sábado, 30 de julho de 2016

NOITE DA CULTURA ITACOATIARENSE




Na Academia de Letras, as 18:30hs, lançamento do livro do escritor itacoatiarense, nascido no Varre-Vento, Carlos Costa. Logo a seguir às 20hs, será lançado a primeira revista escrita de Itacoatiara.
' ITA NEWS', pelo também itacoatiarense, Sócrates Paiva. Publicitário que reside em Manaus.
Sócrates Paiva, que nasceu no bairro do Jauary, residiu na 7 de Setembro e depois no bairro de Pedreiras. 
A cidade toda está convidada.
Local: Cine Teatro Dib Barbosa.
Presença de Benna Serrão, fazendo um acústico, e alunos de sua escola.
Ainda a presença do compositor Carlos Costa!



fonte: Sokrates Paiva

Neste sábado o poeta e escritor Carlos Costa apresenta palestra na Academia Itacoatiarense de Letras


sábado, 23 de julho de 2016

Professor Guilherme Fernandes Pereira tomou posse, como o mais novo membro da Academia Itacoatiarense de Letras






Neste sábado(23), no palacete da Academia Itacoatiarense de Letras, localizado na Rua Conselheiro Ruy Barbosa, 419 - centro, o Professor Guilherme Fernandes Pereira, tomou posse da cadeira de numero 18, que tem como patrono o poeta amazonense Aníbal Beça, anteriormente a cadeira foi ocupada pelo saudoso folclorista e poeta Eliezer Fernandes. O confrade Guilherme é professor aposentado e autor de dois livros.

Polo Moveleiro de Itacoatiara realiza a 1a Feira de Móveis


A Associação dos Moveleiros de Itacoatiara - ASMOVITA, realizará no período de 27 a 28 de agosto de 2016, a I -Feira de Móveis de Itacoatiara - FEMOVITA/2016. Que será realizada no Showroom da ASMOVITA (Polo Moveleiro)n.3595 - bairro de São Francisco. Participe e conheça a produção moveleira de Itacoatiara.

domingo, 17 de julho de 2016

TJ suspende transbordo de combustível no rio Negro, mas empresa confirma operação

Operação de transbordo de mais de 12 mil toneladas de óleo diesel, deu início a uma polêmica, provocou reações de técnicos, empresários e especialistas e acabou suspensa pelo TJ. Fotos: Michel Dantas
Apontando riscos ambientais, liminar expedida na sexta-feira (15) suspendeu o transbordo de 12 mil toneladas de diesel no rio, previsto para este fim de semana, mas, com aval de órgãos ambientais e portuários, empresa mantém operação na Ilha do Marapatá. A carga está avaliada em mais de R$ 30 milhões 16/07/2016 às 19:13 - Atualizado em 16/07/2016 às 20:26

Operação de transbordo de mais de 12 mil toneladas de óleo diesel, deu início a uma polêmica, provocou reações de técnicos, empresários e especialistas e acabou suspensa pelo TJ. Fotos: Michel Dantas.

Era para ser apenas mais um entre tantos navios cargueiros que passam diariamente por Manaus, mas a chegada do gigante de bandeira panamenha Justice Express às águas do rio Negro, na orla da capital amazonense, na última sexta-feira (15), para uma operação de transbordo de mais de 12 mil toneladas de granel líquido de óleo diesel, deu início a uma polêmica, provocou reações de técnicos, empresários e especialistas e acabou suspensa por uma liminar do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) ainda na sexta-feira (15), assinada pelo juiz Vicente Pinheiro.

De acordo com a decisão do TJ-AM, a medida atende a uma ação popular e pretende prevenir possíveis danos ambientais irreparáveis em caso de problemas na operação, que estava prevista para este fim de semana, na região da ilha do Marapatá, em frente à Refinaria Isaac Sabá (Remam), da Petrobras, e a alguns quilômetros de um dos principais cartões-postais de Manaus: o encontro das águas. “(...) os atos públicos ora impugnados poderão provocar prejuízos irreparáveis no caso da medida ser concedida somente ao final”, diz trecho da decisão, que determinou a “imediata suspensão da operação de transbordo deferido verbalmente, sem qualquer processo de licenciamento ambiental”. O TJ-AM ainda estipulou multa diária de R$ 75 mil em caso de não observância da decisão. A carga está avaliada em mais de R$ 30 milhões. 

Apesar da decisão liminar que suspendeu o transbordo, a operação foi confirmada para iniciar às 22h deste sábado (16), com previsão de duração de 40 a 50 horas, tempo necessário para descarregar o combustível em balsas, que levarão a carga aos veículos em terra e, de lá, para os centros de armazenagem. A informação é do diretor jurídico do grupo Amazônia Energia, empresa responsável pela importação, Antônio Sampaio. No entorno do navio, que ancorou no final da manhã de sexta-feira, uma grande estrutura foi montada desde o início da manhã deste sábado, com balsas e outras embarcações preparando a operação de transbordo, mesmo após a publicação da decisão judicial.

De acordo com Sampaio, que alegou desconhecer a liminar, a operação de transbordo no rio Negro recebeu o “nada a opor” da Capitania Fluvial da Amazônia Ocidental (CFAOC), Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), além de outorgas da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e as licenças de importação da Receita Federal. “É um processo rotineiro, já fizemos várias vezes em Itacoatiara e Novo Remanso, é a primeira vez que fazemos em Manaus. A única diferença, agora, é que estamos trazendo o produto do exterior, e das outras vezes compramos da própria Petrobras: o monopólio foi quebrado, e é isso que incomoda tanto”, alegou Sampaio.

Mas para o presidente da Associação Brasileira de Infraestrutura, Adriano Pires, que é ex-superintendente de Importação e Exportação de Petróleo e Abastecimento da ANP, o que preocupa são os riscos ambientais de se realizar uma operação de grande porte como essa fora dos dois terminais de combustíveis regularizados para a atividade no Estado - Remam e o porto do Terminais Flutuantes do Brasil (TFB) em Itacoatiara, a 360 quilômetros de Manaus - e o impacto a longo prazo nos investimentos em infraestrutura portuária no Amazonas.

