Casa de taipa você
Com o progresso se acabou
Igualmente ao engenho de pau
Que a anos o tempo levou
Ficou no meu coração
Somente a recordação
De um tempo bom que passou
Amargurado eu estou
Lembrando a sua estrutura
Casa de taipa você
Tinha muita mais doçura
Suas paredes de paus
Suas camas de jiraus
Era muito mais segura
Evoluiu a cultura
Você ficou no passado
Seu sótão feito de pau
Eu ainda estou lembrado
Sua madeira roliça
Trazia-nos uma premissa
De um fim desse passado
Um grande alpendre de lado
Deixava-lhe mais escura
Com o seu piso de barro
Com bastante espessura
O silêncio ali reinava
E o povo que ali morava
Tinha muita mais ternura
Sem desviar da cultura
Buscando uma harmonia
A casa de taipa era
Uma casa bem mais fria
Tinha ageróis definidos
Com muitos cipós tecidos
Pra lhe dar mais garantia
Diferente de hoje em dia
Que a estrutura é cimento
Com o ferro e argamassa
O homem faz seu invento
Busca a sua evolução
Desprezando a tradição
Dando-lhe mais sofrimento
Por tudo isso eu lamento
O fim de sua existência
Sem reclamar do presente
A ele eu peço clemência
Deixe-me viver o passado
Que hoje eu estou mergulhado
No mundo de violência
Busca a sua permanência
Que o tempo veio e levou
Casa de taipa você
Muita saudade deixou
Igualmente ao engenho de pau
Que diminuiu um grau
De um passado que ficou
Dividido ainda estou
Entre o presente e o passado
Mesmo tendo regalias
Que o presente tem me dado
Olhando pra trás eu vejo
Que você é o desejo
Desse homem angustiado
Autor: Davi Calisto
fonte: http://sertaoepoesia.blogspot.com.br/2012/08/casa-de-taipo.html
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