A aninga (Montrichardia linifera) é uma planta herbácea macrófita aquática da família das aráceas que tem cerca de 4 m.
Etimologia
"Aninga" é oriundo do
tupi a'ninga1 .
Descrição

A aninga é uma planta pioneira na formação de ilhas aluviais dos rios
amazônicos e no estreitamento de canais dos furos do arquipélago do
Marajó, formando grandes populações. Está distribuída na
América do Sul tropical e nos seguintes estados
brasileiros:
Acre,
Alagoas,
Amapá,
Amazonas,
Bahia,
Espírito Santo,
Pará,
Rio de Janeiro,
Rondônia,
Roraima,
São Paulo, principalmente às margens dos rios e
igarapés amazônicos. É uma macrófita aquática, planta herbácea que cresce na água, em solos cobertos por água ou em solos saturados com água.
Esta planta tem a capacidade de absorver grandes quantidades de
minerais presentes no solo, o que foi evidenciado pelos elevados níveis
dos macronutrientes
cálcio (Ca) e
magnésio (Mg). Além desses, as concentrações de
manganês (Mn) obtidas também foram consideradas tóxicas, ultrapassando significativamente o limite máximo tolerável para
búfalos e gado.
A planta contém substâncias biologicamente ativas que justificam o
uso tradicional empregado empiricamente pelo caboclo amazônico,
denotando que a espécie tem um importante potencial fitoterápico que
merece ser investigado em estudos químicos, farmacológicos e
toxicológicos.
A atividade antiplasmódica relativa à ação contra o
parasita causador da malária também foi investigada. Nesse caso, alguns
extratos da folha da aninga inibiram em mais de 80% o crescimento do
parasita, apresentando alto potencial
antimalárico.
Já na folha e no fruto foram realizados estudos de teores de umidade,
lipídios,
proteínas, resíduo mineral fixo (cinzas), nível de
carboidratos e valor
calórico,
e os resultados mostraram que tanto a folha como o fruto têm baixo
valor protéico. Nesse contexto, vale ressaltar que a fruta da aninga é
uma
infrutescência,
já que, apesar da aparência externa coesa, ela é formada por um
conjunto compacto de frutos, onde cada um encontra-se aderido ao outro,
de forma que o conjunto se assemelha a um grande fruto. Essa
infrutescência apresentou baixo valor nutricional tanto para os peixes
quanto para os quelônios e também aos grandes herbívoros como o boi e o
búfalo, principalmente pelo seu pobre teor de proteína.
Usos
É muito utilizada pelos ribeirinhos como cicatrizante, mas pouco se
conhece ainda sobre as propriedades químicas, terapêuticas e as
atividades biológicas desta planta.
Além de seu uso como
cicatrizante de cortes profundos, a seiva da aninga também é usada contra picadas de
cobra e ferrada de
arraia,
entre outras aplicações etnomedicinais. Dentre essas aplicações, também
é comum a utilização das folhas amarelas da aninga na forma de chá para
o tratamento de doenças do
fígado, além dos relatos de ribeirinhos de que as folhas e o fruto dessa planta fazem parte da dieta alimentar de
peixes,
tartarugas,
peixes-boi,
capivaras,
bois e
búfalos.
Mesmo assim, os próprios ribeirinhos também a classificam como uma
planta venenosa, já que a sua seiva é urticante e causa queimaduras na
pele e, em contato com os olhos, pode causar a
cegueira.
O Jauari, a Prainha, a Colônia e a Poranga estão em cima da riqueza e não sabem! (Frank Chaves)
Referências
- FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.124
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Aninga-a%C3%A7u