Isso porque, segundo ele, o transbordo de combustíveis “ao largo” - como é chamado quando acontece no meio do rio - só deve ser autorizado em casos emergenciais, como a ameaça de desabastecimento, devido ao alto risco de dano ambiental, visto que um navio como o Justice Express tem capacidade para transportar até 40 mil toneladas de combustível. “Estamos realizando uma operação de altíssimo risco ambiental em um santuário ecológico. Essa operação chama a atenção porque não é normal fazer isso no meio do rio, ainda mais em uma região tão sensível, que pode gerar repercussão no mundo todo. Só vale a pena correr o risco se esse combustível for fundamental para evitar uma calamidade, como desabastecimento das cidades”, analisou.

DESABASTECIMENTO?

O risco de desabastecimento foi um dos pontos considerados pela diretora-presidente do Ipaam, Ana Aleixo, ao comentar o “nada a opor” expedido pelo instituto à operação de transbordo. “A Região não está passando por desabastecimento, mas vai passar se não acontecer a operação. Esse combustível vai abastecer todo o Estado, que não pode ficar sem ele. Mas isso não é preocupação do Ipaam, é a questão ambiental”, afirmou.

De acordo com ela, a empresa atendeu todos os requisitos das leis ambientais e recebeu autorização dos órgãos competentes para realizar a operação no Porto de Manaus, após não conseguir contratar espaço nos terminais do TFB Itacoatiara e da Remam . “O Porto de Manaus tem autorização para a atividade, mas está passando por adequações. O que me assombrou foi o risco de acidente que poderia acontecer de forma devastadora. Qualquer acidente é devastador, mas no Porto de Manaus é impensável que isso aconteça”, disse Aleixo.

A solução encontrada pelos órgãos envolvidos foi transferir a operação para as proximidades da Ilha do Marapatá, no rio Negro, informou a diretora-presidente do Ipaam. “Acidentes acontecem independente de nossa vontade, por isso se chamam acidente, mas o fato é que, na prática, verificamos todas as condições da lei e eles cumpriram todos os requisitos. Além disso, a Região não pode ficar sem combustível porque os dois únicos portos não têm espaço”, declarou.

Apesar da preocupação do Ipaam, o coordenador regional da Amazônia da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Luciano Fernandes, garantiu que o Estado não corre risco de desabastecimento de combustíveis a curto, médio ou longo prazos. De acordo com ele, o que motivou a autorização do transbordo não foi a ameaça de desabastecimento, mas a falta de estrutura do Porto de Manaus para receber esse tipo de operação. “A operação foi autorizada para o Porto de Manaus, mas ele não tem todas as condições de segurança exigidas por lei para essa operação, ainda está sendo adequado. E, em caso de excepcionalidade, pode ser feita, tem previsão legal, a operação ao largo. Essa decisão foi tomada em conjunto com autoridades portuárias e órgãos ambientais”, afirmou Fernandes.

MONITORAMENTO

O superintendente do Ibama, Geandro Pantoja, afirmou que o órgão federal também está monitorando a operação e que, em caso de incidente, o procedimento padrão é acionar o plano de emergência da empresa, que foi apresentado e aprovado. A documentação da carga também foi checada. “Como o combustível veio do exterior, verificamos a licença de importação, se tem autorização de transporte de produtos perigosos do Ibama, por ser uma transação internacional”, explicou.

A única “ressalva” feita por Pantoja é o fato de a região ainda não possuir um “plano de área”, empregado em caso de incidente de grande porte. “Ele consiste em definir papeis de atuação conjunta de órgãos e empresas envolvidos nesse tipo de operação em caso de incidente de grande porte. Como esse plano de área ainda não existe, temos previsão de concluir ate o final do ano, seria acionado o plano nacional de contingência, acionando as grandes estruturas, que no caso são a Capitania e o Centro de Defesa Ambiental da Petrobras. Mas a empresa responsável arca com todos os custos”, explicou Pantoja.

Além dos órgãos ambientais, a CFAOC deve supervisionar a operação de transbordo, de acordo com o Comando do 9º Distrito Naval, da Marinha. De acordo com o órgão militar, o transbordo será realizado na área de fundeio nº 3, da Carta Náutica nº 4.110, localizada na margem direita do rio negro, a cerca de 3 quilômetros da Ilha de Marapatá.

Por meio de nota enviada à imprensa e assinada pelo diretor jurídico Antônio Sampaio, a Amazônia Energia informou que iniciou a operação de transbordo na madrugada de sábado, com previsão de conclusão por volta de meio-dia de segunda-feira - apesar do advogado ter relatado à reportagem que a transferência só seria iniciada às 22h de sábado e concluída na madrugada de terça. A empresa informou ainda que “reafirmou aos órgãos competentes o compromisso que tem no cumprimento das leis vigentes que sustentam a regulamentação das atividades desta natureza”, assim como sua capacidade técnica e operacional para realizar a operação.

Ainda segundo a Amazônia Energia, “a chegada do combustível vai possibilitar que o repasse ao consumidor produza um efeito contrário ao que se processa nos últimos dias, que tem tornado os combustíveis mais caros”, informou a empresa na nota, apontando uma suposta “tentativa de travar o livre comércio e a concorrência leal”.

INFRAESTRUTURA

Mais do que submeter a região a um risco frequente de dano ambiental, a prática constante de operações de transbordo como a realizada pelo Justice Express pode prejudicar os investimentos em infraestrutura portuária no Estado, uma vez que a operação “ao largo” tem um custo bem menor do que a realizada nos terminais, dadas exigências para construção de um porto de forma a atender todos os requisitos da Portaria ANP 52/2015, que vão de questões estruturais a equipamentos e planos de combate a incêndios e vazamentos. O alerta é do presidente da Associação Brasileira de Infraestrutura, Adriano Pires. Para ele, o fato de estar “dentro da lei” não torna o transbordo de combustíveis ao largo a medida mais adequada se o cenário não for de calamidade pública.

