Ontem a noite, participando da audiência pública, promovida pela Câmara de Itacoatiara, com vistas a promover o "lançamento da campanha de reconhecimento da fundação de Itacoatiara em 1680", conforme defende o historiador Francisco Gomes, cuja propositura partiu do vereador Francisco Rosquilde. Como fui convidado e recebi várias abordagens e telefones de pessoas me instigando a comparecer, visto que tenho algumas objeções acerca do tema "fundação". Compareci e apresentei minha defesa e termos, No qual deixe patente que nada pode mudar a Lei 283 de 25 de abril de 1874, que elevou a então Vila de Serpa a categoria de cidade de Itacoatiara. Por isso se comemora o aniversário da cidade nesse dia. Neste ano comemoramos 145 anos. Porém, houveram outros eventos, fora a elevação do termo de cidade! Houve a instalação da Vila de Serpa, que data de 1758. Além de instalações de várias missões religiosas, como a de Abacaxis, que antecedeu a instalação da Vila de Serpa, que era localizada atualmente na região de Nova Olinda do Norte, entre outras. Como era comum esse processo de instalação de Missões ao logo de toda calha dos rios da Amazônia no período colonial. No final, Gomes apresentou sua defesa em quase 4 horas de fala, apresentando fatos e atos de nossa história, apoiado em sua pesquisa de longa data e na sua formação jurídica, onde usou a tribuna da câmara com maestria, como se tivesse tentando convencer os jurados a absolverem seu cliente, que no caso é a fundação em 1680. Emocionou a platéia, menos eu, que vejo essa questão de outra maneira e sigo a moderna visão critica da história, onde a história não é monopólio de ninguém, não tem dono e onde não existe verdade absoluta, até que se prove o contrário! Além disso, mais uma vez, não apresentou documentação oficial sobre o objeto em questão, dispôs de uma planilha cronológica de datas em um datashow, onde sustentou sua tese. E eu fiquei lá educadamente, assistindo até o fim e recebendo cutucadas durante sua exposição. Más com serenidade e sem problema, respeito ele e sua grande contribuição a história de nossa cidade. Até porque nesse caso, é só um item que discordo de todo o seu levantamento histórico, é essa questão da "fundação". E ele tem todo o direito de defender a construção do processo histórico sobre sua visão e conceitos que lhes são próprios. Assim como eu tenho o meu! E para dar fim a essa celeuma, indiquei a Câmara de Itacoatiara. que expedisse ofício ao Departamento de História da Universidade Federal do Amazonas, que tem um grupo celeto de doutores especialistas em história da Amazônia no período imperial, para que avaliem e emitam parecer técnico e definitivo, sobre essa questão da tal "fundação" da cidade, o que foi acatado pelo presidente do Poder Legislativo. E como arbitro irrefutável, a UFAM como um dos mais importantes institutos de pesquisa e detentores de uma vasta documentação histórica da Amazônia, vai dar um cheque mate dessa questão, e colocar um ponto final definitivo, nos fundamentos da bela história de Itacoatiara. Onde nesse contexto, penso que não haverá vencido, nem vencedor, o grande ganhador será a história e a comunidade itacoatiarense!
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