sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Aeroporto de Itacoatiara, será um dos aeródromos do estado contemplado com verbas federais para ser modernizado

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O Amazonas receberá um aporte estimado em R$ 838 milhões da Secretaria de Aviação Civil (SAC) para investir na construção de cinco novos aeroportos e em reforma de outros 20, todos situados no interior do Estado.
A medida integra o Programa de Desenvolvimento da Aviação Regional, apontado como prioridade do governo federal para o setor.
Por meio da assessoria de imprensa, a SAC informou que a expectativa é que as primeiras licitações sejam lançadas a partir do segundo semestre deste ano.
“Os aeroportos que serão construídos do zero levarão, em média, até 30 meses para ficarem prontos, a partir da apresentação do projeto. Já para a reforma, a estimativa é de 8 a 18 meses”, destacou.
Amaturá, Codajás, Jutaí, Maraã e Uarini serão os municípios onde os novos aeroportos vão ser construídos.
São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro, Barcelos, Fonte Boa, São Paulo de Olivença, Tabatinga, Tefé, Coari, Carauari, Eirunepé, Pauini, Boca do Acre, Lábrea, Humaitá, Manicoré, Borba, Nova Olinda do Norte, Maués, Itacoatiara e Parintins, receberão reforma e ampliação em seus aeroportos.
Além do Amazonas, os Estado do Acre, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e Mato Grosso também serão beneficiados com a medida. Ao todo vão ser investidos pela Secretaria de Aviação Civil R$ 2 bilhões na construção ou reforma de 80 aeroportos regionais destas regiões.
Conforme a SAC, o programa de aviação regional, criado em junho de 2013, pretende deixar 96% da população a pelo menos 100 quilômetros de um aeroporto apto ao recebimento de voos regulares.
Além de interiorizar o desenvolvimento econômico, visto que hoje o Produto Interno Bruto (PIB) da região Norte representa 5,3% do país, ou seja, R$ 53 bilhões.
Dados de uma pesquisa do Fórum Econômico Mundial mostrou que o Brasil lidera o ranking dos países quando o assunto é “atrativo natural” e, segundo a SAC, a Amazônia tem grande influência nesse resultado.
Mas, de acordo com o anuário da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o Norte ainda é a região onde menos se voa no Brasil.
Por sua vez, o secretário-geral da Associação Amazonense dos Municípios (AAM) e prefeito de Juruá, Tabira Ferreira, destacou, por meio da assessoria de imprensa,  que os novos aeródromos representam a redenção dos moradores do interior, onde há municípios em que o único meio de se chegar com alimentos e medicamentos é por via aérea.
“Esperamos que o Governo Federal homologue também esses projetos de novos aeródromos”, frisou.
 
Regras flexíveis
Os aeroportos localizados na Amazônia Legal poderão ter regras mais flexíveis.
A Secretaria de Aviação Civil enviou à Casa Civil, em outubro de 2014, uma proposta de Medida Provisória que permite regulamento específico para a região.
Além disso, paralelamente ao investimento em infraestrutura, o governo federal vai subsidiar gastos das companhias aéreas com enfoque especial para a Amazônia.
Conforme a SAC, a ideia é que as empresas sintam-se confortáveis para operar as rotas regionais e que a população consiga arcar com o valor das passagens, uma vez que, atualmente um voo regional é, em média, 31% mais caro por quilômetro que um voo entre capitais.
“A Lei 14.097, aprovada em janeiro deste ano no Congresso Nacional, prevê os subsídios para a aviação regional com olhar especial voltado para a Amazônia”, afirmou em nota.


Por Silane Souza (Jornal EM TEMPO)

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

FELIZ ANIVERSÁRIO MOYSÉS ISRAEL



Hoje o empresário Moyses Benarros Israel completa 90 anos de vida e de serviços prestados a sociedade amazonense.
 
Personagem de destaque na vida econômica do Amazonas nas últimas sete décadas, Moyses Benarros Israel nasceu em Manaus em 10 de fevereiro de 1924. Filho de Salomão Benarros Israel e de Carlota Benayon Israel, ambos nascidos em Belém (PA), o empresário começou a trabalhar aos 11 anos como office-boy na firma I.B. Sabbá & Cia.Ltda, de propriedade de seu tio Isaac.
 
