. O contrato foi firmado em fevereiro de 2012 e renovado por duas vezes, em 2013 e 2014. Ainda segundo a assessoria, Dirceu foi contratado pela empreiteira para prospecção de negócios no exterior, sobretudo no Peru e Espanha.

SENADOR TUCANO NEGA INFLUÊNCIA NA PETROBRAS
O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) disse que recebeu uma doação legal de R$ 300 mil da UTC e que não tinha nenhum influência junto à Petrobras porque era da oposição. Em 2010, segundo ele, ninguém poderia saber da ligação destas empresas.
- Nunca vi esse cara (Ricardo Pessoa) nem mais gordo, nem mais magro. Foi uma delação premiada via diretório estadual. E não tinha condição de influenciar na Petrobras, dada minha notório oposição ao governo. Não tenho, portanto, nada a esconder quanto a esse episódio, tampouco estou sendo acusado de coisa alguma. Fica a interrogação: a quem interessa, agora, misturar uma contribuição que seguiu estritamente os parâmetros legais (e há muito divulgada na Internet), com toda essa história sórdida, de dinheiro sujo, roubado da Petrobras por essa organização criminosa instalada no topo da empresa pelos governos do PT? - disse o tucano Aloysio.
Já a assessoria do senador Benedito de Lira (PP-AL), informou que ele recebeu uma doação de R$ 400 mil da empresa Constram Engenharia e que isso estava declarado na prestação de contas de 2010. O advogado do senador Edison Lobão (PMDB-MA), Antonio Carlos de Almeida, o Kakay, disse que pedirá acesso ao teor da delação premiada. Ele lembrou que já pediu o arquivamento da primeira denúncia contra Lobão, justamente pela contradição entre os depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef. Ele argumentou que o primeiro acusou Lobão de ter recebido R$ 1 milhão exatamente e que o doleiro desmentiu. Para Kakay, as delações têm perdido a "credibilidade".

- Na segunda-feira, pedirei ao ministro Teori Zawasky acesso à delação. Se for a mesma acusação de R$ 1 milhão anterior, não tem valor nenhum. Essas delações em série, quase uma máquina de delação, perderam a confiança de quem tem seriedade - disse Kakay.Os senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Fernando Collor (PTB-AL) não responderam.
(Colaboraram Cristiane Jungblut, Luiza Damé, Eduardo Bresciani, Sérgio Roxo, Silvia Amorim e Tatiana Farah)


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/brasil/em-delacao-premiada-dono-da-utc-lista-politicos-que-receberam-dinheiro-ilegal-16571274#ixzz3eHXlu2ki 
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terça-feira, 23 de junho de 2015

Justiça mantém decisão que suspendeu construção do polo naval em Manaus


Implantação do polo naval seria próximo ao lago Puraquequara

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) negou recurso do Estado do Amazonas e da União e manteve decisão que suspendeu a implantação do polo naval em Manaus enquanto não houver consulta prévia, livre e informada às comunidades ribeirinhas que seriam afetadas pelo empreendimento, conforme previsto na Convenção nº 169, da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

O acórdão, publicado no último dia 12, destaca que a ausência de consulta prévia, livre e de consentimento claro das comunidades tradicionais envolvidas no processo de desapropriação torna a implantação ilegal e ilegítima. O TRF1 ressaltou que houve descumprimento de artigos da Constituição que tratam da proteção de comunidades tradicionais e de documentos internacionais, como a Convenção 169/OIT, a Convenção da Diversidade Biológica e a Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural.

O recurso negado foi apresentado ao TRF1 após a Justiça Federal no Amazonas ter concedido decisão liminar a pedido do Ministério Público Federal no Amazonas (MPF/AM), em maio de 2014, determinando a suspensão dos efeitos do decreto que declarou de utilidade pública áreas para implantação do Polo Naval do Amazonas. A Justiça determinou ainda a suspensão imediata de todas as medidas referentes ao projeto de implantação do Polo Naval enquanto não for realizada consulta prévia, livre e informada das comunidades tradicionais ribeirinhas que vivem na região.

