domingo, 12 de abril de 2015

Esquema do mensalão, operação lava-jato e esquema de propina da Petrobras rende milhões no Amazonas e em Itacoatiara.


Aristeu e o dominio da paixao


Aristeu era adorado na Grécia antiga como o protetor dos caçadores, pastores e dos rebanhos. Considerado como o pioneiro da apicultura e da plantação de oliveiras, ele era filho de Apolo e da ninfa Cirene. De seu pai ele havia herdado os dons da cura e da profecia, mas mesmo sendo filho de um deus e considerado benévolo, ele não conseguiu a imortalidade estando exposto às vulnerabilidades humanas.

Na véspera do casamento de Eurídice e Orfeu, Aristeu tentou seduzir Eurídice. Quando ela tentou escapar foi picada por uma serpente venenosa. Ouvindo o triste canto de Orfeu pela morte de Eurídice, as ninfas resolveram vingar-se de Aristeu matando todas as suas abelhas. Inconsolado pela perda de sua colméia, Aristeu pediu à sua mãe que o ajudasse a recuperar suas abelhas.

Cirene falou-lhe de Proteus, o velho e sábio profeta que talvez pudesse ajudá-lo. Porém Proteus se recusava a fazer profecias e fugia metamorfoseando-se em animais, árvores, água e fogo. Mas havia um jeito de dominá-lo: bastava esperar que ele dormisse e o mantivesse preso entre braços, mesmo quando ele se transformava em terríveis feras e monstros.

Antes de levar seu filho diante de Proteus, Cirene perfumou seu filho com néctar, a bebida dos deuses. Logo Aristeu foi tomado de grande coragem. Proteus saiu da água junto com seu rebanho de focas e adormeceu na entrada da gruta. Nesse momento, Aristeu lançou-se sobre ele acorrentando-o com todas as suas forças. O profeta se transformou em leão, dragão, tigre, javali e outros monstros, mas Aristeu o manteve preso apesar dos seus artifícios.  

Percebendo que era inútil, Proteus rendeu-se aos apelos de Aristeu e disse-lhe: " Por seus atos interrompeste a felicidade de Orfeu e Eurídice. Deves apaziguar a ira das ninfas e render homenagens fúnebres à Eurídice. Para tanto deverás escolher e sacrificar quatro touros de belo porte e quatro de suas melhores novilhas. Deves deixar as carcaças no bosque e cobri-las com folhas. Volte lá apenas depois de nove dias..."

Aristeu não entendeu o que isso poderia ajudá-lo, mas atendeu às recomendações de Proteus. Voltando ao local depois de nove dias maravilhou-se com o que viu:  um enxame de abelhas havia tomado posse das carcaças e trabalhava numa colméia.

Aristeu casou-se com Autônoe, que era filha de Cadmo - Rei de Tebas. Eles tiveram o filho Acteon que, ao tornar-se adulto teve um trágico destino. Exímio caçador, Acteon fora criado pelo Centauro Quíron. Um dia, estava caçando na floresta quando deparou com Artemis e as suas ninfas banhando em um lago. Famosa por sua castidade, Artemis ficou indignada quando viu Acteon observando-as. Molhando as mãos, aspergiu água no caçador que se transformou em um veado. Em sua nova forma, Acteon foi perseguido e devorado pelos própios cães.

Abatido pela morte de seu único filho, Aristeu consultou o oráculo de Apolo que o orientou a seguir para a Ilha de Ceos. Lá, ele conseguiu interromper uma praga que se abatia sobre a Grécia, oferecendo sacrifícios no momento do nascimento da estrela Sirius. Viajando pela Itália, encontrou Dionísio e foi iniciado em seus ritos secretos. Vivendo perto do Monte Haemus, nunca mais foi visto pelos mortais...
 

sábado, 11 de abril de 2015

Secretaria Cultura do Amazonas, promove circuito de músicas sacras




































MÚSICA SACRA EM CIRCUITO COM CORAL DO AMAZONAS
 
O Coral do Amazonas apresenta neste sábado, 11, às 19h30, na Igreja Metodista Wesleyana Central de Manaus (rua Belo Horizonte), o segundo concerto do Circuito de Música Sacra 2015.
 