Aos 18 anos, em 1942, Moyses Israel passou a integrar o Grupo Sabbá, o maior conglomerado de empresas na época em Manaus e que viveu seu apogeu nas décadas de 50 e 60. Exerceu várias funções no grupo, do qual se tornou sócio aos 21 anos. Teve atuação essencial na fundação em 1953 da Companhia de Petróleo da Amazônia (Copam). Graças a sua postura empresarial aliada ao tino para tratar as pessoas com polidez, mesmo nos momentos mais difíceis, permaneceu por 38 anos trabalhando no Grupo Sabbá.
Aluno do Colégio Dom Bosco e Gimnásio Amazonense Pedro II, concluiu seu currículo escolar no Ginásio Paes de Carvalho, na cidade de Belém (PA).No setor comercial, teve também destaque, havendo exercido várias funções e cargos de relevância. Ingressou na Associação Comercial do Amazonas (ACA), onde foi diretor várias vezes. Atua na Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), tendo sido um de seus fundadores, ocupando o cargo de 1º vice-presidente em 1960. Foi, ainda, presidente interino da casa e hoje preside o conselho de Representantes da FIEAM e é membro do Conselho Fiscal do Serviço Social da Indústria. Foi exatamente no Sistema FIEAM em que exerceu vários cargos e teve a oportunidade de demonstrar capacidade de dirigir e de conciliar suas diversas atividades, como no Instituto Euvaldo Lodi (IEAL/AM), no qual foi diretor regional por mais de 12 anos. Hoje é conselheiro da Federação das Industrias do Amazonas e goza de grande prestigio no meio politico, cultural e empresarial do Amazonas.
 
Os principais empreendimentos educacionais de Itacoatiara, tem o seu DNA no lastro de sua história com o município. Reside em Manaus, onde acompanha de perto os negócios da família e o desenvolvimento socioeconômico do Estado do Amazonas.
 
 

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

‘Limpo’. Segundo exame surpresa de Anderson Silva antes da luta contra Diaz dá negativo

Teste antidoping surpresa realizado no dia 19 de janeiro atestou negativo para HGH em amostra de sangue do brasileiro. O resultado do exame pós-luta pelo UFC 183 ainda não foi divulgado
 
Anderson Silva volta a vencer no UFC
Anderson Silva atesta negativo no segundo teste antidoping. (Reprodução)

         
O resultado do segundo exame supresa feito por Anderson Silva foi realizado no mesmo laboratório que atestou positivo no teste do dia 9 de janeiro. O interessante é que a Comissão Atlética de Nevada recebeu o resultado do segundo exame dois dias antes do laudo teste que flagrou o ex-campeão dos pesos médios.
O teste foi realizado no Laboratório de Medicina Esportiva da Universidade de Salt Lake City, credenciado pela Agência Mundial Antidoping (WADA). E foi feito dias antes do combate contra Nick Diaz no UFC 183. Em teste realizado em 19 de janeiro, o exame deu negativo para HGH (Hormônio Humano de Crescimento) em uma amostra de sangue. A informação revelada em primeira mão pelo site MMA Junkie.
Vale reforçar que o resultado do segundo teste não serve como contraprova do primeiro, que deu positivo. A Comissão Atlética de Nevada recebeu esse resultado no dia 2 de fevereiro, ou seja, um dia antes de ter em mãos o teste que apontou positivo para o Spider. Como esse segundo deu negativo, não trouxeram a público naquele momento.
Os resultados do antidoping feito pelo ex-campeão dos médios do UFC em 31 de janeiro, no dia da luta, ainda não foram divulgados. Anderson Silva ainda não fez nenhuma declaração pública sobre o teste em que foi flagrado com as substâncias drostanolona e androsterona em seu sistema.
O lutador será julgado por esse caso pela Comissão no dia 17 de fevereiro. Caso  seja condenado, o Spider pegar um gancho de 9 meses a um ano. A vitória sobre Nick Diaz será transformada em no-contest (sem resultado), além de ter de pagar uma multa.
Anderson Silva está em Las Vegas para as gravações do reality show TUF Brasil 4, onde é técnico ao lado de outro brasileiro, Maurício Shogun. A produção do UFC decidiu mantê-lo no programa até que termine o processo sobre o caso de doping. Caso ele seja considerado culpado, é grande a chance de ele ser substituído do reality de lutas.