Na ação civil pública, o MPF/AM aponta que a área a que se refere o Decreto nº 32.875/2012, que desapropria os terrenos para a implantação do empreendimento, impactará famílias de, pelo menos, 19 comunidades tradicionais ribeirinhas que vivem na região do lago do Puraquequara e à margem esquerda do rio Amazonas. O decreto foi publicado em 10 de outubro de 2012 pelo Estado do Amazonas, sem que fossem realizadas consultas públicas às comunidades tradicionais que vivem na região quanto ao empreendimento. (Portal do Holanda)


E no caso da construção do Porto de Novo Remanso, será que fizeram a consulta prévia as comunidades tradicionais da região? (Frank Chaves)

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Comissão da Amazônia na Câmara dos Deputados aprova uma Zona Franca no Maranhão

Zona Franca no Estado do Maranhão teria os mesmos incentivos que a instalada em Manaus há décadas. Matéria será analisada por mais três comissões da Câmara, em Brasília


    Deputada Simone Morgado (PMDB/PA) deu parecer favorável à criação da nova ZF
    Deputada Simone Morgado (PMDB/PA) deu parecer favorável à criação da nova ZF(Gustavo Lima)
    A Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia (Cindra) aprovou projeto de lei (PL 759/15), do deputado André Fufuca (PEN-MA), que institui uma zona franca para o livre comércio de importação e exportação no município de Rosário/MA. Ao dar parecer favorável, a relatora, deputada Simone Morgado (PMDB-PA), argumentou que a instalação da área de incentivo fiscal poderá estimular a região no entorno do município, que fica a 80 quilômetros da capital  São Luís.
    “As periferias das grandes cidades podem ter sua realidade social modificada por meio do desenvolvimento e fortalecimento da infraestrutura econômica”, argumentou Simone Morgado. Antes de ir a plenário, o projeto da ZF de Rosário/MA será analisado por mais três comissões. Se aprovado, seguirá para o Senado.
    Segundo especialistas em Zona Franca, a proposta de André Fufuca é um espelho da Zona Franca de Manaus, pois, a industrialização estará sujeita ao cumprimento das mesmas normas e requisitos aplicáveis à ZFM, inclusive no que se refere à autorização para o funcionamento das empresas. No entanto, veem dificuldade na matéria prosperar em sua tramitação visto que o Brasil está impedido de criar novas ZFs por ser signatário em acordos na Organização Mundial do Comércio (OMC).
    O presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, afirma que o projeto da ZF de Rosário é inconstitucional, igualmente aos demais que estão em tramitação no Congresso. Há projetos de zona franca no Acre, Rondônia. Pernambuco, Tocantins e vários outros Estados e municípios. Segundo Périco, o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) prevê que somente a Zona Franca de Manaus pode ter área de incentivo fiscal. As demais criações devem ser de iniciativa do Pode Executivo. “Todos criticam o nosso modelo, mas todo mundo quer ter uma zona franca”, ironizou o presidente do Cieam.
    Membro titular da Comissão da Amazônia, o deputado Arthur Bisneto (PSDB-AM) confirmou estar ausente na sessão que aprovou a ZF de Rosário/MA, mas considera a proposta uma “chateação” por ser inconstitucional, por isso, não pode prosperar.
    O deputado Pauderney Avelino (DEM-AM), que também é titular da Cindra e estava ausente na reunião, é mais enfático:  “Quando chegar à Comissão de Finanças e Tributação, não somente vamos engavetá-lo, mas enterrar a proposta de uma vez. Lá, temos um filtro para todos os projetos que propõem desoneração de impostos. Agora, só analisaremos as propostas com este teor quando previrem o impacto financeiro e orçamentário da medida e ainda demonstrarem de onde virão os recursos para compensar as desonerações”, explicou o parlamentar.
    Ameaças 
    As indústrias da Zona Franca de Manaus estão preocupadas como 61 proposições legislativas que tramitam no Congresso Nacional e que têm impacto negativo direto e indireto na produção do Polo Industrial instalado no Amazonas.

    BRASÍLIA (SUCURSAL)19 de Junho de 2015
    ANTÔNIO PAULO

    sábado, 13 de junho de 2015

    NOTA DE PESAR


    Noticiamos com pesar o falecimento do professor Porfírio Vital

    Desde já manifestamos nosso pesar a família Vital, pela passagem do nosso grande professor de Matemática, que contribuiu grandemente para desenvolvimento educacional do município de Itacoatiara.

    I SEMANA DE SOCIALIZAÇÃO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO NO CURSO DE LICENCIATURA EM COMPUTAÇÃO CESIT/UEA.




    O incentivo a promoção do pensamento científico na Universidade é uma das grandes preocupações no desenvolvimento dos acadêmicos e o Estágio Supervisionado constitui um espaço propício de observação, ação e reflexão a partir da integração das disciplinas de exatas e humanas comentam as professoras Romy Cabral e Caroline Barroncas de Oliveira organizadoras da Semana com apoio dos alunos do Estágio Supervisionado em Computação I. 

