quinta-feira, 1 de maio de 2025

Clarice Lispector, a mais brasileira das ucranianas!

 

Nasci com o nome de Chaya Pinkhasivna Lispector, mas foi como Clarice que encontrei minha voz. Não foi na terra onde nasci, a Ucrânia, que dei meus primeiros passos — fui carregada no colo ainda bebê para o Brasil, meu verdadeiro lar. Aliás, nunca me senti ucraniana. Era o Brasil que pulsava em mim, era o Recife que moldava minha infância, o Rio que me reinventava mulher.
Perdi minha mãe cedo demais. Perdi meu lar cedo demais. Mas ganhei uma inquietação que me acompanharia para sempre: o desejo de entender o que ninguém vê. Não o que está diante dos olhos, mas o que sussurra por trás dos gestos mais simples, das pausas no meio de uma frase, da solidão de uma mulher diante do espelho. Cresci carregando perguntas que ninguém conseguia responder — então aprendi a escrevê-las. Escrevi para existir. Para entender. Para sobreviver.
Estudei Direito, mas nunca fui advogada. Fui das entrelinhas. Da palavra que escapa. Da alma que tropeça em si mesma e, ainda assim, insiste em continuar.
Aos 24 anos, publiquei Perto do Coração Selvagem — um livro que nasceu do meu caos interior. Diziam que era estranho. Diferente. Talvez eu também fosse. Mas era verdade. E toda verdade, por mais silenciosa, grita.
Casei-me, viajei o mundo como esposa de diplomata. Fui à Itália, Suíça, Estados Unidos. Mas minha verdadeira viagem sempre foi para dentro. Lá onde ninguém entra. Onde só eu e Deus ousamos pisar.
Escrevi como quem sangra — porque viver doía. Porque pensar demais doía. Porque amar, em mim, era um bicho solto. E, ainda assim, escrevi. Sempre escrevi.
Minhas palavras eram meu corpo. Meus livros eram espelhos. Em cada um deles, deixei uma parte de mim. Um segredo, um abismo, um sussurro.
Morri em 1977, um dia antes de completar 57 anos. Mas continuo viva nas mulheres que sentem demais. Nas leitoras que leem em silêncio e choram sem saber por quê. Vivo em cada alma que um dia ousou se perguntar: “Quem sou eu, quando ninguém está olhando?”.
"Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome."
"Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa, ou forte como uma ventania. Depende de quando e como você me vê passar."
"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece. Só assim será surpreendido pela vida."
"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada… Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro."
- Clarice Lispector

"CHARAPA", TERMO,QUE É O NOME DE UM QUELÔNIO,VIROU SÍMBOLO DA IDENTIDADE DOS AMAZÔNIDAS PERUANOS.

Na ilustração se tem a tartaruga da Amazônia em seu habitat, tendo ao fundo a bandeira do Peru. 
by: Iquitos No Revelado. 28.042025

Para quem não sabe a tartaruga da Amazônia é conhecida na parte amazônica do Peru como "charapa" e o nome acabou também se tornando uma comparação, pois por essa denominação os peruanos de outras regiões do país e até os estrangeiros passaram a ser referir aos habitantes da Amazônia peruana, referindo-se à tartaruga nativa da região, símbolo da selva e da vida dos ribeirinhos locais.

Durante séculos,os ribeirinhos peruanos conviveram tão estreitamente com esta tartaruga (caçando-a, protegendo-a e compartilhando com ela o ambiente natural) que, como se mencionou, os peruanos dos andes, da capital e da serra, passaram a chamar de "charapa" aos habitantes da parte Amazônica de seu país, destacando a ligação íntima do quelônio com a floresta.
Porém, para alguns, por muito tempo o termo "charapa" passou a ser visto como uma gozação e preconceito contra os amazônidas do Peru. Mas hoje, muitos o resignificaram e passaram a adotar o termo.

E os amazônidas peruanos afirmam que o termo charapa não é mais sinônimo de zoação, e sim motivo de orgulho para eles, de pertencer a uma terra cobiçada, de rios infinitos, rica em flora e fauna, de histórias profundas, de um povo resistente de uma rica culinária e cultura, ou seja, como eles costumam concluir, é ser resiliente como a selva, forte como o rio e generoso como a terra.
Quando um amazônida do Peru diz "sou charapa" está também querendo dizer com orgulho que ele é parte viva da Amazônia.