ACRITICA.COM

Procon-AM realiza blitz em postos de combustível nesta segunda-feira (9), em Manaus

O órgão, que conta com o apoio do Ipem, deve percorrer 21 locais que apresentaram problemas durante a fiscalização anterior apenas nesta segunda-feira. Outros 29 estabelecimentos devem receber visitas de equipes ao longo desta semana
               
Procon-AM, em parceria com IPEM-AM, realiza blitz em postos de combustíveis nesta segunda-feira (9), em Manaus (Euzivaldo Queiroz)
         
Vinte e um postos de combustíveis que apresentaram algum tipo de problema durante a fiscalização iniciada no dia 2 de janeiro voltaram a ser vistoriados nesta segunda-feira (9).
A ação é promovida pelo Governo do Estado, por meio do Departamento de Proteção Orientação e Defesa do Consumidor (Procon) e Instituto de Pesos e Medidas (Ipem).
 

Entre os itens irregulares estão: lacres violados, vazamento de bombas e medida errada na quantidade dos combustíveis comercializados.
 
Cinco equipes devem fiscalizar dois postos cada somente nesta segunda-feira. Além dos 21 revisitados, outros 29 também serão fiscalizados até esta sexta-feira (13).
 
 
fonte: Jornal acrítica
NATÁLIA CAPLAN
 
 
Comentários em ordem cronológica


Total 3 comentários

Gladiador
09 fev 15, 12:03 pm (há cerca de 7 horas)
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A fiscalização tem que constante, tem que haver uma fiscalização permanente. Tem que obrigar os postos a disponibilizar calibrador de pneus e agua. Este órgão tem que disponibilizar em seu site a relação de todos os postos com todos os preços de combustíveis que são praticados e informar data das ultimas fiscalizações. Esta na hora deste órgão mostrar serviço para a população. Pois equipe tem, sistema tem. Só não pratica uma fiscalização eficiente se não quiser. Não adianta fazer fiscalização MEIA BOCA.

Sabio

09 fev 15, 12:10 pm (há cerca de 7 horas)
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Só migué... quero ver é acabar com a formação de CARTEL escancarada nessa cidade... PROCUREM SE INFORMAR... a Petrobras aumenta 5 a 10 CENTAVOS no preço de entrega para distribuidoras e os donos de postos(CARTEL) colocam O PREÇO QUE QUEREM e o povo ignorante pensa que a vilã é a fornecedora... terra de ninguem... ô brasilzinho!!!!

FSR

09 fev 15, 12:30 pm (há cerca de 7 horas)
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Tem que fiscalizar os banhos nas rodovias 174 e 070, estão cobrando 5 contos em uma latinha de coca cola, 80 paus em uma banda de tambaqui que na verdade era um curumim, ficalizem

Comunidade remanescente de Quilombo é reconhecida em Itacoatiara/AM


Hoje os negros da comunidade Sagrado Coração de Jesus do Lago de Serpa têm muito o quê comemorar (Arquivo pessoal)

Viva na cor da pele e na musicalidade de um povo, nas crenças religiosas e na luta pelo direito de ser livre. Assim, a história de uma comunidade quilombola fundada no meio da floresta amazônica, há aproximadamente 150 anos, foi finalmente reconhecida pelo governo brasileiro, e hoje os negros da comunidade Sagrado Coração de Jesus do Lago de Serpa têm muito o quê comemorar.

Localizada a aproximadamente 170 quilômetros de Manaus, em linha reta, e oito quilômetros acima da sede do Município de Itacoatiara, ao redor de um grande lago, essa comunidade formada por descendentes dos últimos escravos africanos chegados no Brasil conseguiu resistir ao tempo, ao preconceito, e fez sobreviver por mais de um século a cultura e as tradições. Hoje formado por 500 pessoas, o antigo quilombo ocupa 2.525.814 hectares de terra.

