Paris é uma cidade mágica. A Torre
Eiffel, o museu do Louvre, a Avenida Champs-Élysées, o Arco do Triunfo, a
estonteante Catedral de Notre Dame e muitas outras atrações, capaz de
entreter os mais exigentes dos turistas. Acrescente a esta lista o LE
BON MARCHÉ RIVE GAUCHE, a loja de departamento mais chique e sofisticada
da cidade, um templo do consumo de bom gosto capaz de seduzir e
deslumbrar até os menos consumistas. Afinal não é difícil sair de lá com
uma gravata Gucci, uma bolsa Balenciaga ou delicioso sushi para comer
em casa.
A história
Tudo começou em 1852 na cidade de
Paris quando Aristide Boucicaut, filho de um fabricante de chapéus,
resolveu transformar seu modesto comércio de rua às margens do rio Sena,
em sociedade com os irmãos Paul e Justin Videau, em uma loja de
departamento onde imperava a variedade de produtos, marcas e serviços e
por onde se podia passear sem ser incomodado. Juntamente com os irmãos e
com a ajuda do arquiteto Louis-Charles Boileau, responsável pela
construção do prédio, ele criou o AU BON MARCHÉ (que significa
algo como “um bom negócio”), um lugar perfeito para acompanhar
assiduamente a vida cotidiana dos parisienses, com a elegância e o
estilo que lhes é peculiar. Com uma diversificada seleção de objetos de
design, elementos de gastronomia, artigos de beleza e o que havia de
melhor na moda, Boucicaut conseguiu reunir as francesas e, por que não,
os franceses, que não queriam mais andar pela cidade em busca de suas
compras, em um novo local onde podiam experimentar, comprar ou apenas
olhar as maravilhas e novidades do século.
Sua visão comercial apurada e
psicologia do consumo lhe permitiu revolucionar um segmento no qual, a
partir daquele momento, os produtos se apresentariam com rótulos que
fixavam seu preço ou se ofereceria a possibilidade de mudar ou
reembolsar um item se este “não agradasse” a seu comprador. Técnicas que
atualmente parecem indispensáveis, e inclusive banais, para o comércio
de uma forma geral, mas que naquela época era um desafio para o vendedor
e uma tentação constante para os clientes. Outro ponto importante (e
então inédito) foi instalar na loja um banheiro feminino. Para os
homens, um departamento especial, uma espécie de lounge para que eles
confortavelmente relaxassem e, na medida do possível, não reclamassem da
demora das esposas. Também havia um espaço para roupas masculinas,
serviços de barbeiro e de engraxate.
O fundador, segundo se vangloria a
loja de departamento, foi também responsável por instaurar os primeiros
descontos (liquidações) da história, quando lhe ocorreu a ideia de
reduzir o preço das roupas para se livrar dos estoques altos. A esta
prática ele batizou de “O mês branco de janeiro” e devido ao
enorme sucesso, ele se arriscou também a estabelecer um calendário anual
onde se sucedessem vendas, publicidade e descontos. Em relação á
propaganda, artistas, desenhistas e cartunistas idealizavam fantásticos
cartões-postais, cartazes e agendas, que serviam como anúncios
publicitários. Em 1867, mais uma vez ele se revelou um inovador nas
técnicas de vendas, possibilitando a todos os franceses, parisienses ou
não, de figurar entre seus clientes, com o envio de 500 mil catálogos
com mostras de tecidos e inaugurando assim a venda por correspondência.
A mesma obstinação que possuía esse
visionário para vender a seus clientes tinha sua mulher, Marguerite,
para melhorar as condições profissionais e pessoais de sua força de
trabalho. Ela foi a responsável por uma obra social sem precedentes
naquela época. Estabeleceu uma jornada de trabalho de 12 horas em vez de
16, aprovou as férias anuais e as permissões de maternidade, além de
instaurar um plano de pensões. Em 1875 foi inaugurada uma galeria de
arte, onde artistas podiam expor e vender suas obras para os clientes da
loja. Em 1887, entre 15 mil e 18 mil mulheres, já que a clientela era
essencialmente feminina, atravessavam as portas da loja de departamento,
onde eram convidadas a entrar e experimentar os produtos dispostos
deliberadamente sobre numerosas prateleiras. O histórico edifício da
loja foi ampliado em 1896, com a supervisão do engenheiro Gustave
Eiffel, que havia projetado a famosa torre que leva seu sobrenome.
Em 1984, o conglomerado de luxo
francês LVMH comprou a loja de departamento mais antiga de Paris,
acrescentou a seu nome o termo “Rive Gauche”, e deu prosseguimento a
obra iniciada pelo casal Boucicault, que tinha assentado as bases do
comércio e do consumo de massas. Uma nova e renovada gestão empresarial
optou em 1988 por uma reestruturação dos 32.000m² do local. Os
diferentes espaços passaram a ser concebidos como se fossem “formas de
vida”, das quais surgiu, por exemplo, um “cinema da beleza” dedicado aos
cosméticos, um “apartamento de moda” para as roupas femininas, uma
intimista e imensa seção somente para lingeries, e até uma livraria e
uma seção de móveis. Tud com conforto e bom gosto para oferecer mais de
30 mil produtos pensados para “todas as necessidades”.