“Se o navio está descarregando no meio do rio, é porque não tem espaço nos terminais. E se a empresa fez tudo dentro da lei, ela não tem culpa, a culpa é do poder público. Se não tem espaço nos terminais, é ele quem deve investir em políticas públicas que busquem investimentos em infraestrutura, que vão se reverter em geração de emprego, renda e tributos para o Estado e municípios, e não buscar mecanismos legais para que as operações ocorram fora do que a lei determina como seguro e ideal. Sem falar no impacto econômico de uma medida como essa: quem vai investir no interior, se eu posso ‘encostar’ o navio na orla de Manaus para fazer essa operação?”, ponderou o presidente da ABI.

A solução, aponta ele, está na expansão dos terminais portuários regularizados, de forma a atender a demanda que, em meio à crise e à retração de 10% no consumo, vive uma tendência de crescimento das importações, uma vez que o produto nacional chega a custar até 30% mais que o importado. “Se já falta espaço hoje, vai faltar ainda mais amanhã. A solução não pode ser fazer uma operação de forma precária no meio do rio. Apesar de teoricamente dentro da lei, não é uma solução moderna, é como empurrar o problema com a barriga. É preciso investimentos”, afirmou Pires.

INVESTIMENTOS AMEAÇADOS

Só que isso pode não acontecer. Pelo menos é o que afirma Humberto Barbosa, gerente do grupo Terminais Flutuantes do Brasil (TFB), detentor do porto de Itacoatiara, no interior do Estado, um dos dois únicos aptos a realizar esse tipo de atividade com derivados de petróleo. De acordo com ele, os investimentos feitos na construção do Terminal de Itacoatiara, que movimenta 1,5 bilhão de litros de combustíveis por ano e abastece o Amazonas e quase toda a Região Norte, passam de R$ 150 milhões.

E há 15 dias o grupo assinou um “memorando de entendimento” com um grupo de investidores norte-americanos para ampliar a capacidade de armazenamento de 60 para 110 milhões de litros em um ano, abrindo espaço para outros trades e, na prática, aumentando a concorrência, alem de gerar aproximadamente 200 empregos diretos no município. No entanto, alerta ele, a medida que autorizou a operação de transbordo na orla de Manaus “mesmo sem situação de emergência” pode abrir precedente para outras empresas fazerem o mesmo, gerando uma insegurança jurídica no setor de logística portuária e ameaçando investimentos como esse.

“Isso coloca em risco os investimentos futuros, seja do nosso grupo ou de terceiros. Estamos falando de um investimento de R$ 70 milhões em uma cidade de 100 mil habitantes. Já estamos até recebendo currículos, mas dada a insegurança jurídica e institucional, nosso grupo está repensando esse investimento, afinal, o investidor quer retorno, e não prejuízo. Nesse caso, o prejuízo maior será da própria população e do meio ambiente”.

fonte: Jornal acritica

terça-feira, 12 de julho de 2016

Vereador Dário Nunes trava luta contra o preço dos combustíveis de Itacoatiara












Vereador Dário Nunes apresente requerimento solicitando a realização de uma audiência pública, para discutir os preços dos combustíveis praticados em Itacoatiara.

"Vamos trazer esse importante debate para a câmara de vereadores de Itacoatiara", disse Dário Nunes (PTN), após receber várias denúncias de consumidores de Itacoatiara, quanto às discrepâncias de preço entre postos de combustíveis da capital e de outras cidades do Estado do Amazonas.

Se temos uma terminal de distribuição de gasolina na cidade, que distribui combustível para toda região do Médio e baixo-amazonas. Pois as balsas vem pegar combustível no Terminal portuário de combustíveis em Itacoatiara, porque que os caminhões tanque dos postos de Itacoatiara, tem que ir em Manaus buscar combustível. Algo está errado nesse processo. Pois R$ 1,00 (um real) de diferença, faz muita diferença no bolso do cidadão, ainda mais nestes tempos de crise! Por isso é importante participar dessa audiência pública e questionar essa situação. Pois em muitas coisas, só se resolvem com a efetiva participação popular, só assim poderemos acabar com essa prática abusiva dos preços dos combustíveis praticados em Itacoatiara.

Vamos mostrar que o consumidor itacoatiarense também é experto, participativo e sabe reivindicar os seus direitos. Participe da audiência, exerça sua cidadania, faça a diferença!

domingo, 10 de julho de 2016

Prefeito de Itacoatiara ignora o falecimento do empresário Moysés Israel.



O prefeito de Manaus Arthur Neto decretou luto oficial pela morte do empresário e mecenas Moysés Benarróz Israel. A reitora da UFAM Dra. Marcia Perales, também decretou luto, o SESI Amazonas também decretou, visto o relevante serviço prestado pelo Sr. Moysés ao Estado do Amazonas e especialmente a Itacoatiara. Lamentavelmente o prefeito de Itacoatiara não teve a mesma hombridade e espírito público. Nem se quer publicou uma simples nota de pesar a família enlutada?

Trajetória empresarial de Moysés Israel se confunde com o desenvolvimento do Amazpnas

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Estado do Amazonas perde um de seus empresários mais atuantes, que atuou no desenvolvimento da economia local (Arquivo AC - Antônio Lima)