 
Depois da belíssima apresentação na abertura da Semana Santa, no tradicional Domingo de Ramos, na Catedral Metropolitana de Manaus, o Coral do Amazonas dá sequência a sua tradicional série de música sacra, onde apresenta um repertório erudito, com algumas composições inéditas em Manaus, como “O Magnum Mysterium”, do compositor catalão Javier Busto, e “Alegrai-vos no Senhor”, do jovem compositor amazonense Jaime Fernandes Jr.
 
Na abertura, o coral canta em forma de processional o coro de abertura do Gloria, do compositor italiano Antonio Vivaldi. Obras famosas como "Pai Nosso", de Albert Hay Mallote, "Aleluia", de Beethoven, e o "Battle Hymn of the Republic", presente em muitos hinários evangélicos com o título "Gloria, Gloria, Aleluia!" também fazem parte do programa. O concerto tem direção musical e regência do maestro Zacarias Fernandes.

REPERTÓRIO

1. Gloria (Vivaldi)
2. O Magnum Mysterium (Javier Busto)
3. Salmo 143 (Hermes Coelho)
4. Crucifixus (Antonio Lotti)
5. Oração do Senhor (Albert Hay Mallote)
6. Instrumento de tua paz (Ralph Manuel)
7. Alegrai-vos (Jaime Fernandes Jr.)
8. Aleluia (Beethoven)
9. Battle Hymn of the Republic (William Steffe/Arr. Peter Wilhousky)