E foi no último dia 9 de dezembro que a Fundação Cultural Palmares, vinculada ao Ministério da Cultura, concedeu o título de remanescente de quilombolas à população do S. C. J. do Lago de Serpa: vidas que fazem parte da história do Amazonas, que se confundem com a história afro-brasileira, e que carregam até hoje a alma de seus antepassados.

Os registros documentais sobre a origem dessa comunidade eram poucos e foi preciso trabalhar duro para conseguir levantar informações sobre a história dela. Os pesquisadores Claudemilson Nonato Santos de Oliveira e Thyrso Muñoz Araújo foram os responsáveis por produzir um dossiê sobre a S. C. J. do Lago de Serpa e enviar tal documento à Fundação Palmares.

“A escravidão e a cultura africana na Amazônia foram colocadas em um segundo plano por muito tempo justamente pela ideia que a região era composta estritamente pela cultura indígena”, explicou Claudemilson. Os pesquisadores fizeram levantamento bibliográfico, pesquisa de campo, coleta de depoimentos de antigos moradores e filmagem – um trabalho que começou há seis anos.


África
Conforme estudo bibliográfico, a origem ancestral dessa comunidade remonta a metade do século XIX, época final da escravidão no Brasil, por volta do ano de 1855, quando Dom Pedro II havia proibido a chegada de navios negreiros em território nacional – sob pressão da coroa britânica.

Apesar da proibição, muitos contrabandistas ainda furavam o bloqueio e traficavam carga humana negra para o Brasil vindos do continente pelo oceano Atlântico. Conforme os registros, um dos últimos desembarques de negros clandestinos no Brasil ocorreu em 1857, na costa litorânea de Pernambuco, próximo à cidade de Serinhaém.

Após alerta das autoridades britânicas em Angola, o Império brasileiro soube que um navio vindo do rio Zaire, ou rio do Congo, hoje no território do Congo, tinha como destino a costa do Brasil. A Marinha montou guarda e conseguiu apreender um palhabote (veleiro de dois mastros) com 210 negros. Os traficantes, para não serem pegos, abandonaram a carga e pularam em alto-mar.


Amazonas
Confiscados pelo Ministério da Justiça, os 210 africanos ficaram à disposição da coroa – mas por pouco tempo. O maior empresário do Império brasileiro, Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá – dono do Banco Mauá, atual Banco do Brasil – conseguiu junto à Coroa a permissão para trazer 36 daqueles negros para trabalhar, de forma remunerada, em colônias extrativistas no Amazonas.

Irineu, dono da Companhia de Navegação da Amazônia, tinha desde 1854 a concessão pública para explorar as riquezas da Amazônia durante 30 anos. Ele trouxe os 36 negros, mas durante a viagem dois deles morreram. No Amazonas, Irineu tinha duas colônias: uma na orla de Manaus, na atual ponta das Lajes, e outra em Itacoatiara.

A colônia de Manaus, na “Ponta das Lajes”, durou três anos e depois foi à falência. Entretanto, a colônia em Itacoatiara, naquela época chamada de Vila de Serpa, durou até 1860. Lá, em 2 milhões de hectares de terra, os negros trabalhavam em serraria, olaria, carpintaria naval, agricultura, pecuária e lavoura. O local onde a colônia funcionava é hoje em dia o atual bairro da Colônia, na cidade de Itacoatiara.


Refúgio

Após uma grave crise financeira provocar a falência de todas as empresas do grupo Mauá, no Brasil e no exterior – o Banco Mauá tinha filiais em Montevidéu, Nova York, Londres e Paris –, a colônia na Vila de Serpa também faliu e acabou vendida em leilão para duas famílias empresariais: os irmãos judeus Marcos e Moisés Ezagui ficaram com a parte industrial e o empresário português Antônio Pataraz adquiriu a parte da agricultura.

Com a falência, alguns negros continuaram a trabalhar para os novos empresários, outros foram para casas de famílias e comércios, mas a maioria, desempregada, teve dificuldade de viver no ambiente urbano e, por isso, migrou e se isolou em uma região de difícil acesso, um quilombo oito quilômetros acima dali: a atual comunidade S. C. J. da Vila de Serpa.