Moysés Benarrós Israel também deixou suas digitais na consolidação da agroindústria no interior do Estado e na indústria fabril da capital amazonense
O Amazonas se despediu ontem de um dos seus maiores ícones empresariais. Moysés Benarrós Israel, 92, empresário de destaque na área econômica do Estado e um dos fundadores da Federação das Indústrias do Amazonas (Fieam), faleceu por volta de 22h de quinta-feira, no Hospital Check Up, onde estava internado há mais de um mês. Ele teve falência de múltiplos órgãos. O sepultamento foi realizado pela manhã, no Cemitério Israelita, bairro Adrianópolis, Zona Centro-Sul.
Moysés Benarrós Israel foi pioneiro, junto com seu tio Isaac Sabbá, na construção da primeira refinaria de petróleo do Amazonas. Suas digitais também se fazem presentes na consolidação da agroindústria no interior do Estado e na indústria fabril da capital amazonense. Ele ainda fez parte de importantes instituições que fomentaram a economia e o ensino, como a instalação do campus da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), no município de Itacoatiara.
Personalidades da comunidade Judaica, da indústria, do comércio e da política local foram dar o último adeus ao grande empreendedor e incentivador da educação e do desenvolvimento social do Estado. O Governador do Amazonas, José Melo, lamentou com pesar o falecimento do empresário e destacou que ele deixa um legado de sucesso profissional em nossa região. O Prefeito de Manaus, Artur Virgílio Neto, também lamentou e disse que houve uma enorme perda. 
“Uma grande figura humana e um grande homem público, mesmo não tendo exercido mandato. Não conheço ninguém que possa substituí-lo no Estado e no Brasil é difícil encontrar alguém que possa somar todas as qualidades que ele tinha que são legados para nós, como competência, capacidade de empreender, generosidade, coração largo e ao mesmo tempo honradez. Seu Moysés era amigo do meu pai, conversavam com muita cordialidade, mas pensavam de maneira diferente”, lembrou Arthur. 
 O presidente da Fieam, Antônio Silva, ressaltou que o seu Moyses era um homem de trabalho, mente lúcida, nos seus 92 anos ainda colaborava com várias ações e conselhos pensando na perenidade do modelo Zona Franca e no desenvolvimento do seu Estado. “Ele adotou o Amazonas como seu Estado do coração e participou de várias ações empresariais”, disse.
Piora
A filha mais nova do empresário Moysés Benarrós Israel, Janet Pinheiro Israel, 52, contou que ele tinha melhorado bastante, mas quando estava para ter alta teve uma pneumonia, que o fez retornar para a UTI, de onde não conseguiu mais sair com vida. “É um momento muito difícil. Ele foi tudo para todo mundo. Teve uma vida plena e frutífera, graças a Deus, ajudou muita gente e conseguiu fazer muita coisa pelo Estado. A prova disso são as obras que aí estão no Estado a fora”, lembrou.
 ‘Fui apenas um grande ajudante’
Nascido no Estado do Pará, em 1924, Moysés Benarrós Israel veio ainda jovem para Manaus, onde passou a ajudar o tio, Isaac Sabbá, pioneiro e construtor da Refinaria de Petróleo de Manaus. Eram os primeiros passos de uma carreira marcada pelo trabalho. Apesar de seus feitos, ele nem se considerava um administrador ou industriário. “Eu fui apenas um grande ajudante”,  definiu-se. 
O senhor começou a trabalhar como ajudante no escritório do seu pai. Foi nessa época que decidiu seguir a carreira empresarial?
Na verdade, eu não pensava muito no assunto. Comecei a trabalhar com 11 anos. Ia para a escola, fazia curso de datilografia e era auxiliar no escritório do meu pai. Ele (o pai) era representante comercial e também exportador de peles de animais e de uaicima, uma fibra parecida com a juta. Eu gostava de ajudar, mas não era o que eu sonhava em fazer.
E qual era o seu grande sonho?
Eu queria mesmo era ser engenheiro químico. Muito tempo depois quando começamos a trabalhar com petróleo, eu gostei. Pensei: agora sim! Tem química no meio. Até hoje sou um grande leitor do assunto e tenho assinatura das principais revistas sobre o tema. Cheguei a cursar o pré-politécnico em Belém pensando nisso e foi lá que eu conheci o Paul (Le Cointe) que fundou a Escola de Química do Pará. Ficava na Praça da República e não dava diploma, mas eu pedi para assistir as aulas e lavar as pipetas do laboratório. Aprendi muito nessa época. Depois, para continuar os estudos, o único lugar possível seria a Universidade Mackenzie em São Paulo ou no Rio de Janeiro. Eu cheguei a ir, mas não deu certo.
Que acontecimentos mudaram  os planos iniciais?
A essa altura meu pai já tinha morrido e meus tios - Jacob e Isaac Sabbá - assumiram os negócios. Um deles - Isaac - estava em São Paulo e me levou para lá para que eu pudesse cursar o Mackenzie. Mas quando eu cheguei lá, o Getúlio (Vargas) baixou um decreto que obrigava as universidades a trabalharem com um percentual mínimo de professores brasileiros e o Mackenzie não atendia o critério, portanto não havia curso. Com isso, todas as vagas do Rio de Janeiro foram ocupadas rapidamente por alunos de São Paulo e eu fiquei sem vaga. Decidi voltar para Belém, mas o navio demoraria um mês para sair e nesse meio tempo, fiquei trabalhando com meu tio Isaac.
O fato de ter ficado marcou o resto da sua caminhada profissional?
Sim, porque quando chegou a hora de embarcar, ele me pediu pra ficar com ele trabalhando e eu aceitei. Ele me deu uma máquina de datilografia Hamilton e  disse: “escreva aí: bens com que entra o senhor Isaac Sabbá na Empresa Individual I B Sabbá”. Esse texto marcava o início da empresa dele e a partir daí eu passei a trabalhar na empresa e nunca mais voltei para à área química, pelo menos não oficialmente.
Em 1942, aos 18 anos, o senhor foi emancipado para se tornar sócio de Isaac Sabbá na empresa, que passou a se chamar Isaac Sabbá & Cia. Nessa época vocês já trabalhavam com petróleo?
 A nossa empresa foi se desenvolvendo até que chegou a esse tempo, mas era uma empresa exportadora de gêneros. Meu tio instituiu um sistema que depois virou uma norma que eram as promissórias rurais. A gente dava dinheiro, as pessoas coletavam a castanha, a gente pegava a promissória e  caucionava no banco. Funcionávamos  como um pequeno banco.  Depois, lá pela década de 50, no pós-guerra, é que diversificamos e passamos a comercializar o petróleo.  
Como foi iniciar aqui um projeto tão visionário?
Difícil. Se eu falasse para alguém que estávamos tentando instalar uma refinaria naquela época ninguém ia acreditar. Aqui não tinha nada, nenhum equipamento necessário. Buscamos tudo de fora. Para levantar a maior torre da refinaria, que tinha 60 metros, gastamos um mês e meio, com 40 engenheiros trabalhando dia e noite. Usávamos dormentes - estruturas de madeira - para erguer a torre e íamos subindo a ferragem pouco a pouco. Era a mesma tecnologia utilizada – acredita-se – para erguer as pirâmides do Egito. Um trabalhão. Mas era importante fazer a refinaria, não só para nós, mas para o Estado. Começamos com cinco mil barris e logo passamos para dez mil, com a ajuda de um grande projetista e amigo, Roberto Campos.
Frases e mensagens
"Moysés Benarrós Israel foi um dos empresários de destaque na área econômica do Estado e deixa um legado de sucesso profissional em nossa região”. José Melo - Governador do Amazonas

