Cel. Antônio Moreira César |
Quando a epilepsia mudou a história de Canudos
De acordo com a pesquisadora Elza Márcia Targas Yacubian, da Unifesp, a epilepsia pode ter sido decisiva para o fracasso da terceira expedição militar na Guerra de Canudos. O comandante da missão, coronel Antônio Moreira César — conhecido como “corta-cabeças” por sua brutalidade — sofria de crises epilépticas severas e recorrentes, especialmente agravadas durante a jornada rumo ao sertão baiano, em 1897.
Descrito por contemporâneos como um homem de temperamento instável, Moreira César apresentava alucinações visuais, confusão mental, dificuldades na fala e episódios de descontrole físico e emocional. Testemunhas relataram convulsões violentas e surtos paranoicos no caminho até Canudos. Apesar do alerta dos médicos para que repousasse, ele insistiu em seguir adiante, ignorando sua condição.
Acreditando já ter vencido, ordenou um ataque precipitado ao arraial, sem reconhecer a complexidade do sistema defensivo dos sertanejos liderados por Antônio Conselheiro. Sua avaliação equivocada da situação — possivelmente influenciada por seu estado neurológico — resultou em desastre. No primeiro dia da ofensiva, Moreira César foi baleado e morreu. Sua morte provocou o colapso da expedição e a debandada de suas tropas.
O episódio mostra como uma condição médica, subestimada pela medicina e pelo Exército da época, pode ter alterado o curso de um dos conflitos mais emblemáticos da história do Brasil. A epilepsia de Moreira César, além de ser usada posteriormente para explicar sua derrota, tornou-se símbolo do estigma e da incompreensão sobre doenças neurológicas no fim do século XIX.
A propósito da informação, é importante considerar, que há uma rua localizada no bairro da Colônia no município de Itacoatiara, com o nome de rua Moreira César, que certamente seus moradores não tem nenhuma ideia, de quem foi o patrono de sua rua. E foi justamente em homenagem ao militar que Cel. Moreira César, que lutou em Canudos, que complementa, uma coletânea de outros nomes de ruas do tradicional bairro da Colônia, que fazem menção a transição do período imperial ao republicano do Brasil e algumas datas e outros personagens que fazem alusão a história do Estado do Amazonas e do Brasil, como: Moreira César, Floriano Peixoto, Afonso de Carvalho, Francisco Carneiro Glicério , Álvaro França, 05 de setembro, 15 de novembro entre outros.
fonte:
Facebook e historiador Frank Chaves
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