SEC/AM

sexta-feira, 10 de abril de 2015

10 DE ABRIL - DIA DA ENGENHARIA


É hoje o Dia da Engenharia no Brasil. Data assim considerada em homenagem ao Tenente Coronel João Carlos de Villagran Cabrita (v...isto na foto aqui apresentada), engenheiro militar e Comandante do 1.º Batalhão de Engenharia na Guerra da Tríplice Aliança que, assim como outros combatentes, tombou, em 10 de abril de 1866, na Batalha da Ilha de Redenção, no Rio Paraná.
É data para, engenheiro civil que sou, homenagear a todos que decidiram abraçar esta profissão. Penso que, além destas minhas palavras, uma outra homenagem que posso fazer é apresentando aqui um pouco da história do curso de Engenharia Civil na Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e, por extensão, no Amazonas. A história é a que se segue!
17 de janeiro de 1909 - Criação da Escola Universitária Livre de Manáos, mais tarde (em 1913) denominada Universidade de Manáos.
Finalidade da Escola Universitária Livre de Manáos; ensinar matérias que compunham o curso de Engenharia Civil, Agrimensura e Agronomia, dentre outras.
15 de março de 1910 - Oficialmente instalados os cursos que compunham suas cinco primeiras unidades acadêmicas: Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais, Faculdade de Medicina, Faculdade de Ciências e Letras, Faculdade Militar e FACULDADE DE ENGENHARIA. Esta última com seu curso de Engenharia Civil, Agrimensura e Agronomia.
Diretor: Arthur Cezar Moreira de Araújo. Vice-Diretor: Manoel do Nascimento Pereira de Araújo.
No Grupo Escolar Saldanha Marinho (esquina das ruas Saldanha Marinho e Costa Azevedo - Centro de Manaus. Foto em preto e branco) as aulas continuaram até 1913, quando a Escola Universitária Livre de Manáos passou a denominar-se Universidade de Manáos.
No prédio da Repartição de Obras Públicas (prédio na cor rosa), na Rua Joaquim Nabuco - Centro de Manaus, foram ministradas aulas da Universidade de Manáos.
1910 e 1911 - Sete discentes em Engenharia em cada ano (sendo, respectivamente, cinco matriculados e dois ouvintes no primeiro ano e seis matriculados e um ouvinte naquele segundo ano).
1914 - Diretor da Faculdade de Engenharia: Francisco Lopes Braga.
1926 - Extinção da Universidade de Manáos em decorrência do declínio econômico do ciclo da borracha nativa da Amazônia.
Estabelecimentos que permaneceram como unidades acadêmicas isoladas: A Escola Agronômica de Manaus (antiga Faculdade de Engenharia), extinta em 1943; a Faculdade de Farmácia e Odontologia (antiga Faculdade de Medicina), extinta em 1944; e a Faculdade de Direito (antiga Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais).
12 de junho de 1962 - Criação da Universidade do Amazonas (UA), tendo na sua composição, além de outros, os seguintes estabelecimentos de ensino superior: a Faculdade de Engenharia (com o curso de Engenharia Civil, criado em 1965 pela Resolução 06/65 - UA); e a Faculdade de Direito do Amazonas, a única remanescente da Universidade de Manáos, quando ocorreu a débâcle do ciclo da borracha.
Entre os anos de 1966 a 1970 a Faculdade de Engenharia funcionou em edifício (cinza claro) localizado na esquina das ruas Ferreira Pena e Ramos Ferreira - Centro de Manaus.
No atual prédio (amarelo) da Escola Estadual Eunice Serrano T. de Souza , situado na Rua Monsenhor Coutinho esquina com a Avenida Epaminondas - Centro de Manaus, a agora denominada Faculdade de Tecnologia (FT) funcionou entre os anos de 1971 a 1976.
No Bloco H do Mini-Campus da UA (atual Setor Sul da UFAM - Bairro Coroado) a Faculdade de Tecnologia passou a funcionar a partir do ano de 1977.
14 de dezembro de 1988 - Transferência, definitivamente, da sede da Faculdade de Tecnologia para as atuais instalações no Campus Universitário da UA que, por sua vez, desde 20 de junho de 2002, passou a ser denominada Universidade Federal do Amazonas - UFAM.
As duas últimas imagens são, respectivamente, a vista parcial das instalações da FT, no período de 1988 a 2012, e a de seu prédio administrativo desde 2012 até atualmente.
Diretores ao longo da existência da Faculdade de Tecnologia: engenheiros Ernani Villar Parente da Câmara, Nelson Ribeiro Porto, Villar Fiuza da Câmara, Elias Abdalla Aucar, Raimundo Lopes Filho, Ruy Fernando Ribeiro da Fonseca, Vilar Fiuza da Câmara Júnior, Varcily Queiroz Barroso, Hélvio Neves Guerra, Jorge de Andrade Filho, Atlas Augusto Bacellar, Moysés Assayag e Waltair Vieira Machado, além de outros que ocuparam interinamente a função.
Desde dezembro de 1970 até abril de 2014 a Faculdade de Tecnologia (FT) da Universidade Federal do Amazonas formou 1.547 (um mil, quinhentos e quarenta e sete) profissionais de Engenharia Civil, dos quais 57 (cinquenta e sete) tornaram-se membros do corpo docente da UFAM.
A atual administração da Faculdade de Tecnologia é a seguinte:
Diretor: Prof. Dr. José de Castro Correia;
Vice-Diretor: Prof. Dr. Nilson Rodrigues Barreiro;
Coordenador do Curso de Engenharia Civil: Prof. Mestre Elias Simão Assayag;
Assistentes Administrativas: Maria de Fátima Mota Chaves e Ana Marcilene Ribeiro dos Santos.
É isso, caríssim@s amig@s Engenheir@s Civis e das outras demais Engenharias! PARABÉNS PARA TOD@S POR ESTE NOSSO DIA DA ENGENHARIA! Abraços fraternos, sucesso e tudo de bom para tod@s!