Naquela época, o lugar era de difícil acesso. A chegada era apenas pelas águas de um estreito igarapé onde não passava barcos grandes, apenas pequenas embarcações – no período da vazante o caminho ficava ainda mais tortuoso. Segundo o pesquisador Claudemilson, a migração do povo negro para aquela nova região é confirmada através de depoimentos recheados de memória oral dos antigos moradores da comunidade.

E no meio da mata, os negros se multiplicaram e formaram uma comunidade livre que sobrevivia e resistia à opressão externa. Além dos negros da colônia (vindos por Pernambuco), moradores antigos afirmaram que a comunidade também é formada por escravos que vieram da África para a Amazônia pelo estado do Maranhão, segundo os pesquisadores.

“Essa diáspora (deslocamento) também ocorreu como forma de se protegerem da violência da escravização e discriminação por parte dos brancos”, disse Claudemilson. Segundo ele, o isolamento era necessário como uma proteção, já que naquela época, anterior à Abolição da Escravidão (1888), o negro era rejeitado por causa da cor da pele.


Comunidade
Após 150 anos, a comunidade S. C. J. do Lago de Serpa “se reconstruiu”. Os moradores herdaram culturas e saberes indígenas e também dos brancos, mas ainda mantém em si as histórias das gerações e gerações de negros. Hoje, eles sobrevivem com trabalho tirado da agricultura familiar, criação de pequenos animais e extrativismo. Costumes do caboclo como culinária, uso de ervas e contato espiritual com a floresta também foram herdados.


Acesso

Atualmente o acesso à comunidade é feito pelo ramal de Serpa, antigo ramal Osório da Fonseca, que fica no km 256 da rodovia estadual AM-010 (Manaus-Itacoatiara). A comunidade não tem acesso a telefone, não possui nenhum hospital e não recebe água tratada ou saneamento básico. O local é abastecido com energia elétrica.EducaçãoA comunidade recebeu recentemente uma unidade escolar de Ensino de Jovens e Adultos (EJA), por meio da Coordenadoria Regional de Educação de Itacoatiara (Crei), da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) em parceria com a Prefeitura de Itacoatiara. Ao todo, 68 descendentes de negros passaram a ler e escrever pela primeira vez, já que devido ao isolamento histórico a comunidade não tinha acesso à educação. “Tem gente com 70 anos que começou a estudar agora. Isso faz parte de uma dívida que está sendo paga”, disse Thyrso.


Reconhecimento

No Amazonas, apenas nove comunidades quilombolas conseguiram a certificação da Fundação Palmares: cinco em Barreirinha (comunidades Santa Teresa do Matupiri, São Pedro, Trindade, Ituaquara e Boa Fé), duas comunidades em Novo Airão (Tambor), uma em Manaus (Barranco, no bairro Praça 14) e agora a de Itacoatiara, conforme o pesquisador Emmanuel de Almeida Farias, da Nova Cartografia Social da Amazônia.


Signatário

A partir de 1960 o Brasil foi signatário da Convenção da Organização Internacional do Trabalho, que promoveu políticas públicas em favor das populações afro-descendentes, indígenas e ciganos. Em 2003, foi sancionada a lei 10.639, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e instituiu a obrigatoriedade do ensino da história e da cultura afro-brasileira nas escolas públicas e particulares.


Crenças e conflitos religiosos



Durante a incursão da igreja Católica na Amazônia, as crenças religiosas de matriz africana foram substituídas por ritos cristãos

Os moradores da comunidade Sagrado Coração de Jesus do Lago de Serpa são, majoritariamente, católicos – poucos são protestantes ou adventistas. Na época do Império, durante o período de incursão da igreja Católica na Amazônia, as crenças religiosas de matriz africana se perderam com o tempo. Também foram recriminados pelo poder público outros costumes e festejos de tradição africana.

Segundo o pesquisador Claudemilson Nonato Santos de Oliveira, no Império muitos escravos adultos foram batizados e convertidos ao catolicismo. Hoje, eles rejeitam, por exemplo, a umbanda, crença originalmente africana.