“Ele nunca enxergou outro empresário do seu ramo de atividade como um competidor, e sim como parceiro”. Etelvina Garcia - Biógrafa de Moysés Israel

“Ele tinha equilíbrio para discutir todo tipo de assunto. Fez investimentos grandes, trouxe a tecnologia da época para Manaus e Itacoatiara e deu emprego para muita gente”. Ralph Assayag - Presidente da CDL Mana
us
“O Estado do Amazonas e Itacoatiara devem muito ao Sr. Moyses. Em nosso município incentivou a implantação de universidades, creches, escolas profissionalizantes, ajudou muitos jovens e planejou uma cidade mais organizada, moderna e com oportunidade para todos. Ele partiu para o paraíso mais deixou o seu incontestável legado". Dário Nunes - Presidente da Câmara de Itacoatiara.

"Moyses queria o Estado do Amazonas na vang e dava tudo que pudesse para contribuir com seu avanço social e econômico". “Espero que muitos de nós possam seguir o exemplo dele”, finalizou Nelson Azevedo, vice-presidente da Fieam.

“Ele sempre acompanhou meu mandato, sobretudo quando fui senador e pude deixar mais claras as minhas propostas para a economia. Uma amizade calçada no respeito e na admiração. Sempre encontrei nele um braço muito forte, uma cabeça muito pródiga em ideias e um coração muito generoso em amor”, declarou o prefeito Arthur Neto em nota.


"Moysés Benarrós Israel, sempre demonstrou profunda sensibilidade durante toda sua vida para com as artes, a ciência e a cultura, sendo um patrono não apenas da nossa UFAM, bem como de outros órgãos produtores do saber no Estado do Amazonas. A UFAM teve a grata satisfação de prestar uma justa homenagem ao empresário, ainda em vida, ao instituir a Memorália Moysés Israel, dentro do Campus da UFAM em Itacoatiara, na edificação onde por muitos anos residiu o empresário, bem como intitular com seu nome, o referido campus universitário" Marcia Perales Mendes Silva - Reitora da UFAM.. 

O Sr. Moyses sempre esteve a frente o seu tempo. Uma pessoa notável, inteligente e muito generosa. Sempre esteve atuando nas politicas de desenvolvimento e Educação do Estado do Amazonas. Em Itacoatiara deixou seu legado, doando propriedades para a implantação da UFAM, UEA e CETAM. Além disso, articulou a implantação do SENAI, SESI, SESC e SENAC, além de vários outros empreendimentos socioculturais que apoio no município. Ajudou muitos jovens e se empenhou muito, para ver Itacoatiara promissora. Ele ajudou muito nossa cidade, sem ter nenhum interesses político. Nutria um grande amizade, afeto, respeito e admiração por ele, fiquei muito triste com sua partida" - Frank Chaves, professor e historiador.


fonte: Jornal acritica - Silane Souza - 08/07/2016 às 20:24 - Atualizado em 09/07/2016 às 11:09

Trajetória empresarial de Moysés Israel se confunde com o desenvolvimento do Amazonas

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Estado do Amazonas perde um de seus empresários mais atuantes, que atuou no desenvolvimento da economia local (Arquivo AC - Antônio Lima)