(Fontes:
Texto: 1 - Brito, Rosa Mendonça de. Da Escola Universitária Livre de Manáos à Universidade Federal do Amazonas - 95 anos construindo conhecimentos. Manaus, EDUA, 2004; 2 - Levantamentos sobre o quantitativo de formados: Professores Vilar Fiuza da Câmara Júnior e Wagner Queiroz da Silva.
Imagens: Google; Rosa Mendonça de Brito; Bosco Ladislau)

https://www.facebook.com/joaoboscoladislau.andrade/posts/755862211201692
 

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Exame internacional desfaz 7 mitos sobre eficiência da educação


A cada três anos, estudantes de vários países fazem o exame internacional Pisa (sigla inglesa para Programa Internacional de Avaliação de Alunos), cujo objetivo é avaliar sistemas educacionais no mundo por meio de uma série de testes em assuntos como leitura, matemática e ciências.
Cerca de 510 mil estudantes de 65 países participaram da rodada mais recente de testes, realizada em 2012. Os resultados foram divulgados em dezembro de 2013.
O Brasil ocupa a posição 55 no ranking de leitura, 58 no de matemática e 59 no de ciências. Xangai (China) está no topo da lista nas três matérias, Cingapura e Hong Kong se revezam na segunda e terceira posições.
No artigo a seguir, o responsável pelo exame, Andreas Schleicher, usa dados revelados pelo Pisa para destruir alguns dos grandes mitos sobre o que seria um bom sistema de educação.
 
1. Alunos pobres estão destinados a fracassar na escola
Em salas de aula de todo o mundo, professores lutam para impedir que alunos mais pobres fiquem em desvantagem também no aprendizado.
No entanto, resultados do Pisa mostram que 10% dos estudantes de 15 anos de idade mais pobres em Xangai, na China, sabem mais matemática do que 10% dos estudantes mais privilegiados dos Estados Unidos e de vários países europeus.
Crianças de níveis sociais similares podem ter desempenhos muito diferentes, dependendo da escola que frequentam ou do país onde vivem. Sistemas de educação em que estudantes mais pobres são bem sucedidos tem capacidade para moderar a desigualdade social. Eles tendem a atrair os professores mais talentosos para as salas de aula mais difíceis e os diretores mais capazes para as escolas mais pobres, desafiando os estudantes com padrões altos e um ensino excelente.
Alguns americanos criticam comparações educacionais internacionais, argumentando que elas têm um valor limitado porque os Estados Unidos têm divisões sócioeconômicas muito particulares.
Mas os Estados Unidos são mais ricos do que a maioria dos outros países e gastam mais dinheiro com educação do que a maioria. Pais e mães americanos têm melhor nível educacional do que a maioria dos pais e mães em outros países e a proporção de estudantes de nível sócioeconômico baixo nos EUA está perto da média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE).
O que as comparações revelam é que as desvantagens sócioeconômicas têm impacto particularmente forte sobre o desempenho de estudantes nos Estados Unidos.
Em outras palavras, nos Estados Unidos, dois alunos de níveis sócioeconômicos diferentes variam muito mais em seu aprendizado do que se observa em outros países que integram a OCDE.
 
2. Países onde há muitos imigrantes têm pior desempenho
Integrar estudantes imigrantes, ou descendentes de imigrantes, pode ser um desafio.
No entanto, resultados dos exames Pisa mostram que não há relação entre a porcentagem de estudantes imigrantes - ou descendentes de imigrantes – em um dado país e o desempenho dos estudantes daquele país nos exames.
Estudantes com históricos de imigração e níveis sociais similares apresentam desempenhos variados em países diferentes, o que sugere que as escolas onde os alunos estudam fazem muito mais diferença do que os lugares de onde os alunos vêm.
 