O próprio nome da comunidade, antes “Lago dos Pretos”, recebeu elementos da igreja (o termo Sagrado Coração de Jesus). “Pelo lado humano, a história deles é mais importante do que eles têm ou perderam com o tempo”, explica o pesquisador Thyrso Muñoz Araújo. Hoje, a maioria dos moradores é devota de Nossa Senhora de Aparecida (santa negra católica). Eles promovem uma procissão fluvial anualmente durante o mês de setembro. Entretanto, essa data não é oficial para a Igreja Católica, que festeja a santa no dia 12 de outubro. “Os negros têm a procissão fluvial em setembro, e dá até mais gente. E o da igreja é a tradicional”, explica Thyrso.

Segundo pesquisador, a igreja quis transformar os dois festejos em um só, em 12 de outubro. “Até hoje existe esse conflito. Eles queriam unificar a festa. É mais uma prova de discriminação da igreja”, lamenta Thyrso. Para ele, a permanência da procissão à santa em setembro representa uma nova resistência do povo negro perante a igreja e ao homem branco.

Ainda conforme Thyrso, muitos moradores rejeitaram, de início, a condição de serem descendentes de africanos e da cultura negra. “Foi preciso conscientizá-los”, contou o pesquisador. Todos os comunitários tiveram que assinar um documento afirmando se reconhecerem como remanescentes de quilombolas.


Especulação imobiliária

Apesar de agora serem oficialmente reconhecidos como remanescentes de quilombolas, os moradores da comunidade S. C. J. do Lago de Serpa não têm o título de propriedade das suas terras. “Existem conflitos desde especulação imobiliária, grileiros, famílias que perdem suas terras e são expulsas”, denuncia Thyrso Muñoz.

 
 
Segundo ele, alguns moradores venderam pedaços de seus territórios a preços irrisórios. “Uma pessoa comprou um terreno de um morador a preço muito baixo: R$ 15 mil. Depois dividiu (loteamento) e revendeu. São terrenos de pessoas carentes”, lamenta. A maioria das casas é de madeira.


Reserva

Para conseguir a propriedade das terras, os moradores deverão enfrentar uma nova batalha: transformar os 2 milhões de hectares em reserva quilombola, concessão feita pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o que demora entre cinco a dez anos, segundo os pesquisadores.

A comunidade existe dentro de uma Área de Preservação Permanente (APA) – lei 4126 de agosto de 1998. Entretanto, essa lei não é cumprida, conforme denunciam Claudemilson e Thyrso. “APA só está no papel, mas nunca foi implantada”, denuncia Thyrso.

Segundo ele, além da especulação imobiliária, está havendo a destruição da mata ciliar ao redor do lago, aterramento das nascentes do rio e diminuição da fauna de peixes.

 

Amazonfest

35 ANOS DO PT: LUTA E AGONIA

 
O mar de lama que o PT vem espalhando pelo Brasil provoca em todas as classes e segmentos sociais responsáveis um total descontentamento com indignação e revolta. A corrupção campeia, a imoralidade reina com graves perdas na política institucional e nos processo democráticos com ênfase no fortalecimento dos movimentos sociais. É nesta conjuntura que o PT de Lula e Dilma completa 35 anos de luta e agonia, mais agonia que luta.
Por esta razão alguns dirigentes do partido propuseram fazer um registro com pouco alarde, mais reflexivo, com foco no resgate da política e na valorização das instituições democráticas numa perspectiva do reordenamento do partido. Proposta esta vencida pelo lulismo que definiu a favor do foguetório da mídia, incentivando manifestações de massa por todo o país, visando à defesa do governo Dilma Rousseff e do PT como pai do Bolsa família.
E assim fizeram na sexta-feira (6), nas Minas Gerais, na capital do Estado, quando iniciaram as comemorações dos 35 anos do PT sob a batuta do Lula, da Dilma e dos governadores do partido embalados pelos militantes acríticos a gritar lula lá. O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, em sua fala lembrou a época em que ficou preso, junto com Rui Falcão, na prisão da Ilha das Pedras Brancas, no Lago Guaíba, no Rio Grande do Sul, durante a ditadura militar. E disse que a história do PT foi sempre uma história de luta e agonia, agora não é diferente. Não satisfeito, o governador Pimentel, na busca de garantir certa unidade, afirmou que a oposição a Dilma e ao PT querem a volta da ditadura:
“Nós somos o partido que nunca temeu. Mas não aceitamos os pré-julgamentos. O que eles querem é o retrocesso político. Dormem e sonham com a volta da ditadura. Isso não aceitamos”.
O discurso apologético do governador de Minas fez lembrar o trabalho da pesquisadora Margaret E. Keck, Ph. D. da Columbia University, publicado no Brasil em 1991, pela Ática, sob o titulo: PT a lógica da diferença. Neste trabalho de fundo pautado em entrevistas, documentos originários do partido e outras fontes, a autora definiu com todas as letras a importância do PT como fato novo entre as instituições políticas brasileiras e passa a enumerar as razões, que historicamente se justificam, vejamos:
“Primeira, porque ele se propõe a ser um partido que expressava os interesses dos trabalhadores e dos pobres na esfera política; segunda, porque procurou ser um partido internamente democrático; e por fim, porque queria representar todos os seus membros e responsabilizar-se perante eles pelos seus atos” (p.271). Os fatos presentes refutam as motivações originárias.
Que o PT faça aniversário tudo bem, mas que venha festejar em praça pública não deixa de ser um “tapa na cara” daqueles que confiaram o presente e o futuro do Brasil a este partido hoje marcado pela corrupção, desmando e malversação de verba pública.

