Quem decidiu a ordem das letras do alfabeto?
Os fenícios, mas não se sabe muito bem por quê. Provavelmente, as letras foram colocadas em seqüência aleatoriamente. O que se sabe é que o povo que habitou a região onde atualmente fica o Líbano, entre os anos 1400 e 1000 a.C., criou uma série de símbolos muito parecidos com os que usamos hoje, inspirados na escrita egípcia, cujas letras (ou ícones) representavam uma idéia. A grande inovação dos fenícios foi fazer cada símbolo equivaler a um som, relacionando o formato do símbolo a um objeto, um lugar ou um animal ao qual se expressavam usando determinado som (ou grunhido).
Veja, por exemplo, como surgiu a letra A. A base para a criação dela foi o hieróglifo egípcio que representava “boi”, cujo formato lembrava a cabeça do animal. Os fenícios criaram um ícone bem parecido para representar o som da primeira sílaba de aleph (“boi”, em fenício). Portanto, sempre que aparecia esse som em uma palavra, o tal ícone era usado.
Assim surgiu o alfabeto fenício, que serviu como base para a maioria dos alfabetos atuais, inclusive o nosso. Como? O fenício inspirou o grego, que por sua vez inspirou o etrusco, que, enfim, originou o romano (ou latino), que é esse que você está lendo. A ordem das letras não mudou, mas novos símbolos surgiram, mesmo depois da criação do alfabeto romano – que nasceu há cerca de 2 700 anos. A princípio, os romanos tinham 21 letras. O U cumpria a função de V, W e U mesmo, enquanto o I fazia a função de I e de J. E assim foi o nosso alfabeto até o século 16, quando o lógico francês Pierre Ramée criou as novas letras.
A letra "a" (ou suas equivalentes) é a primeira letra em quase todos os alfabetos do mundo, com exceção do mongol, tibetano, etíope e outros menos conhecidos. Representa, entre os povos antigos, um grande poder místico e características mágicas, associadas ao número um.
Foi a forma da cabeça do Boi que gerou a escrita do "aleph" no hebraico, do "alpha" no grego, do "a" no latim.
A escrita do Egito antigo, o hieróglifo, é um sistema ideográfico, isto é, que representa idéias por meio de sinais que reproduzem objetos concretos. Usava o desenho de um par de chifres bovinos para designar a parte anterior ou o cume de qualquer coisa. O princípio do ano, ou o Ano Novo, era também representado por um par de chifres bovinos tendo um ramo nascendo entre eles.
A representação hieroglífica do Touro (ka, áh) e de sua cabeça (àh) mantinha uma relação com o símbolo do falus (ka, bah, met, tai), que significa pênis, o touro, aquilo que é masculino, marido, entre outros significados.
Nos períodos pré-dinástico e arcaico do Vale do Nilo, os bois participavam dos primeiros arados, sob a intervenção humana, nos primórdios da agricultura. Nesse tempo era costume decorar altares e templos com crânios de touros sacrificados, também o verbo "amar" (MER) era representado pela figura de um arado na forma de um "A" inclinado e "arar" por um homem utilizando esse instrumento.
E ainda, numa época anterior, no Crescente Fértil, o instrumento primitivo usado para ceifar tinha a forma de uma mandíbula de touro.
O ato de cultivar a terra, o ato de fazer amor, foram associados entre si e ao boi.
Fontes:
https://super.abril.com.br/mundo-estranho/quem-decidiu-a-ordem-das-letras-do-alfabeto/
1) "Mysteries of the Alphabet", Marc Alain- Quaknin.
2) "A Farra do Boi", do sacrifício do touro na antiguidade à farra do boi catarinense- Grupo de Estudos C. G. Jung, Coordenação Dra Nise da Silveira; Numen Editora/Espaço Cultural/1989.
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