3. É tudo uma questão de dinheiro
A Coreia do Sul - país com melhor desempenho (em termos individuais) em matemática na OCDE - gasta, por estudante, bem menos do que a média. O mundo não está mais dividido entre países ricos e bem educados e países pobres e mal educados. O sucesso em sistemas educacionais não depende mais de quanto dinheiro é gasto e, sim, de como o dinheiro é gasto.
Se quiserem competir em uma economia global cada vez mais focada no conhecimento, os países precisam investir em melhorias na educação. Porém, entre os integrantes da OCDE, gastos com educação por estudante explicam menos de 20% da variação no desempenho dos alunos.
Por exemplo, aos 15 anos de idade, estudantes eslovacos apresentam uma média de desempenho similar à de um estudante americano da mesma idade. No entanto, a Eslováquia gasta cerca de US$ 53.000 para educar cada estudante dos 6 aos 15 anos de idade, enquanto os Estados Unidos gastam mais de US$ 115.000 por estudante.
 
4. Salas de aula menores elevam o nível
Por toda parte, professores, pais e autoridades responsáveis por políticas educacionais apontam salas de aula pequenas, com poucos alunos, como essenciais para uma educação melhor e mais personalizada.
Reduções no tamanho da classe foram a principal razão para os aumentos significativos nos gastos por estudante verificados na maioria dos países ao longo da última década.
Apesar disso, os resultados do Pisa mostram que não há relação entre o tamanho da classe e o aprendizado, seja internamente, em cada país, ou se compararmos os vários países.
E o que é mais interessante: os sistemas educacionais com melhor desempenho no Pisa tendem a dar mais prioridade à qualidade dos professores do que ao tamanho da classe. Sempre que têm de escolher entre uma sala menor e um professor melhor, escolhem a segunda opção.
Por exemplo, em vez de gastarem dinheiro com classes pequenas, eles investem em salários mais competitivos para os professores, desenvolvimento profissional constante e cargas horárias equilibradas.
 
5. Sistemas únicos de educação são mais justos, sistemas seletivos oferecem resultados melhores
Parece haver um consenso, entre educadores, de que sistemas educacionais não seletivos, que oferecem um mesmo programa de ensino para todos os estudantes, são a opção mais justa e igualitária. E que sistemas onde alunos aparentemente mais inteligentes são selecionados para frequentar escolas com programas diferenciados oferecem melhor qualidade e excelência de resultados.
No entanto, comparações internacionais mostram que não há incompatibilidade entre qualidade do aprendizado e igualdade. Os sistemas educacionais que apresentam melhores resultados combinam os dois modelos.
Nenhum dos países com alto índice de estratificação está no grupo de sistemas educacionais com os melhores resultados - ou entre os sistemas com a maior proporção de estudantes com o melhor desempenho.
 
6. O mundo digital requer novas matérias e um currículo novo
Globalização e mudanças tecnológicas estão tendo um grande impacto sobre os conteúdos que estudantes precisam aprender.
Num mundo onde somos capazes de acessar tantos conteúdos no Google, onde habilidades rotineiras estão sendo digitalizadas ou terceirizadas e onde atividades profissionais mudam constantemente, o foco deve estar em permitir que as pessoas tornem-se aprendizes para a vida toda, para que possam lidar com formas complexas de pensar e trabalhar.
Resumindo, o mundo moderno não nos recompensa mais apenas pelo que sabemos, mas pelo que podemos fazer com o que sabemos.
Como resposta, muitos países estão expandindo currículos escolares para incluir novas matérias. A tendência mais recente, reforçada pela crise financeira, foi ensinar finanças aos estudantes.
Porém, os resultados do Pisa mostram que não há relação entre o grau de educação financeira e a competência dos estudantes no assunto. Na verdade, alguns dos sistemas de educação em que os estudantes tiveram o melhor desempenho nas provas do Pisa que avaliaram competência em finanças não ensinam finanças - mas investem pesado no desenvolvimento de habilidades matemáticas profundas.
De maneira geral, nos sistemas educacionais de melhor desempenho, o currículo não é amplo e raso. Ele tende a ser rigoroso, com poucas matérias que são bem ensinadas e com grande profundidade.
 
