Quando um gesto de humanidade supera a tecnologia e o descaso da queles que se dizem autoridades - O caso do fatal acidente ocorrido na Indonésia com a brasileira Juliana que foi resgatada velo alpinista Agam.

 


Agam, que é alpinista e guia na Indonésia, foi quem alcançou o corpo de Juliana e passou madrugada com ela antes que içamento pudesse ser feito.

Voluntário no resgate da brasileira Juliana Marins na trilha do Monte Rinjani, se arriscou por vontade própria e sem ganhar nada em troca, pagou a sua viagem do próprio bolso e pediu desculpas por não ter conseguido trazer a Juliana de volta e que fez o melhor que ele podia.
Durante a entrevista, Agam contou como foi a madrugada que passou no desfiladeiro aguardando amanhecer para que o corpo dela pudesse ser içado. Entre o içamento e a chegada do corpo no hospital, foram 15 horas de trabalho.
"Passamos a noite à beira de um penhasco de 590 metros com Juliana, usando âncoras para não descer mais 300 metros", afirmou. "Estava muito, muito frio."
Agam alcançou o ponto onde o corpo estava quando o dia já tinha escurecido. Então, ele passou a madrugada segurando a vítima no local para que o corpo dela não escorregasse mais. No início, ao se voluntariar para o resgate, Agam declarou que só sairia do local quando a jovem também saísse.



Em um mundo onde tantos têm tanto — dinheiro, tecnologia, poder e pressa —,
foi um homem simples, de pés firmes e alma entregue ao outro, quem fez o que poucos fariam:
descer até onde ninguém ousava.
Com recursos próprios,
vestido de coragem e compaixão,
Agam foi ao encontro da nossa menina.
Adentrou o desfiladeiro profundo, onde Juliana estava caída — e ali ficou.
Passou a noite ao lado de seu corpo,
não apenas para garantir a segurança da operação,
mas para que ela não estivesse mais sozinha.
Como quem diz, em silêncio:
"Você importa. Eu estou aqui."
Na manhã seguinte,
com o céu finalmente claro,
ajudou a preparar seu retorno:
com respeito, honra e dignidade.
Agam não a carregou no colo,
mas a sustentou com sua humanidade.
Com aquilo que o mundo precisa redescobrir: o amor ao próximo —
mesmo quando o próximo é um desconhecido.
E assim, no alto do Monte Rinjani,
foi um homem simples quem nos lembrou
que a grandeza não está na fama,
mas em gestos que tocam para sempre.



Fonte:
Isabeli Mateus...

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Manaus de antigamente, o charme e a beleza de cidade integrada ao meio ambiente!

 

Manaus antiga honrava o nome de capital do Amazonas. O verde predominava o panorama citadino, a organização urbana, a limpeza e o serviço de manutenção das ruas, fazia parte do caminhar seguro e protegido do sol escaldante dos trópicos dos manauaras. Pelo menos no centro da cidade, praticamente todas, todas as ruas eram arborizadas e cuidadosamente limpas e suas árvores bem podadas em formato de uma cuia de ponta cabeça, valorizando quem sabe, o instrumento de banho mais usado na época, pelas comunidades tradicionais. 

Com o passar do tempo, os proprietários com suas famílias, foram saindo do centro, para ocupar condomínios fechados e absorver a moradia vertical, o que também denota, que com o tempo o centro foi ficando inseguro e desorganizado. E nessa esteira, os novos compradores das casas antigas do centro, com estilo arquitetônico europeu proveniente da bela époque, foram demolindo as casas e construindo lojas, para que seus empreendimentos ficassem mais visíveis e suas placas de propaganda, bem como para dar conta da disputa por um espaço pra estacionamento. 

Assim, foram removendo as árvores paulatinamente. E isso segue até hoje! Sobrando poucas árvores na Av. Eduardo Ribeiro, em torno da praça São Sebastião e o famoso corredor verde da Av. Getúlio Vargas, composto de oitizeiros. Aí como clima mudou, o manauara hoje sofre com o calor extremo. E ao caminhar nas ruas, principalmente do centro, onde se concentra a área lojista da Zona Franca de Manaus, as ruas estão praticamente todas desnudas de verde, são raros os locais de sombra para se abrigar e manter uma temperatura mais amena. 