Ser charapa, não é mais um apelido: é motivo de orgulho. É pertencer a uma terra de rios infinitos, céus abertos, histórias profundas. É ser resiliente como a selva, forte como o rio, generoso como a terra.

Toda vez que dizemos "sou charapa", também dizemos: sou parte viva da Amazônia


fonte:

domingo, 20 de abril de 2025

Advogados nunca devem fazer uma pergunta a uma avó, se não estiverem preparados para a resposta.

 

Durante um julgamento em uma pequena cidade, o advogado acusador chamou sua primeira testemunha, uma mulher idosa, para o stand.

O advogado se aproxima e, para verificar seu estado mental, ele pergunta:
- Sra. Antônia, sabe quem eu sou?

Ela, com a calma que os anos dão, respondeu:
- Sim, Dr. Vargas. Eu o conheço desde criança e francamente, lhe digo que você acabou sendo uma grande decepção para os seus pais . Você sempre mente, acha que sabe tudo, é arrogante, abusivo, trai sua esposa e, pior de tudo, manipula as pessoas. Sim senhor, eu o conheço muito bem...

Um silêncio invadiu a sala... O advogado ficou perplexo sem saber exatamente o que fazer. Reagindo depois de um momento, ele apontou para a sala e perguntou à mesma:

- A Sra. conhece o advogado de defesa?

- Claro que conheço! Dr. Carvalho!? A mãe dele, que ficou viúva recentemente, também não se orgulhava dele;. Aliás, se parece muito com você. Pois além de ser trapaceiro e corrupto, tem problemas com bebida. Ele trai a esposa com três mulheres, uma das quais é sua esposa. Sim senhor, eu conheço o Dr. Carvalho...

O advogado de defesa, quase caiu pra trás.

Então, o juiz chamou os dois advogados até a banca e diz:
- Se algum de vocês, perguntarem pra esta velha se ela me conhece, eu mando prender os dois!!


Luís Fernando Veríssimo

quarta-feira, 16 de abril de 2025

Você sabe por que algumas casas têm janelas com grade curvada pra fora?

 

Não é só charme, não!

Esse modelo é chamado de “barriga de janela” ou “grade francesa”, e tem uma função muito prática:
Permite que o morador coloque vasos de plantas, objetos decorativos ou até roupas pequenas para secar, sem perder segurança.
Além disso, a curvatura ajuda na entrada de luz natural e ventilação, sem bloquear a janela com objetos.
Funcional, bonito e inteligente. Arquitetura com propósito!


#JRConstrução

"Quem civilizou quem?

 


A narrativa dominante nos diz que os espanhóis trouxeram cultura, progresso e civilização para a América. No entanto, basta olhar mais atentamente para entender que as civilizações indígenas não eram apenas avançadas, mas superavam os europeus em vários aspectos.

O que os indígenas já dominavam:

Higiene: Os astecas tomavam banho duas vezes por dia quando na Europa o padrão era uma vez por semana. Quem precisava de aulas de limpeza?

Medicina: A ervanária asteca era a mais avançada do mundo. Eles tinham escolas especializadas em medicina, com disciplinas como cirurgia, hematologia e medicina interna. Eles usavam supositórios, pomadas e ventosas, enquanto a Europa ainda recorria a práticas como a sangria.

Arquitetura e engenharia: De Teotihuacan a Tenochtitlán, suas estruturas não só resistem ao passar do tempo, mas são maravilhas de urbanismo e design. Chinampas, um sistema de cultivo em ilhas artificiais, continuam a ser um exemplo único de sustentabilidade agrícola.

Astronomia e Matemática: Os Maias calcularam o número "zero" e criaram um calendário mais preciso que o europeu. Seu conhecimento astronômico não estava apenas adiantado, mas era fundamental para sua vida diária.

Arte e literatura: Criaram códices em papel elaborados com casca de árvore muito antes dos europeus trazerem a impressão. Seus trabalhos em penas, metais, cerâmica e madeira surpreenderam os conquistadores.