7. O segredo do sucesso é o talento inato
Livros de psicólogos especializados em educação tendem a reforçar a crença de que o desempenho de um aluno brilhante resulta de inteligência inata, e não do trabalho duro. Os resultados do Pisa questionam também este mito.
Às vezes, professores se sentem culpados por pressionar estudantes tidos como menos capazes, acham injusto fazer isso com o aluno. O mais provável é que tentem fazer com que cada estudante atinja a média de desempenho dos alunos em sua classe. Na Finlândia, em Cingapura ou Xangai, por outro lado, o objetivo do professor é que alunos alcancem padrões altos em termos universais.
Uma comparação entre as notas escolares e o desempenho de estudantes no Pisa também indica que, frequentemente, professores esperam menos de alunos de nível sócioeconômico mais baixo. E pode ser que os próprios alunos e seus pais também esperem menos.
A não ser que aceitem que todas as crianças podem alcançar os níveis mais altos de desempenho, é pouco provável que os sistemas educacionais (com resultados piores) possam se equiparar aos dos países com índices de aprendizado mais altos.
Na Finlândia, Japão, Cingapura, Xangai e Hong Kong, estudantes, pais, professores e o público em geral tendem a compartilhar a crença de que todos os estudantes são capazes de alcançar níveis altos.
Um dos padrões mais interessantes observados entre alguns dos países com melhor desempenho foi o abandono gradual de sistemas nos quais estudantes eram separados em diferentes tipos de escolas secundárias.
Esses países não fizeram essa transição calculando a média de desempenho (entre todos os grupos) e usando essa média como o novo padrão a ser almejado. Em vez disso, eles colocaram a nova meta lá em cima, exigindo que todos os estudantes alcançassem o nível que antes era esperado apenas dos estudantes de elite.
 
 

terça-feira, 7 de abril de 2015

Faculdades de medicina e Mais Médicos não revertem falta de profissionais no interior do AM

Saúde segue concentrada da capital amazonense
Saúde concentrada da capital amazonense (Editoria de Arte/AC)
Manaus é única cidade no Amazonas que concentra faculdades de Medicina, onde três locais formam cerca de 235 novos profissionais anualmente - com estudantes que vêm, também, de outros Estados brasileiros, como Roraima, Pará e Ceará, principalmente. Com os mais de 450 médicos que o programa Mais Médicos, do Governo Federal, inseriu nas unidades de saúde do Estado desde sua implementação, em 2013, o número de profissionais atuantes ultrapassa por pouco a margem de 5 mil.
 
Desse total, no entanto, mais de 4,2 mil ficam na capital, deixando apenas 760 médicos para trabalhar nos 61 municípios amazonenses restantes. Os números acabam refletindo a pouca atenção que cidades mais distantes recebem ainda hoje.
Parintins, o segundo município mais populoso do Estado - com 110,4 mil habitantes, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou em agosto de 2014, atrás apenas de Manaus -, é também a cidade do interior com mais médicos: 31, de acordo com o Conselho Regional de Medicina no Amazonas (CRM-AM). É apenas um profissional para cada 3,5 mil pessoas.
Tabatinga, na fronteira com a Colômbia, fica logo atrás no ranking, com 26 profissionais da saúde, seguida de Itacoatiara, com 18. O interior, porém, conta com 280 do total de inseridos no Mais Médicos, além de outros 83 que atendem nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs). O CRM-AM informou, ainda, que muitos médicos moram em Manaus mas atendem nos municípios da Região Metropolitana.
 
