“Os Sertões” recende a terra e sangue, é agreste e espantoso como o próprio sertão que retrata e que tantos brasileiros seguem desconhecendo. Euclides era republicano convicto e abolicionista ferrenho. Acreditava numa literatura e numa vida engajada e combativa em prol de um país melhor.
No dia 13 de dezembro de 1904, o escritor Euclides da Cunha, recém-nomeado chefe da Comissão do Alto Purus, embarcou no vapor “Alagoas” rumando do Rio de Janeiro para Manaus. Quem o provera com aquele posto fora o Barão de Rio Branco, ministro das relações exteriores do Brasil, visto as altas qualidades do indicado. A expectativa do Barão e do próprio Euclides, além de fixar a fronteira com o Peru, era de que o escritor produzisse uma nova obra-prima, desta vez não desta vez não sobre o sertão da Bahia, mas sobre a floresta amazônica.
Segundo Euclides, o Estado também deveria zelar, com urgência, pelo bem estar e pela dignidade dos trabalhadores amazônicos, seringueiros em grande parte. O autor propõe a criação de leis trabalhistas, de um Judiciário que os protegesse do abuso dos seus chefes, e de uma reforma agrária que democratizasse o acesso à terra, fixasse nela as populações e favorecesse um maior povoamento. Ele desenha, assim, um conjunto abrangente de políticas para dignificar as relações sociais na Amazônia e abolir a exploração e a servidão predominantes.
Para saber mais sobre a vida, obra e morte desse grande gênio tão verdadeiramente brasileiro, assista ao episódio “A DUPLA TRAGÉDIA DE EUCLIDES DA CUNHA”, no canal Buenas Ideias. Essa é a dica de hoje.
E lembre-se: quem lava a honra com sangue, acaba sujando a roupa.
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