segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Centro histórico e desrespeito

Show marisa


A desconstrução do centro histórico de Manaus é antiga e contínua… É possível perceber a concordância das sucessivas administrações públicas à conduta de um determinado segmento empresarial que não tem nenhuma responsabilidade e respeito para com aspectos dessa ordem. 
Prevalece a velha cultura do saqueamento e essa é ensinada às gerações mais novas com vigor maior que o esforço de outros segmentos para formular alianças e com elas avançar nos programas educacionais-culturais. São eles que poderão ampliar a participação da população a fim de que ela possa ser protagonista na vigilância, nos questionamentos e nas exigências de manutenção, cuidado e movimentação desses espaços históricos da cidade. 
Em outros locais no Brasil, em escala menor, e no mundo, com maior intensidade, há uma postura de preservação e conservação dos lugares históricos transformando-os em endereços de visitações, de múltiplas atividades culturais, geração de postos de trabalho e de renda. Pessoas de diferentes faixas etárias podem ser vistas nesses espaços como visitantes ou em atividade destinada a falar deles, a ajudar os que chegam a conhecer e saborear mais a história.
A rede de lojas Marisa adotou procedimento contrário e, pior, da forma mais grosseira e desrespeitosa ao destruir marquise de prédio histórico onde uma de suas unidades está instalada no Centro de Manaus. Essa é mais uma atitude de agressão contra a cidade, as pessoas que nela moram e à história do município. É também uma postura de prepotência empresarial que já deveria ter sido superada não somente no caso dessa cidade mais de qualquer outra cidade no Brasil ou em outro lugar. O episódio revela que a superação está longe e a vigilância precisa ter maior alcance.
Por outro lado, faz-se necessário que as autoridades tornem o mais conhecido possível os contratos assinados por empresários ou grupos empresariais que se instalam em Manaus. Quais cláusulas estão definidas quanto às questões do patrimônio histórico? Das intervenções que podem ser feitas e dos processos intervencionistas em regiões como o Centro histórico? Os empreendimentos são bem-vindos. O que não pode acontecer é que com eles seja mantida a cultura da destruição de acervos históricos como se fosse algo normal. Não é. E mostra inclusive miopia empresarial em não perceber nesses prédios e em outros espaços elementos que podem contribuir para o diferencial dos negócios feitos.
fonte: Jornal acritica

HOJE A ESCOLA VITAL DE MENDONÇA ABRE AS PORTAS PARA O TEATRO, PARTICIPE DA 5a AMOSTRE.



Depois de semanas de ensaio, os alunos da Escola Estadual Dep. Vital de Mendonça iniciam a 5º edição do AMOSTRE - Mostra de Teatro Educativo, com o tema "RENATO ENCENA, SEM ELE TÁ RUSSO", homenagem ao maior expoente do Rock Nacional. O espetáculo teatral começa hoje, a partir das 19h00, no auditório da escola, com as seguintes peças: "SOMOS TÃO JOVENS" e "POR ENQUANTO". O evento ainda contará com a presença do convidado especial Paulo Henrique (Paulinho), que apresentará um monólogo. Entrada no valor de R$ 1,00 + 01 kg de alimento não perecível. 

PARTICIPE!

Leve sua família, convide seus amigos e venha prestigiar a cultura itacoatiarense feita com muito empenho e carinho e pra você!

No plenário da Câmara Municipal de Itacoatiara, acontece hoje o curso de ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA, proferido pelo TCE/AM.



Participe do Curso de Administração Financeira do TCE/AM. Leve sua identidade e se inscreva na hora, não importa que chegue atrasado(a), o curso vai expedir Certificado, material didático, pasta, tudo Grátis e ainda você vai participar de sorteios de livros durante o curso. Não perca essa oportunidade! 
                      