Música e poesia: Os indígenas celebravam a natureza, o amor e a amizade por meio de cânticos e poemas, demonstrando uma conexão profunda com seu ambiente.

Economia e comércio: Astecas e Incas desenvolveram sistemas comerciais extensos, chegando à Nicarágua, enquanto na Europa faltava drenagem básica.

Reflexão:

A verdadeira história revela que a América não era um território selvagem nem incivilizado. Era um continente cheio de conhecimento, criatividade e avanços únicos que a Europa ainda desconhecia. A conquista destruiu muito, mas não pode apagar as pegadas de grandeza que as culturas indígenas deixaram para trás."



Texto : Curiosidades Infinitas

Foto: Homem Apache.

sexta-feira, 11 de abril de 2025

A 1ª Maquete da cidade de Itacoatiara e como era o trabalho dos engenheiros e desenhistas de plantas e mapas, antes do Auto CAD.

Fiz esse trabalho assim na década de 90, 100% manual, pois a tecnologia do computador e do AutoCAD e da impressora elétrica digital, ainda não haviam chegado na cidade e tive que deitar meu corpo sobre as pranchas de madeira, para executar o desenho manualmente, ampliando a planta da cidade em escala de grande proporção, bem como, as demais fases do projeto. Que se tratava da maquete da cidade de Itacoatiara-AM. 

Primeiro fiz o desenho da planta da cidade de Itacoatiara-AM, sobre duas laminas de compensado medindo 2200 x 1600 cada uma, depois de terminado o desenho com lápis sobre as laminas, construí miniaturas de casinhas, postes, arvores e adicionei alguns carrinhos em miniatura e montei a maquete da cidade sobre a planta. Utilizando isopor, papelão, tinta, pinceis, cola, arame e etc. Deu um trabalhão, mais ficou lindo! Foi a primeira vez que foi feita a maquete da cidade de Itacoatiara em escala grande. Finalizado o projeto com duas placas de compensado unidas no tamanho 4400 x 3200. 

O motivo da criação da obra, partiu da exigência da Feira cientifica e cultural de Itacoatiara da década de 90, em que todas as escolas do município, teriam que apresentar um projeto criativo cultural. E os 03 primeiros classificados, seriam premiados! Naquele tempo, havia uma disputa acirrada entre as escolas Vital de Mendonça (do bairro da Colônia) e o Colégio N. Sra. do Rosário (Colejão do centro, dirigido pelo saudoso Mario Nunes do Carmo, conhecido como Mario Tatá). 

P Professor Mário, me chamou para fazer a proposta de um projeto e executa-lo e me deu um cachê pela execução do mesmo. E assim foi feito, então eu sugeri a confecção de uma maquete da cidade, com projeção portuária para o futuro, contendo uma Zona de Processamento de Exportação, para gerar emprego, renda e desenvolvimento para o município. E como já estava o prazo se encerrando, fiz o trabalho em menos de 15 dias, na biblioteca da escola, que ficava no segundo pavimento da edificação. 

E assim, todos os projetos foram apresentados pelas demais escolas da rede estadual de ensino participantes da Feira Científica e Cultural, que foi instalada no canteiro central da Avenida Parque. E no dia da abertura oficial da feira, foi o trabalho que mais atraiu público, pela notável visão espacial em 3D que o trabalho apresentava! 

Ao observa-lo, dava a impressão, que estava se vendo a cidade de cima do alto, em um avião! E no final da avaliação dos trabalhos, a maquete da cidade de Itacoatiara, ganhou o título máximo da banca de jurados, ganhando o 1º lugar. Para alegria extasiante do Profº Mario, dos alunos da escola e para minha alegria também, por ter idealizada e executado o projeto para a escola.


Mapeadores na década de 1950. Antes do lançamento do AutoCAD em 1982, o processo de criação de desenhos de engenharia era totalmente manual. Engenheiros e desenhistas dependiam de uma variedade de ferramentas, como lápis de diferentes graus, borrachas, esquadros T e esquadros, para elaborar cuidadosamente seus projetos. Cada linha tinha que ser desenhada com precisão, e qualquer erro poderia exigir começar o desenho do zero, o que tornava o processo demorado e muitas vezes frustrante.

fontes:
historiador Frank Chaves

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