Os prefeitos e urbanistas do presente, não aprenderam a lição de Eduardo Ribeiro e de outros governantes, que valorizaram o belo e cuidavam do óbvio, que é manter a cidade integrada com o potencial natural de sua região. Manaus não precisa virar Liverpool, precisa ser simplesmente Manaus! Precisa sim é de deixar de ser porto de lenha! Só precisa valorizar sua condição e qualidade de capital da Amazônia, preservando pelo menos o verde absoluto de suas matas, digno de uma cidade cosmopolita e integrada com seu meio ambiente

MACHADO DE ASSIS: O BRUXO DO MORRO, PONTÍFICE DA LITERATURA BRASILEIRA

 

Era no empedrado do Morro do Livramento que brotava, entre a espera humilde e a promessa inquieta, o fulgor de Joaquim Maria Machado de Assis (1839–1908). Filho de um pintor pardo, neto de escravos alforriados, e de mãe açoriana, cresceu num Brasil ainda sob o signo do Império — onde, paradoxalmente, empobrecer era também educar à luta pela cultura e pela dignidade.
Este homem que, no churrasco dos jornais cariocas, denunciará os maneirismos e o cerimonial isento do poder, foi, segundo Antonio Candido, “muito mais nacional do que universal e muito mais universal do que nacional” — o ápice da emancipação literária frente às influências portuguesas e europeias.
Não frequentou Universidade — aprendeu grego, latim, francês, alemão e inglês sozinho; leu nas entrelinhas de Aristóteles e Swift, moldando um estilo nestórico, psicoanalítico e irônico. A erudição de Machado não exibia pompa, e sim refinamento: estilo preciso, prosa contida, até impressionista — tal qual apontou José Veríssimo — e uma oposição firme ao naturalismo pedestre que dominava o setting literário.
Machado não foi revolucionário. Defendia o império como sistema de equilíbrio e civilidade, e venera D. Pedro II — “um homem simples no trono”… que tiraria a fotografia apenas por ordem — mas resistiria bravamente caso tentassem removê-la de seu gabinete ao tempo da República.
Sua obra mescla romântico e causticidade, desde Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), onde inova a narrativa com humor corrosivo e metalinguagem; passando por Quincas Borba (1891) — o Humanitismo — até Dom Casmurro (1899), que joga o leitor no labirinto da dúvida moral.
O Brasil que aparece sob sua pena é o Rio de Janeiro do progresso arquitetônico, da abolição tardia (1888) e da República imposta (1889). Machado, testemunha lúcida dos acontecimentos, não os julga, mas os ilumina com ironia aguda.
Sua cor — parda, testemunha prosaica da mestiçagem carioca… alimentou o viés simbólico de um Brasil mestiço, plural, hermético. Em sua obra, a aparente neutralidade racial revela-se labirinto de identidades e classes sociais. Reginald Daniel, estudioso da obra, aponta a ambiguidade racial que ele simplicava sob sua ironia.
Fundador da nossa casa das Letras, o gênio literário estabeleceu padrões como propósito: “passai aos sucessores o pensamento e a vontade iniciais…”, jurando guiar a literatura com vocação nacional e universal ao mesmo tempo.
Machado é monumento da monarquia intelectual: nasceu no Império, cresceu sem privilégios brancos, forjou-se por autossuficiência e, ironicamente, não abandonou o regime que o viu ascendendo. E sua literatura… sátira calculada, silêncio critico, reflexo da alma humana — marca-nos como exímio levantamento ideológico das tensões entre escravidão, elite, cor e moral no século XIX.
Na monarquia, seu valor foi cultivar cultura; na república, sua obra serviu de ponte entre a tradição e a passagem às modernidades. É, como dizia Harold Bloom citado por críticos norte-americanos, o maior escritor negro — ou pardo — de TODOS os tempos.

Carlos Egert
Presidente-Geral do Diretório Monárquico do Brasil.

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