    A Semana acontecerá nos dias 25 e 26 de junho de 2015, no Centro de Estudos Superiores de Itacoatiara - CESIT, com uma programação que contempla palestras, Mesa Redonda sobre os Relatos de Experiências de alunos egressos, Oficina sobre "Métodos e Técnicas para apresentar Trabalhos Científicos, Apresentação dos Trabalhos e relatos de experiências em formato de banners, apresentação oral dos trabalhos executados pelos alunos durante a disciplina Estágio.


    A palestra de abertura será proferida por Wasgthon Almeida, doutorando em Educação em Ciências e professor da UEA/CEST.
    O evento terá ainda uma Apresentação Cultural e encerrará com a palestra "Educação Científica e Tecnológica no Estágio Supervisionado" proferida pela professora da UEA/CEST, doutoranda em Educação em Ciência, Ethel da Silva Oliveira. 

    Parabéns às coordenadoras e alunos do Curso de Licenciatura em Computação pela idealização do evento. PARTICIPEM.

    fonte: 
    https://www.facebook.com/pages/CESIT-UEA-Centro-de-Estudos-Superiores-de-Itacoatiara/994908853854411?sk=timeline

    quarta-feira, 10 de junho de 2015

    Anos 50 - Os heróis da resistência


    Além do mestre, patrão, sócio e amigo Cosme Ferreira, toda uma geração de pensadores e empreendedores se mobilizou e sacudiu o Amazonas a partir dos anos difíceis que a Grande Guerra provocou. Asegunda débâcle da borracha, provocada com a reabertura dos mercados asiáticos, produtores de látex, e a debandada dos americanos e de seus dólares, deixou um rastro de frustração e penúria. Era preciso criar e recriar soluções e reflexões e retomar a caminhada.
    Mário Expedito Neves Guerreiro Moysés Benarrós Israel, são dois heróis remanescentes desse período, dois lordes, sábios e refinados, ciosos de pertencer à condição manaó. Eles são os autênticos heróis da resistência. Com eles, Petronio teve uma convivência muito próxima, tanto na Associação Comercial, como na Companhia Nacional de Borracha, Companhia Brasileira de Plantações e na Federação das Indústrias do Estado do Amazonas, de cuja fundação Petronio participou e foi eleito o primeiro-secretário, o papel de executor e articulador das propostas e apostas de desenvolvimento regional.

    Com Mário Guerreiro e Moysés Israel consolidou-se o comprometimento e afeição pelo Amazonas, comum àquela geração. Um acervo humano, vibrante, gratificante da resistência e obstinação pelo desenvolvimento, modernização e civilização econômica e sociologia florestal. A meta era resgatar a dignidade amazônica, promover nossa gente ao patamar cidadão de melhor qualidade de vida e partilha. De um novo empreendedorismo na floresta, bem diferente dos investidores estrangeiros e dos coronéis do fausto. Suas atitudes revelavam comprovações inequívocas de que vale a pena apostar nas promessas de prosperidade e eqüidade social a partir do bioma amazônico.
    É inadiável retomar a memória dos grandes empreendedores dos anos 50, em diante, após a segunda débâcle do Ciclo da Borracha, que as razões estratégicas da II Guerra Mundial quase nos fizeram emplacar. E visitar, ao lado deles, remanescentes dessa época, os esforços para viabilizar os negócios da floresta, antes do advento da Zona Franca de Manaus. Uma luta teimosa e, de tão profícua, atual.Eles estavam lá e fizeram história e memória de quem optou batalhar na linha de frente, com a prerrogativa de quem pode apontar caminhos. Seus descendentes, alunos, colaboradores estão aí, e têm Mário Guerreiro e Moysés Israel disponíveis a todos que quiserem entender que esta História teve a participação decisiva de heróis extremamente recatados, porém obstinados, e especialistas em comprometimento e fé nas promessas da floresta.