Moysés Benarrós Israel também deixou suas digitais na consolidação da agroindústria no interior do Estado e na indústria fabril da capital amazonense
O Amazonas se despediu ontem de um dos seus maiores ícones empresariais. Moysés Benarrós Israel, 92, empresário de destaque na área econômica do Estado e um dos fundadores da Federação das Indústrias do Amazonas (Fieam), faleceu por volta de 22h de quinta-feira, no Hospital Check Up, onde estava internado há mais de um mês. Ele teve falência de múltiplos órgãos. O sepultamento foi realizado pela manhã, no Cemitério Israelita, bairro Adrianópolis, Zona Centro-Sul.
Moysés Benarrós Israel foi pioneiro, junto com seu tio Isaac Sabbá, na construção da primeira refinaria de petróleo do Amazonas. Suas digitais também se fazem presentes na consolidação da agroindústria no interior do Estado e na indústria fabril da capital amazonense. Ele ainda fez parte de importantes instituições que fomentaram a economia e o ensino, como a instalação do campus da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), no município de Itacoatiara.
Personalidades da comunidade Judaica, da indústria, do comércio e da política local foram dar o último adeus ao grande empreendedor e incentivador da educação e do desenvolvimento social do Estado. O Governador do Amazonas, José Melo, lamentou com pesar o falecimento do empresário e destacou que ele deixa um legado de sucesso profissional em nossa região. O Prefeito de Manaus, Artur Virgílio Neto, também lamentou e disse que houve uma enorme perda. 
“Uma grande figura humana e um grande homem público, mesmo não tendo exercido mandato. Não conheço ninguém que possa substituí-lo no Estado e no Brasil é difícil encontrar alguém que possa somar todas as qualidades que ele tinha que são legados para nós, como competência, capacidade de empreender, generosidade, coração largo e ao mesmo tempo honradez. Seu Moysés era amigo do meu pai, conversavam com muita cordialidade, mas pensavam de maneira diferente”, lembrou Arthur. 
 O presidente da Fieam, Antônio Silva, ressaltou que o seu Moyses era um homem de trabalho, mente lúcida, nos seus 92 anos ainda colaborava com várias ações e conselhos pensando na perenidade do modelo Zona Franca e no desenvolvimento do seu Estado. “Ele adotou o Amazonas como seu Estado do coração e participou de várias ações empresariais”, disse.
Piora
A filha mais nova do empresário Moysés Benarrós Israel, Janet Pinheiro Israel, 52, contou que ele tinha melhorado bastante, mas quando estava para ter alta teve uma pneumonia, que o fez retornar para a UTI, de onde não conseguiu mais sair com vida. “É um momento muito difícil. Ele foi tudo para todo mundo. Teve uma vida plena e frutífera, graças a Deus, ajudou muita gente e conseguiu fazer muita coisa pelo Estado. A prova disso são as obras que aí estão no Estado a fora”, lembrou.
 ‘Fui apenas um grande ajudante’
Nascido no Estado do Pará, em 1924, Moysés Benarrós Israel veio ainda jovem para Manaus, onde passou a ajudar o tio, Isaac Sabbá, pioneiro e construtor da Refinaria de Petróleo de Manaus. Eram os primeiros passos de uma carreira marcada pelo trabalho. Apesar de seus feitos, ele nem se considerava um administrador ou industriário. “Eu fui apenas um grande ajudante”,  definiu-se. 
O senhor começou a trabalhar como ajudante no escritório do seu pai. Foi nessa época que decidiu seguir a carreira empresarial?
Na verdade, eu não pensava muito no assunto. Comecei a trabalhar com 11 anos. Ia para a escola, fazia curso de datilografia e era auxiliar no escritório do meu pai. Ele (o pai) era representante comercial e também exportador de peles de animais e de uaicima, uma fibra parecida com a juta. Eu gostava de ajudar, mas não era o que eu sonhava em fazer.
E qual era o seu grande sonho?
Eu queria mesmo era ser engenheiro químico. Muito tempo depois quando começamos a trabalhar com petróleo, eu gostei. Pensei: agora sim! Tem química no meio. Até hoje sou um grande leitor do assunto e tenho assinatura das principais revistas sobre o tema. Cheguei a cursar o pré-politécnico em Belém pensando nisso e foi lá que eu conheci o Paul (Le Cointe) que fundou a Escola de Química do Pará. Ficava na Praça da República e não dava diploma, mas eu pedi para assistir as aulas e lavar as pipetas do laboratório. Aprendi muito nessa época. Depois, para continuar os estudos, o único lugar possível seria a Universidade Mackenzie em São Paulo ou no Rio de Janeiro. Eu cheguei a ir, mas não deu certo.
Que acontecimentos mudaram  os planos iniciais?
A essa altura meu pai já tinha morrido e meus tios - Jacob e Isaac Sabbá - assumiram os negócios. Um deles - Isaac - estava em São Paulo e me levou para lá para que eu pudesse cursar o Mackenzie. Mas quando eu cheguei lá, o Getúlio (Vargas) baixou um decreto que obrigava as universidades a trabalharem com um percentual mínimo de professores brasileiros e o Mackenzie não atendia o critério, portanto não havia curso. Com isso, todas as vagas do Rio de Janeiro foram ocupadas rapidamente por alunos de São Paulo e eu fiquei sem vaga. Decidi voltar para Belém, mas o navio demoraria um mês para sair e nesse meio tempo, fiquei trabalhando com meu tio Isaac.
O fato de ter ficado marcou o resto da sua caminhada profissional?
Sim, porque quando chegou a hora de embarcar, ele me pediu pra ficar com ele trabalhando e eu aceitei. Ele me deu uma máquina de datilografia Hamilton e  disse: “escreva aí: bens com que entra o senhor Isaac Sabbá na Empresa Individual I B Sabbá”. Esse texto marcava o início da empresa dele e a partir daí eu passei a trabalhar na empresa e nunca mais voltei para à área química, pelo menos não oficialmente.
Em 1942, aos 18 anos, o senhor foi emancipado para se tornar sócio de Isaac Sabbá na empresa, que passou a se chamar Isaac Sabbá & Cia. Nessa época vocês já trabalhavam com petróleo?
 A nossa empresa foi se desenvolvendo até que chegou a esse tempo, mas era uma empresa exportadora de gêneros. Meu tio instituiu um sistema que depois virou uma norma que eram as promissórias rurais. A gente dava dinheiro, as pessoas coletavam a castanha, a gente pegava a promissória e  caucionava no banco. Funcionávamos  como um pequeno banco.  Depois, lá pela década de 50, no pós-guerra, é que diversificamos e passamos a comercializar o petróleo.  
Como foi iniciar aqui um projeto tão visionário?
Difícil. Se eu falasse para alguém que estávamos tentando instalar uma refinaria naquela época ninguém ia acreditar. Aqui não tinha nada, nenhum equipamento necessário. Buscamos tudo de fora. Para levantar a maior torre da refinaria, que tinha 60 metros, gastamos um mês e meio, com 40 engenheiros trabalhando dia e noite. Usávamos dormentes - estruturas de madeira - para erguer a torre e íamos subindo a ferragem pouco a pouco. Era a mesma tecnologia utilizada – acredita-se – para erguer as pirâmides do Egito. Um trabalhão. Mas era importante fazer a refinaria, não só para nós, mas para o Estado. Começamos com cinco mil barris e logo passamos para dez mil, com a ajuda de um grande projetista e amigo, Roberto Campos.
Frases e mensagens
"Moysés Benarrós Israel foi um dos empresários de destaque na área econômica do Estado e deixa um legado de sucesso profissional em nossa região”. José Melo - Governador do Amazonas

“Ele nunca enxergou outro empresário do seu ramo de atividade como um competidor, e sim como parceiro”. Etelvina Garcia - Biógrafa de Moysés Israel

“Ele tinha equilíbrio para discutir todo tipo de assunto. Fez investimentos grandes, trouxe a tecnologia da época para Manaus e Itacoatiara e deu emprego para muita gente”. Ralph Assayag - Presidente da CDL Mana
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“O Estado do Amazonas e Itacoatiara devem muito ao Sr. Moyses. Em nosso município incentivou a implantação de universidades, creches, escolas profissionalizantes, ajudou muitos jovens e planejou uma cidade mais organizada, moderna e com oportunidade para todos. Ele partiu para o paraíso mais deixou o seu incontestável legado". Dário Nunes - Presidente da Câmara de Itacoatiara.