Pessoal, vamos convidar os amigos etc para o curso e aproveitar. O curso não se limita só a Administração Pública, Serão esplanadas algumas aplicações do orçamento a vida da sociedade, com muitas dicas e informações importantes para enriquecer o seu conhecimento e para aplicar no seu dia a dia!

sábado, 12 de novembro de 2016

Vivemos um processo de “coisificação” do homem

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Por Gustavo Ernandes*

Segundo Karl Marx, a relação entre capital, trabalho e alienação, promove a coisificação do mundo. Isso mesmo: coisificação – relações, estratégias, status, riquezas. Tudo medido pelo volume de coisas que o individuo possui. Ter um carro do último modelo, roupas das melhores marcas, estudar nas melhores escolas. É a estrutura baseada em poderes na qual vivemos hoje, guiada por um senso comum da sociedade.
A coisificação do homem é culpa do sistema capitalista em que vivemos. Isso porque o capitalismo, por mais necessário e benéfico que possa ser para setores da economia e do desenvolvimento, estimula a ganância, a busca por diferenciação e o consumismo. De acordo com pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), o consumidor brasileiro tende a se preocupar com a imagem que transmite as pessoas do seu convívio como parentes, amigos e colegas de trabalho. Dados do estudo mostram que 43% dos entrevistados gostam de comprar produtos no lançamento para exibir para as pessoas.
Parece que nós seres humanos ficamos tendenciosamente voláteis, de acordo com cada novidade mercadológica, tecnologia inovadora ou novo modelo de carro lançado, por exemplo. Acabamos nos esquecendo de tudo o que ficou para trás, de forma extremamente rápida. A cada dia nossas metas aumentam, nossos objetivos mudam, nossos sonhos sempre vão ficando maiores, tudo por culpa dela, a coisificação. Segundo o mesmo estudo do SPC Brasil, 59% dos entrevistados admitiram ter se endividado por comprar algum produto que não precisavam.
Acontece que o universo não processa nem elimina tudo o que descartamos de uma forma tão rápida quanto a nossa volúpia de comprar sempre mais e mais. O resultado disso é que cada vez estamos mais apertados. Seja no trânsito, dentro de casa, ou qualquer momento do dia a dia, pois somos bombardeados diariamente com novidades sociais, tecnológicas e mercadológicas. A televisão que temos hoje logo deixa de ser a melhor, pois a cada três meses um modelo inovador é lançado e começamos a achar a nossa uma porcaria. Isso é normal do capitalismo.
Mas será que não passou da hora de pensarmos nisso tudo com mais ética e coerência? Afinal, a pobreza continua aumentando e a riqueza tambem, não necessariamente na mesma proporção. Não seria o momento de reavaliarmos todo esse processo, em um momento onde vemos tanta corrupção, falcatruas, descaso com o dinheiro público, dissociação dos relacionamentos humanos, falta de comprometimento com prazos e com a execução de serviços?
Então que tal pensarmos duas, três vezes antes de trocar de carro? Que tal sermos mais conscientes antes de trocar nossos eletrodomésticos? Fazermos uma compra realmente por necessidade ou por substituição de algo quebrado? Ser mais humano e ligar para aquele amigo que faz um tempão que você não conversa, antes de dar uma cutucada ou indireta nas redes sociais? Dados de uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) revelaram que quase metade dos entrevistados (47%) admitiram que, por impulso, já compraram produtos que nem chegaram a usar.
É fato que o capitalismo move sim o mundo, e que a coisificação cresce cada dia mais. Já que não podemos mudar isso, deveríamos tentar, pelo menos, diminuir nossa responsabilidade, tratando de forma igualitária nossos parentes, amigos, pares, funcionários e prestadores de serviço. Mostrando a cada um deles o seu valor e mantendo uma relação humana ou comercial saudável.
O próprio Marx diz que a transformação social só se dá mediante a consciência da classe ou a revolta dela. Vamos conscientizar, é melhor né?

*Gustavo Ernandes é CEO da Settiges DPP (www.settiges.com.br)

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