Déficit
Apesar do Amazonas ser o único Estado do Brasil que possui um hospital em cada município, a própria Secretaria de Estado de Saúde (Susam) admite que há carência de médicos no interior, inclusive em especialidades básicas como a pediatria, ginecologia, cirurgiões e anestesistas. A capital não fica atrás, com carências principalmente nas especialidades de neurologia, neuropediatria, cardiologia, endocrinologia, neonatologia e intensivistas. Na rede pública, cada profissional realiza 16 consultas por dia.
Mas nem dados como esses são capazes de assustar quem quer construir ou continuar a carreira médica em Manaus. É o caso do radio-oncologista Daniel Sampaio Vieira, de 28 anos. Especializado no Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Rio de Janeiro, após servir como médico do Exército Brasileiro em Roraima, ele desembarcou na capital amazonense em março deste ano para preencher uma lacuna que ainda existe em toda a nossa região.
“O Norte e Nordeste ainda sofrem com a carência não só de profissionais mas também de serviços de radioterapia. Os profissionais locais fazem o que podem para manter o funcionamento dos serviços ao máximo, mas as filas continuam aumentando, principalmente nos serviços públicos. Porém, existe um limite de pacientes que podem ser tratados em um único aparelho, então não há como acelerar a fila sem que haja investimento e contratação”, afirma, acrescentando que foi muito bem recebido nos lugares por onde passou.

Caminho inverso
Diferente dos médicos que almejam trabalhar no coração da selva amazônica, há profissionais que preferem tentar a sorte num lugar que, apesar de mais concorrido, pode gerar mais experiência. Ademar Britto Jr., formado em Medicina pela UEA, é um deles. “Durante a graduação, fiz dois intercâmbios acadêmicos, um na Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul, e outro na Universidade de Paris Renné Descartes, na França, e vi que apesar de ainda ter muito a melhorar, o ensino médico no Amazonas não se mostrou muito distante do ensino de outras grandes Universidades”, diz Ademar.
Se especializando no Instituto Nacional de Cardiologia, no Rio de Janeiro, ele diz que pensa em voltar a Manaus. “No Amazonas, apesar de não haver déficit de médicos generalistas, as vagas de residência médica ainda são insuficientes. Saí de Manaus com a intenção de um dia retornar, e voltarei bastante capacitado, com muita vontade de fazer a diferença na saúde no meu Estado, assim como professores e muitos médicos aí fazem”.
 
Apenas uma cidade fora do programa
Apesar de ainda não ser possível avaliar se a taxa de mortalidade humana caiu nos locais contemplados com o Mais Médicos (já que os indicadores não são atualizados desde a época em que os profissionais chegaram no Amazonas pela primeira vez, no dia 2 de setembro de 2013), grande parte da população que recebe tratamento pelo projeto aprova a iniciativa do Governo Federal. No Estado, o município de Uarini é o único que ainda não foi contemplado, mas a Susam já informou que está no aguardo de sua inserção por parte do Ministério da Saúde.
Neste período, houve apenas uma realocação, dentro da rede administrada pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), quando uma médica saiu de Manaus para atuar em Manacapuru, na Região Metropolitana. Maués, no entanto, é o município com mais profissionais do programa federal, com 15 médicos. Já o Distrito Sanitários Indígena que mais recebeu participantes foi o do Alto Rio Negro, com 19 ao todo.
Dos 454 médicos do programa que atendem no Amazonas, 91 estão na capital. Deste total, 361 são cubanos, fruto da parceria dos governos brasileiro e da ilha comunista - que continua retendo grande parte do salário. Outros 46 são intercambistas individuais da Espanha, Portugal, Nigéria, México, Honduras, Haiti, Peru, Venezuela, Bolívia, República Dominicana, Colômbia e Uruguai. Apenas 47 são brasileiros, sendo poucos da Região Norte. Mais de 80 novos profissionais devem começar a trabalhar em 22 municípios amazonenses ainda este ano.
 
Medicina ‘pávula’
Parintins, a 369 quilômetros de Manaus, poderá receber um curso particular de Medicina, já que está na lista de 22 municípios pré-selecionados a receber a faculdade. A medida faz parte do programa Mais Médicos e visa equilibrar regionalmente o número de médicos por habitantes.


Jornal acritica
VICTOR AFFONSO

Consulta de opinão

ALBUM DE ITACOATIARA