"Moyses queria o Estado do Amazonas na vang e dava tudo que pudesse para contribuir com seu avanço social e econômico". “Espero que muitos de nós possam seguir o exemplo dele”, finalizou Nelson Azevedo, vice-presidente da Fieam.

“Ele sempre acompanhou meu mandato, sobretudo quando fui senador e pude deixar mais claras as minhas propostas para a economia. Uma amizade calçada no respeito e na admiração. Sempre encontrei nele um braço muito forte, uma cabeça muito pródiga em ideias e um coração muito generoso em amor”, declarou o prefeito Arthur Neto em nota.


"Moysés Benarrós Israel, sempre demonstrou profunda sensibilidade durante toda sua vida para com as artes, a ciência e a cultura, sendo um patrono não apenas da nossa UFAM, bem como de outros órgãos produtores do saber no Estado do Amazonas. A UFAM teve a grata satisfação de prestar uma justa homenagem ao empresário, ainda em vida, ao instituir a Memorália Moysés Israel, dentro do Campus da UFAM em Itacoatiara, na edificação onde por muitos anos residiu o empresário, bem como intitular com seu nome, o referido campus universitário" Marcia Perales Mendes Silva - Reitora da UFAM.. 

O Sr. Moyses sempre esteve a frente o seu tempo. Uma pessoa notável, inteligente e muito generosa. Sempre esteve atuando nas politicas de desenvolvimento e Educacional do Estado do Amazonas. Em Itacoatiara deixou seu legado, doando propriedades para a implantação da UFAM, UEA e CETAM no município. Além disso, articulou a implantação do SENAI, SESI, SESC e SENAC, além de vários outros empreendimentos socioculturais que apoio no município. Ajudou muitos jovens e se empenhou muito, para ver Itacoatiara promissora. Ele ajudou muito nossa cidade, sem ter nenhum interesses político. Nutria um grande afeto, respeito e admiração por ele, fiquei muito triste com sua partida" - Frank Chaves, professor e historiador.




fonte: Jornal acrítica - Silane Souza - 08/07/2016 às 20:24 - Atualizado em 09/07/2016 às 11:09

Trajetória empresarial de Moysés Israel se confunde com o desenvolvimento do Amazpnas

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Estado do Amazonas perde um de seus empresários mais atuantes, que atuou no desenvolvimento da economia local (Arquivo AC - Antônio Lima)

Moysés Benarrós Israel também deixou suas digitais na consolidação da agroindústria no interior do Estado e na indústria fabril da capital amazonense
O Amazonas se despediu ontem de um dos seus maiores ícones empresariais. Moysés Benarrós Israel, 92, empresário de destaque na área econômica do Estado e um dos fundadores da Federação das Indústrias do Amazonas (Fieam), faleceu por volta de 22h de quinta-feira, no Hospital Check Up, onde estava internado há mais de um mês. Ele teve falência de múltiplos órgãos. O sepultamento foi realizado pela manhã, no Cemitério Israelita, bairro Adrianópolis, Zona Centro-Sul.
Moysés Benarrós Israel foi pioneiro, junto com seu tio Isaac Sabbá, na construção da primeira refinaria de petróleo do Amazonas. Suas digitais também se fazem presentes na consolidação da agroindústria no interior do Estado e na indústria fabril da capital amazonense. Ele ainda fez parte de importantes instituições que fomentaram a economia e o ensino, como a instalação do campus da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), no município de Itacoatiara.
Personalidades da comunidade Judaica, da indústria, do comércio e da política local foram dar o último adeus ao grande empreendedor e incentivador da educação e do desenvolvimento social do Estado. O Governador do Amazonas, José Melo, lamentou com pesar o falecimento do empresário e destacou que ele deixa um legado de sucesso profissional em nossa região. O Prefeito de Manaus, Artur Virgílio Neto, também lamentou e disse que houve uma enorme perda. 
“Uma grande figura humana e um grande homem público, mesmo não tendo exercido mandato. Não conheço ninguém que possa substituí-lo no Estado e no Brasil é difícil encontrar alguém que possa somar todas as qualidades que ele tinha que são legados para nós, como competência, capacidade de empreender, generosidade, coração largo e ao mesmo tempo honradez. Seu Moysés era amigo do meu pai, conversavam com muita cordialidade, mas pensavam de maneira diferente”, lembrou Arthur. 
 O presidente da Fieam, Antônio Silva, ressaltou que o seu Moyses era um homem de trabalho, mente lúcida, nos seus 92 anos ainda colaborava com várias ações e conselhos pensando na perenidade do modelo Zona Franca e no desenvolvimento do seu Estado. “Ele adotou o Amazonas como seu Estado do coração e participou de várias ações empresariais”, disse.
Piora
A filha mais nova do empresário Moysés Benarrós Israel, Janet Pinheiro Israel, 52, contou que ele tinha melhorado bastante, mas quando estava para ter alta teve uma pneumonia, que o fez retornar para a UTI, de onde não conseguiu mais sair com vida. “É um momento muito difícil. Ele foi tudo para todo mundo. Teve uma vida plena e frutífera, graças a Deus, ajudou muita gente e conseguiu fazer muita coisa pelo Estado. A prova disso são as obras que aí estão no Estado a fora”, lembrou.
 ‘Fui apenas um grande ajudante’
Nascido no Estado do Pará, em 1924, Moysés Benarrós Israel veio ainda jovem para Manaus, onde passou a ajudar o tio, Isaac Sabbá, pioneiro e construtor da Refinaria de Petróleo de Manaus. Eram os primeiros passos de uma carreira marcada pelo trabalho. Apesar de seus feitos, ele nem se considerava um administrador ou industriário. “Eu fui apenas um grande ajudante”,  definiu-se. 
O senhor começou a trabalhar como ajudante no escritório do seu pai. Foi nessa época que decidiu seguir a carreira empresarial?
Na verdade, eu não pensava muito no assunto. Comecei a trabalhar com 11 anos. Ia para a escola, fazia curso de datilografia e era auxiliar no escritório do meu pai. Ele (o pai) era representante comercial e também exportador de peles de animais e de uaicima, uma fibra parecida com a juta. Eu gostava de ajudar, mas não era o que eu sonhava em fazer.
E qual era o seu grande sonho?
Eu queria mesmo era ser engenheiro químico. Muito tempo depois quando começamos a trabalhar com petróleo, eu gostei. Pensei: agora sim! Tem química no meio. Até hoje sou um grande leitor do assunto e tenho assinatura das principais revistas sobre o tema. Cheguei a cursar o pré-politécnico em Belém pensando nisso e foi lá que eu conheci o Paul (Le Cointe) que fundou a Escola de Química do Pará. Ficava na Praça da República e não dava diploma, mas eu pedi para assistir as aulas e lavar as pipetas do laboratório. Aprendi muito nessa época. Depois, para continuar os estudos, o único lugar possível seria a Universidade Mackenzie em São Paulo ou no Rio de Janeiro. Eu cheguei a ir, mas não deu certo.
Que acontecimentos mudaram  os planos iniciais?
A essa altura meu pai já tinha morrido e meus tios - Jacob e Isaac Sabbá - assumiram os negócios. Um deles - Isaac - estava em São Paulo e me levou para lá para que eu pudesse cursar o Mackenzie. Mas quando eu cheguei lá, o Getúlio (Vargas) baixou um decreto que obrigava as universidades a trabalharem com um percentual mínimo de professores brasileiros e o Mackenzie não atendia o critério, portanto não havia curso. Com isso, todas as vagas do Rio de Janeiro foram ocupadas rapidamente por alunos de São Paulo e eu fiquei sem vaga. Decidi voltar para Belém, mas o navio demoraria um mês para sair e nesse meio tempo, fiquei trabalhando com meu tio Isaac.
O fato de ter ficado marcou o resto da sua caminhada profissional?
Sim, porque quando chegou a hora de embarcar, ele me pediu pra ficar com ele trabalhando e eu aceitei. Ele me deu uma máquina de datilografia Hamilton e  disse: “escreva aí: bens com que entra o senhor Isaac Sabbá na Empresa Individual I B Sabbá”. Esse texto marcava o início da empresa dele e a partir daí eu passei a trabalhar na empresa e nunca mais voltei para à área química, pelo menos não oficialmente.
Em 1942, aos 18 anos, o senhor foi emancipado para se tornar sócio de Isaac Sabbá na empresa, que passou a se chamar Isaac Sabbá & Cia. Nessa época vocês já trabalhavam com petróleo?
 A nossa empresa foi se desenvolvendo até que chegou a esse tempo, mas era uma empresa exportadora de gêneros. Meu tio instituiu um sistema que depois virou uma norma que eram as promissórias rurais. A gente dava dinheiro, as pessoas coletavam a castanha, a gente pegava a promissória e  caucionava no banco. Funcionávamos  como um pequeno banco.  Depois, lá pela década de 50, no pós-guerra, é que diversificamos e passamos a comercializar o petróleo.  
Como foi iniciar aqui um projeto tão visionário?
Difícil. Se eu falasse para alguém que estávamos tentando instalar uma refinaria naquela época ninguém ia acreditar. Aqui não tinha nada, nenhum equipamento necessário. Buscamos tudo de fora. Para levantar a maior torre da refinaria, que tinha 60 metros, gastamos um mês e meio, com 40 engenheiros trabalhando dia e noite. Usávamos dormentes - estruturas de madeira - para erguer a torre e íamos subindo a ferragem pouco a pouco. Era a mesma tecnologia utilizada – acredita-se – para erguer as pirâmides do Egito. Um trabalhão. Mas era importante fazer a refinaria, não só para nós, mas para o Estado. Começamos com cinco mil barris e logo passamos para dez mil, com a ajuda de um grande projetista e amigo, Roberto Campos.
Frases e mensagens
"Moysés Benarrós Israel foi um dos empresários de destaque na área econômica do Estado e deixa um legado de sucesso profissional em nossa região”. José Melo - Governador do Amazonas