Ademir Ramos

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Região amazônica receberá investimentos para reforma e construção de 80 aeroportos

Os 80 aeroportos que receberão os investimentos foram escolhidos estrategicamente (confira no mapa abaixo).
O avião, transporte cada vez mais popular no Brasil e no mundo, ainda é um meio escasso na região amazônica, onde o tempo de deslocamento é medido por dias de barco ou por horas de voo. Para mudar essa realidade, a Secretaria de Aviação Civil (SAC) investirá R$ 2 bilhões na construção ou reforma de 80 aeroportos regionais em oito estados: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e Mato Grosso. A medida integra o Programa de Desenvolvimento da Aviação Regional, apontado como prioridade do governo federal para o setor.
  

Os 80 aeroportos que receberão os investimentos foram escolhidos estrategicamente (confira no mapa acima). A dificuldade de acesso ao local foi decisiva para isso. O programa pretende deixar 96% da população a pelo menos 100 km de um terminal. As primeiras licitações devem ser lançadas a partir de julho deste ano. Do total, nove serão construídos do zero. São eles: Codajás (AM), Jutaí (AM), Maraã (AM), Uarini (AM), Cametá (PA), Ilha de Marajó (PA), Bonfim (RR), Rorainópolis (RR) e Mateiros (TO). Esses aeroportos levam, em média, até 30 meses para ficarem prontos, a partir da apresentação do projeto. Para a reforma, a estimativa é de 8 a 18 meses.
Para o ministro, o enfoque na região amazônica permitirá não só a interiorização do transporte aéreo, como também do desenvolvimento econômico da área. “Vamos integrar o Brasil para que todos os brasileiros tenham acesso a um transporte que um dia atendeu apenas uma parcela da população e hoje é quase popular”, comemora Padilha.
Por esse ângulo, a região demanda essa necessidade de democratização do transporte aéreo. Em grande parte dos estados do Norte, driblar os desafios para se deslocar faz parte da rotina da população. A cheia do rio, a estiagem ou os constantes alagamentos de estradas podem custar a vida de uma pessoa ou causar enormes prejuízos aos ribeirinhos que fazem de pequenos comércios seu ganha pão.
É o caso do professor Dalcides Santana, de 45 anos. Ele sofre de problemas cardíacos e precisa se deslocar duas vezes por mês para fazer o tratamento em Belém. Como mora em Portel, na Ilha de Marajó (PA), onde o acesso por estrada é precário, ele perde muitas horas para chegar à capital paraense. Desse modo, ele tem duas opções: um barco, que demora 17 horas de viagem e custa entre R$ 90 e R$ 130 o trecho; ou ir de lancha, um serviço recente na região, que demora 7 horas e não fica por menos de R$ 140. “Como eu, todo mundo aqui depende do rio para se locomover. Para chegar à capital eu precisei contar com a ajuda de outras pessoas. O serviço ainda é caro e a viagem é muito cansativa”, contou.
Diante desse cenário, o capitão-de-mar-e-guerra da Marinha, Eduardo Santana, explica que somente na Amazônia Ocidental, composta por Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima, há 40 mil quilômetros de rios navegáveis. “Aqui, os rios são as nossas estradas. No período da seca, mercadorias que são transportadas normalmente em uma embarcação, tem que ser divididas em duas. Isso aumenta o frete para o empresário. Em contrapartida, um barquinho pequeno não consegue nadar contra a correnteza em tempos de cheia”, explicou.