    REFINARIA NA FLORESTA
    Essa economia baseada nos insumos regionais, defendida por Petronio Pinheiro e sua geração, foi a base das 40 empresas que propiciaram as condições e demanda de uma refinaria de petróleo em plena floresta, inaugurada em 1956, com a presença do então presidente da República, Juscelino KubitschekLá estava presente, Petronio Augusto Pinheiro, prestigiando as respostas que a Amazônia dava ao país e o seu amigo Moysés Israeleste também fez parte de um grupo de amazônidas obcecados por empreender. Um grupo de apaixonados e destrambelhados, aptos a soerguer no muque, uma refinaria, em 1956, sem ajuda de guindastes, no coração da floresta. É a saga dos judeus na Amazônia, de que fala Samuel Benchimol, em seu Eretz Amazônia. Hoje, pra não perder o costume, Moysés acredita nas promessas do Centro de Biotecnologia da Amazônia, dos quais é fundador e conselheiro de primeira hora, e tem gás e energia para estimular, com sua habitual persistência, o pupilo Antônio Silva, à frente da Federação das Indústrias, na aposta de diversificação e interiorização da economia, com o polo mineral e cloroquímico. “Temos mais petróleo e gás na Amazônia do que as perspectivas mais otimistas possam estimar”, diz com convicção e olhar brilhante de vaidade amazônica e satisfação nativa.

    AS FIBRAS DOS CABOCLOS
    Nos anos 50, Petronio Augusto Pinheiro participou ativamente das diversas iniciativas que buscaram soerguer a economia regional, além da borracha, cujo cultivo racional, nos moldes da Malásia, motivaram grandes iniciativas da Companhia Nacional de Borracha, da qual já era um dos colaboradores graduados. Ele esteve presente na implantação do Ciclo das Fibras, com beneficiamento da juta e da malva, na perspectiva de consórcio tecnológico com outras fibras regionais para produção industrial de sacaria e outras utilizações. Na inauguração da BrasilJuta, em 1951, quem cortou a fita foi Getúlio Vargas, prestigiando o projeto de Mário Guerreiro e Adalberto Vale, que acabara de instalar o lendário Hotel Amazonas. A BrasilJuta era uma fábrica que gerou na ocasião 3.000 postos de trabalho produzindo fibras, com direito a creche e atendimento médico e odontológico, inédito para os padrões assistenciais da época.

    O PAPEL DO INPA 
    O maior desafio daquela geração era voltar-se para a Amazônia, conhecer suas potencialidades e desafios e oferecer uma resposta ao Brasil e ao mundo. A valorização da Amazônia devia fundamentar-se na sua ocupação e conhecimento, daí a importância da criação do INPA. Sua sede inicial estava situada na Rua Guilherme Moreira, ao lado do escritório da Companhia Nacional de Borracha, onde Petronio atuava e testemunhava o quanto o projeto inicial do Instituto foi ambicioso e abrangente.
    A precária condição da região, na época, não oferecia atrativos para a fixação de pessoal, dos poucos pesquisadores que para aqui vieram, atraídos pela criação do INPA, a maioria retornou pouco tempo depois. Djalma Batista, preocupado com a continuidade das pesquisas, manda preparar o pessoal em cursos superiores lá fora, já que não havia a Universidade do Amazonas. No ano de 1961, o problema cruciante em Manaus era a escassez de energia elétrica, restringindo as atividades do Instituto de Pesquisa.
    Com a nomeação, em 1965, de Arthur Reis para Governador do Estado, o INPA passou a ter cobertura estadual. Publica uma nova série, Caderna revista Amazoniana, com o Instituto Max-Plank. Arthur convida o arquiteto Severiano Mário Porto, vizinho de prédio no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, para trabalhar em Manaus. Gilda Porto  e o médico sanitarista Heitor Dourado, foram convidados para gerenciar doenças tropicais da região. Ambos vão encontrar a família Baraúna Pinheiro numa história de amor e comunhão familiar inesquecível.
    Nos anos 70, apesar das medidas ditatoriais de ocupação da Amazônia, havia dificuldades de recursos e ausência de uma política própria de pesquisas especiais para a região, "faltava uma consciência de que a Amazônia precisava ser vencida". Em 1975, finalmente estabelece convênio com a Universidade do Amazonas. Em 1980, em convênio com a Eletronorte, desenvolve o Projeto Tucuruí e inicia os estudos para a construção da Hidrelétrica de Balbina, com os protestos da comunidade política e ambientalista local. Começa aí a penetração do Instituto por outras vozes, que realizam um processo de democratização interna no órgão, e atualmente, o INPA parece ter alcançado o difícil diálogo com a comunidade universitária e científica local.