“Ele nunca enxergou outro empresário do seu ramo de atividade como um competidor, e sim como parceiro”. Etelvina Garcia - Biógrafa de Moysés Israel

“Ele tinha equilíbrio para discutir todo tipo de assunto. Fez investimentos grandes, trouxe a tecnologia da época para Manaus e Itacoatiara e deu emprego para muita gente”. Ralph Assayag - Presidente da CDL Mana
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“O Estado do Amazonas e Itacoatiara devem muito ao Sr. Moyses. Em nosso município incentivou a implantação de universidades, creches, escolas profissionalizantes, ajudou muitos jovens e planejou uma cidade mais organizada, moderna e com oportunidade para todos. Ele partiu para o paraíso mais deixou o seu incontestável legado". Dário Nunes - Presidente da Câmara de Itacoatiara.

"Moyses queria o Estado do Amazonas na vang e dava tudo que pudesse para contribuir com seu avanço social e econômico". “Espero que muitos de nós possam seguir o exemplo dele”, finalizou Nelson Azevedo, vice-presidente da Fieam.

“Ele sempre acompanhou meu mandato, sobretudo quando fui senador e pude deixar mais claras as minhas propostas para a economia. Uma amizade calçada no respeito e na admiração. Sempre encontrei nele um braço muito forte, uma cabeça muito pródiga em ideias e um coração muito generoso em amor”, declarou o prefeito Arthur Neto em nota.

O Sr. Moyses sempre esteve a frente o seu tempo. Uma pessoa notável, inteligente e muito generosa. Sempre esteve atuando nas polticas de desenvolvimento é Educacional do Estado do Amazonas. Em Itacoatiara deixou seu legado, doando propriedades para a implantação da UFAM, UEA e CETAM no município. Além disso, articulou a implantação do SENAI, SESI, SESC e SENAC, além de vários outros empreendimentos socioculturais que apoio no município. Ajudou muitos jovens e se empenhou muito, para ver Itacoatiara promissora. Ele ajudou muito nossa cidade, sem ter nenhum interesses político. Nutria um grande afeto, respeito e admiração por ele, fiquei muito triste com sua partida" - Frank Chaves, professor e historiador.


fonte: Jornal acritica - Silane Souza - 08/07/2016 às 20:24 - Atualizado em 09/07/2016 às 11:09

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