Impulsão para o turismo na região
Além de aproximar a população e conectar melhor o país, o programa de aviação regional, criado em junho de 2013, pretende interiorizar o desenvolvimento econômico. Hoje, o PIB da região Norte representa 5,3% do país, ou seja: R$ 53 bilhões. Pesquisa do Fórum Econômico Mundial mostrou que o Brasil lidera o ranking dos países quando o assunto é “atrativo natural”. E a Amazônia tem grande influência nesse resultado. Mas, segundo o anuário da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o Norte ainda é a região onde menos se voa no Brasil.
“O patrimônio natural é uma das principais vantagens comparativas do Brasil. Investimentos bem aplicados, a melhoria da infraestrutura e do capital humano têm a capacidade de transformar esse estoque potencial de riqueza turística em empregos, renda e divisas, atraindo investimentos”, afirmou o ministro do Turismo, Vinicius Lages.

Passagens mais baratas
Não adianta, no entanto, construir aeroportos modernos e acessíveis sem um incentivo às empresas aéreas e uma facilidade à população. Paralelamente ao investimento em infraestrutura, o governo federal vai subsidiar gastos das companhias aéreas com enfoque especial para a Amazônia. A ideia é que as empresas sintam-se confortáveis para operar as rotas regionais e que a população consiga arcar com o valor das passagens.
Além disso, a Lei 14.097, aprovada em janeiro deste ano no Congresso Nacional, prevê os subsídios para a aviação regional com olhar especial voltado para a Amazônia. Segundo o secretário de Política Regulatória da SAC, Rogério Coimbra, um voo regional é, em média, 31% mais caro por quilômetro que um voo entre capitais.
Enquanto no restante do Brasil é considerado aeroporto regional aquele que recebe até 600 mil passageiros, no Norte, o teto é de 800 mil passageiros. Outro item abordado pela legislação é o pagamento pelo governo federal de parte dos custos de até 60 passageiros ou de 50% de uma aeronave maior. Para a Amazônia Legal, o limite de 50% não se aplica. A lei seguirá para regulamentação da Presidência da República. Ainda não tem prazo definido para isso acontecer.
O difícil acesso e os altos preços refletem na realidade: o Anuário da Anac mostra que o Norte é a região com o menor número de passageiros pagos embarcados em 2013 no mercado doméstico: 5,6 milhões. “Não adianta construirmos um belo aeroporto com tudo novo e a companhia aérea dissesse que não iria pra lá por falta de demanda e alto preço. O governo terá que ter sensibilidade para criar condições para a companhia e para o usuário. Esse é o novo desafio”, avaliou o ministro Padilha.
O aeroporto de Tabatinga, cidade localizada na tríplice fronteira do Brasil, Peru e Colômbia, receberá investimentos do governo federal e o fomento para a aviação comercial. Uma empresa atua hoje no aeroporto e outras duas demonstraram interesse para o futuro. Em Tabatinga funciona um hospital do Exército que atende as pequenas demandas da população. Os casos mais graves são encaminhados para Manaus, que fica a 2h30 de avião ou 5 dias de barco.

Regras próprias para a Amazônia
Em outubro de 2014, a SAC enviou à Casa Civil uma proposta de Medida Provisória para adequar as regras dos aeroportos da Amazônia Legal à realidade da região. Hoje, algumas regras propostas pela Anac (a mesma de Norte a Sul do país) não respeitam as especificidades de cada região e as condições de cumpri-las.

Por Portal Brasil

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