    “MULATA EU QUERO SER POETA..."
    São poéticas, plenas do romantismo que descreve a erudição de um espírito apaixonado, as cartas de Petronio a Iclé, antes e depois do casamento, uma poesia transformada em vida, devoção e cumplicidade por quase quarenta anos. O vínculo em forma de pacto, intencionalmente infinito, até que a morte os surpreendeu. Essa poesia do discurso amoroso já se ensaiara nos prelúdios de seus oito anos, na célebre carta à Tia Mulata, onde revela todo seu amor e desejo de aperfeiçoar sua poesia. “Mulata eu quero ser poeta e começar fazendo um versinho para você e seria assim a Mulata é uma borboleta bonita e delicada.”
    Essa semeadura poética ganhou força e estímulo na convivência diária com humanismo poético de José Ribamar Bentes Siqueira e os arroubos literários em defesa da Amazônia nos versos de Cosme Ferreira. Petronio não ficaria indiferente aos reflexos na vida social de Manaus na década de 50, com o surgimento do Clube da Madrugada, criado ao amanhecer do dia 22 de novembro de 1954, na praça Heliodoro Balbi, mais conhecido como praça da Polícia. Celso Melo, Farias de Carvalho, Fernando Colyer, Francisca Ferreira Batista, Humberto Paiva, João Bosco Araújo , José Pereira Trindade, Luiz Bacellar, Moacir Andrade, Saul Benchimol, Teodoro Botinelly... foram alguns dos signatários dessa associação informal para celebrar a aurora de um novo dia, novos tempos para a cultura do Amazonas, para combater a melancolia do atraso. O apelo por reação em favor da mudança era o motor de várias iniciativas em diversos setores do tecido social.

    O Clube da Madrugada incorporou a presença e a militância de outros poetas e literatos empenhados em sacudir a mesmice cultural e ao autoritarismo escolástico da Academia Amazonense de Letras, que não dava vez aos jovens. Jorge Tufic, Alencar e Silva, Carlos Gomes, Arthur Engrácio, Luiz Ruas, Erasmo Linhares, Élson Farias, Astrid Cabral, mais tarde, nos anos 60 em diante, tiveram a ajuda e a presença sistemática e solidária de Petronio Augusto Pinheiro, com o patrocínio discreto porém significativo, de concursos literários da entidade inusitada, de acordo com o depoimento de Moacyr Andrade, nosso maior artista plástico de todos os tempos.


    fonte
    http://www.memorialpetroniopinheiro.com.br/imprimir.php?id=100

    CBA: UM CRIME CONTRA A CIÊNCIA NA AMAZÔNIA



    Que diabo de País é esse, e que diabo de Estado é esse, minha gente? O Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) foi inaugurado em 2004. Seu propósito é altamente estratégico para o Amazonas e a Amazônia: Transformar pesquisa em código de barras, ou seja, transformar matérias-primas da região em produtos que ganhem o Brasil e o mundo e gerem riqueza. Ao longo dos últimos 11 anos, por meio de convênios, projetos e bolsistas, estruturaram-se 25 laboratórios, alguns dos quais sem similaridade na América Latina. Com parcerias diversas, foram gastos em torno de R$ 100 milhões nesse período. Por lá passaram pesquisadores brasileiros de ponta em agronomia, botânica, fármacos, biologia, química... Mas foram embora, porque nunca passaram da condição de bolsistas, uma vez que o CBA, até hoje (É um escândalo!), não tem personalidade jurídica, é apenas uma espécie de puxadinho da Suframa, sem nenhuma autonomia. Pois nesta quinta-feira, expirado o último convênio que vinha mantendo os últimos 48 pesquisadores em seus laboratórios, o CBA fechará as portas. Trata-se de um desfecho que chega a ser criminoso e, ao mesmo tempo, um deboche com recursos públicos. Culpa de quem? Do Governo Federal, via Ministério da Indústria e Comércio, que nunca buscou, com zelo e determinação, resolver um problema que não representa nenhum desafio extraordinário. Culpa dos governantes do Estado, que nunca compraram para si o desafio de fazer o CBA funcionar como deveria. Culpa dos parlamentares do Amazonas, a maioria quase absoluta dos quais sequer faz ideia pra que serve o CBA e muito menos de sua enorme importância estratégica para a economia e o desenvolvimento do Amazonas e da Amazônia. Mas o que esperar de um estado que, a pretexto de “economizar”, extingue sua Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, que, em atos isolados e mesmo sem apoio político maior, fez sucessivas gestões para dar vida plena ao CBA? Estamos diante de mais um gigantesco passo rumo ao atraso e à obscuridade. Mais do que triste: trágico.

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