Além disso, a loja de departamento mantém um fantástico espaço de 3.000m², conhecido como La Grande Épicerie de Paris,
localizado do outro lado da rua, que oferece mais de 15.000 produtos
diferentes entre alimentos e bebidas, selecionados nos quatro cantos do
mundo. Os produtos são comprados todos os dias: mais de 200 tipos de
queijos, peixes frescos, frangos, verduras, legumes, tudo diretamente do
produtor. Isto sem contar iguarias raras e caras, geléias de champagne,
biscoitos com sabores e formatos originais, seções inteiras dedicadas
ao salmão, ao foie gras, ao caviar, chocolates, sorvetes, temperos e
condimentos, e cortes de carnes (cujos preços fariam muitos adotarem uma
alimentação vegetariana). Além de uma seleção de vinhos que está entre
as melhores da Europa. Mais de 80 talentosos padeiros, confeiteiros e
chefes de cozinha trabalham arduamente para deleitar os mais exigentes
paladares, incluindo deliciosos macarons, que estão entre os melhores de
Paris. É realmente um passeio gastronômico imperdível.
Localizada na fronteira entre o
distrito 6 e 7 de Paris, a um passo da prestigiada Universidade da
Sorbonne e da igreja de Saint-Germain-des-Près, a loja de departamento
LE BON MARCHÉ RIVE GUACHE continua sendo ícone da elegância francesa,
mais de 160 anos após sua fundação. Prova disto é que, para quem deseja
pesquisar as tendências da moda, não há lugar melhor em Paris, afinal
praticamente todos os estilistas renomados e marcas luxuosas desfilam
seus produtos por suas prateleiras.
Para agradar aos brasileiros
Em abril de 2013, para agradar os
clientes brasileiros que cada vez mais desembarcam em Paris, a
centenária loja de departamento de luxo criou uma exposição que
celebrava a cultura do país através da moda, arte, gastronomia e design.
Para realizar a exposição, LE BON MARCHÉ adquiriu US$ 2.25 milhões em
produtos de empresas brasileiras para serem divulgados e
comercializados. Batizada de “Le Brésil Rive Gauche”, a
exposição oferecia alguns produtos bem conhecidos dos brasileiros. Por
exemplo, uma sandália Havaianas era comercializado por €26. Já uma
sandália da Melissa era vendida por €59.
A evolução visual
Até 1989 a tradicional loja de
departamento era conhecida como AU BON MARCHÉ. A partir deste ano, além
de mudar seu nome para LE BON MARCHÉ e acrescentar a expressão “RIVE
GAUCHE”, a marca apresentou uma nova identidade visual.
Dados corporativos
● Origem: França
● Fundação: 1852
● Fundador: Aristide Boucicaut, Paul e Justin Videau
● Sede mundial: Paris, França
● Proprietário da marca: LVMH Moët Hennessy • Louis Vuitton S.A.
● Capital aberto: Não
● Presidente: Patrice Wagner
● Faturamento: Não divulgado
● Lucro: Não divulgado
● Lojas: 1
● Presença global: Não (presente somente na França)
● Funcionários: 2.200
● Segmento: Varejo (loja de departamento)
● Principais produtos: Roupas, acessórios, calçados, cosméticos e alimentos
● Concorrentes diretos: Galaries Lafayettes e Printemps
● Ícones: O prédio onde a loja está instalada
● Website: www.lebonmarche.com
A marca na França
Hoje em dia a icônica LE BON MARCHÉ
RIVE GAUCHE através de mais de 30.000m² oferece milhões de produtos de
1.400 marcas, incluindo Louis Vuitton, Dior, Chanel, entre outras, que
se esparramam pelas araras e prateleiras da loja. Devido às festas de
final de ano, os meses de novembro e dezembro correspondem a 40% das
vendas da LE BON MARCHÉ. E quase metade de seu faturamento está atrelado
aos clientes estrangeiros.
Você sabia?
●
Os dias preferidos dos turistas para visitar LE BON MARCHÉ são segunda,
terça e quinta-feira. Para fugir das multidões e filas, evite essas
datas e opte por quarta e sexta-feira ou pelo fim de semana.
As fontes:
as informações foram retiradas e compiladas do site oficial da empresa
(em várias línguas), revistas (Fortune, Forbes, BusinessWeek, Exame e
Isto é Dinheiro), sites especializados em Marketing e Branding
(BrandChannel e Portal de Branding), Wikipedia (informações devidamente
checadas) e sites financeiros (Google Finance, Yahoo Finance e
Hoovers).
fonte:
http://mundodasmarcas.blogspot.com.br/2013/10/le-bon-marche-rive-gauche.html
Última atualização em 22/10/2013
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